Após o 'tecido molhado', vestido que incentiva tocar a si mesma viraliza
Di Petsa criou um forte movimento na moda há algumas estações ao lançar o "vestido molhado" — com um tecido que cria a impressão de estar encharcado, a partir de uma técnica têxtil mantida em segredo por ela. Desta vez, a nova criação viral da estilista grega é o "vestido que incentiva o toque em si mesma".
Com mais de 400 mil visualizações no Twitter, a peça viral se transforma com o toque das mãos. O tecido muda de cor e vai ganhando novas "estampas", a depender do movimento realizado.
O look é feito a partir de um couro sintético, projetado para segurar marcas de calor: "De uma mão, um abraço, um beijo", explica Di Petsa.
"Essas roupas atraem as pessoas a brincarem com suas roupas, para se tocarem — e acho que precisamos fazer mais isso", complementa.
O vestido "Memory of Touch" ("memória do toque", em português) criado pela designer é feito com couro vegano reativo ao calor, com o intuito de segurar e "comemorar" o ato do toque. "O que a mente esquece, o corpo lembra", diz ela.
"O vestido é sobre as memórias que nosso corpo guarda: o toque de um estranho, uma cabeça descansando em nosso colo ou nosso auto abraço. Sinto que todas as nossas experiências que acontecem através do corpo criam marcas que desaparecem em nossa pele".
Podemos esquecer essas interações, mas nosso corpo tem uma memória diferente, que tem a capacidade de nos mudar. Essas peças são uma visualização disso; eles mostram as marcas e a linguagem da pele e do toque."
Di Petsa à "i-D Magazine"
Para Nossa, a estilista grega explicou o conceito por trás da linha de Primavera/Verão 22, intitulada "NOSTOS-TOUCH", que antecedeu e, de alguma forma, inspirou a criação da peça — apresentada de fato na coleção posterior, de Outono/Inverno 22.
"Ao desenhar a coleção havia um desejo de proximidade e toque, mas ao mesmo tempo ainda a apreensão de abraçar um ao outro depois de tanto tempo", explicou Dimitra sobre os looks apresentados na Paris Fashion Week.
Além do vestido, Di Petsa entregou também uma jaqueta de couro, que proporcionava as mesmas mudanças nas cores do tecido a partir do componente térmico.
Icônico tecido molhado
O tecido molhado teve origem em 2020. Nasceu durante os estudos da estilista grega na faculdade Central Saint Martins, em Londres, e consiste no fato de que as roupas parecem estar encharcadas de suor ou urina, mas, na verdade, estão secas.
"Nosso objetivo na moda é permitir que as pessoas se molhem sem vergonha", explicou ela para Nossa, em matéria publicada anteriormente. "E, dessa forma, criar belos trabalhos que possam inspirar outras pessoas a considerar a natureza como algo nosso. São nossos próprios fluidos corporais, é como se fosse uma água benta".
A técnica por trás do trabalho para deixar com que o tecido pareça estar molhado é guardada a sete chaves pela profissional, que o desenvolveu durante os seus estudos sobre o tema.
Ela cita ainda a primeira experiência artística que a empurrou para esse conceito, quando fez xixi em si mesma, com as calças, em um metrô lotado de Atenas, na Grécia — seu país de origem.
"Estava muito interessada em saber como nossas emoções estão conectadas aos fluidos em nossos corpos: a tristeza está conectada às lágrimas, a excitação ao fluido vaginal e o nervosismo ao suor".
Depois do sucesso — que vestiu desde Gigi Hadid até a brasileira Bruna Marquezine, a técnica passou a integrar as coleções posteriores da designer grega. Em versões atualizadas, que abordavam o toque e a maternidade, para as coleções de Primavera/Verão e Outono/Inverno 22, respectivamente.
No mesmo caminho de marcas como a Y/Project e a Balmain, que resgataram o que já foi feito por Jean Paul Gaultier, Di Petsa segue como uma das mentes por trás dos novos "naked dresses" — ou "vestidos nus", ao nosso completo entendimento.
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