Ilha vizinha a Santorini é opção com praias mais bonitas e Grécia autêntica
Não faz parte da mitologia grega, mas ainda assim está na cabeça de muita gente que todas as ilhas da Grécia têm praias com jeito de paraíso, com areia clara e mar azul vibrante. Não é bem assim.
Tudo bem que Santorini, um dos destinos mais desejados do mundo, é cercada de todos os lados por um mar azul royal. É hipnotizante mesmo, mas em questão de praias, a ilha vizinha e desconhecida dos brasileiros, Ios, vence com vantagem. Está a só uma hora de ferry desde Santorini e é para lá que você deve ir se a ideia é se estirar nas areias gregas e entrar em um mar azul cor de Caribe.
O que acontece é que a erupção vulcânica que fez nascer Santorini criou também na ilha praias que não são lá muito atrativas, com areia escura ou avermelhada. Os europeus nem ligam para isso, mas para nós, brasileiros, que sabemos de cor e salteado o que significa praia bonita, é a ilha de Ios o lugar para aproveitar sol e mar.
Das 6 mil ilhas gregas responsáveis por deixar pontilhado todo o sul da Europa, só 227 são inabitadas. E entre tantas milhares de opções de praias no país para passar as férias, os gregos escolhem justamente Ios. É das preferidas do pessoal de Atenas, mas também dos australianos, norte-americanos e irlandeses.
No verão, a ilha de só 2.500 habitantes vê a população aumentar para 30 mil pessoas. Mas nada comparado à multidão que coloca um certo caos à vizinha famosa Santorini e cria por lá filas de duas horas para restaurantes ou a disputa por espaço no mirante para ver o pôr do sol.
Em Ios, tem espaço para todos. Mesmo no verão, os turistas têm a chance de ficarem literalmente sozinhos em algumas das praias. De sentar à mesa em um restaurante e conversar com os chefs nascidos na ilha. Ou ainda de ver a vida local acontecendo entre as casinhas brancas de Chora, a capital.
Assim como Santorini, Ios também tem suas ruelas com as típicas construções brancas e até moinhos, mas em vez de apenas turistas, você vai ver o padre caminhando, as crianças voltando da escola, o dono do boteco abastecendo as cervejas ou a família local almoçando. Tudo em vielas graciosas, enfeitadas com flores coloridas que deixam todos os cantinhos instagramáveis, e o que é melhor: sem terem sido pensados para isso. Deslize a galeria abaixo e faça um passeio pela capital Chora e o porto de Ios:
Praias de Ios
Ios é formada por 30 praias, metade delas acessíveis de carro. Já para conhecer as outras 15, passeios de barco saem do porto ou da praia principal, a Mylopotas.
É em Mylopotas que você vai poder viver dias de glória. A água é azul fosforescente e tão transparente quanto a de uma garrafa d'água. Tem tudo o que uma baía tem de bom: zero ondas, é rasinha e contornada por montanhas. Ao redor da Mylopotas ficam os principais hotéis, pensados para que você dê só alguns passos e já esteja na praia.
Por ali, ficam desde hotéis-butique a hotéis econômicos como o FarOut Village, que apesar do quarto extremamente simples, dá a chance de dormir a dois passos da praia por diárias a 40 euros para dois, com direito a piscina e bar ao ar livre.
Há quem aproveite os preços mais baixos de Ios inclusive para fazer a ilha como base e passar o dia em Santorini. E é possível: na alta temporada, são quatro ferries por dia, todos os dias da semana, percorrendo a rota entre Ios e Santorini (já na baixa, os ferries são quatro por semana). O preço também não é um absurdo: o trecho sai a partir de 16,50 euros.
O agito todo é na Mylopotas — especialmente em julho, quando as festas eletrônicas rolam ao redor da piscina do FarOut Beach Club. Para curtir balada, ver e ser visto, essa é a época para estar em Ios. Se você quiser fugir desse clima, o melhor é ir em agosto, quando a ilha recebe as famílias, ou, para ainda mais tranquilidade, vá no fim de setembro ou início de outubro.
Depois desse período, no outono e no inverno, nem pense em ir. Dizer que tudo fecha não é exagero: essa é a época em que os donos dos estabelecimentos aproveitam para fazer melhorias nos hotéis e restaurantes e reabri-los só em maio.
As praias além da Mylopotas só são acessíveis de carro, e chegar até elas exige uma certa disposição em dirigir pelo sobe e desce dos morros que formam Ios. Mas, como reza a cartilha do turismo, se fossem fáceis de chegar, não seriam tão lindas.
Das estradas, curvas aqui e ali vão revelando praias com o mar azul royal lá embaixo e, mesmo quando as águas do Egeu não dão as caras na estrada, o mar de montanhas já faz a rota valer a pena.
A recompensa dada a quem sai para desbravar a ilha é alcançar praias praticamente desertas. A Agia Theodoti, a 14 quilômetros da capital, é uma delas. Mesmo no verão, enquanto a galera estiver ouvindo eletrônico na Mylopotas, você pode provar a sensação dos sonhos: uma praiona só para você e para quem você gosta, com uma caverna em uma ponta e o Mar Egeu ali na sua frente tão azul quanto o céu.
Outra para ficar em paz é a pitoresca Magganari, formada por uma baía com mar azul calminho calminho cercada por montanhas que deixam todo o cenário ainda mais bonito. Dá para contar nos dedos de uma mão os poucos hotéis e bares ao redor da praia. Mesmo assim, eles colocam ali um pouco mais de burburinho do que na Agia Theodoti, mas longe de acabar com a sua paz de espírito.
Homero e a ilha
Ios já era adorada por um ilustre grego mesmo quase 3 mil anos atrás. Dizem os historiadores que a mãe do poeta Homero teria nascido na ilha, e que depois de viajar por várias ilhas gregas ele teria escolhido voltar a Ios para morrer ali.
Pode ser que o poeta não tenha existido, e as histórias sobre ele são controversas mesmo. Tanto que sete cidades se proclamam o local onde Homero teria nascido, mas só Ios é tida como a ilha onde ele teria morrido. Por isso, Ios guarda um tesouro: a tumba de Homero, no alto de um dos morros — uma relíquia histórica datada de 898 a.C., e detalhe: com uma baita vista para o mar.
Se é verdade ou não, não se sabe, mas pistas não faltam. Lá no século 2, o geógrafo grego Pausanias escreveu que habitantes da ilha apontaram a tumba de Homero e da mãe. Além disso, a cabeça do poeta aparece em moedas da ilha do período helenístico, que vai de 323 a.C a 33 a.C.
E não é só a tal tumba de Homero a única relíquia em Ios. A ilha tem uma história de 5 mil anos, e vasos, tigelas, jarras, instrumentos e até sementes dessa época podem ser vistos. Está tudo no Museu Arqueológico de Ios, que, embora pequeno, guarda todos esses tesouros.
Ele está em Chora, a capital, a só 5 minutos de carro do porto, o lugar onde você pode partir de barco para a próxima ilha ou só aproveitar o pôr do sol de frente para aquele mar azul deslumbrante.
Os vários restaurantes do porto colocam mesinhas de frente para o mar para que os sortudos que resolvem dormir em Ios possam brindar os deliciosos dias nessa ilha ainda desconhecida dos brasileiros.
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