Estreia ovacionada de P.A. do BBB e cartaz com "Fora Bolsonaro" marcam SPFW
O terceiro dia da edição N53 do São Paulo Fashion Week marcou a estreia do ex-BBB Paulo André como modelo nas passarelas. Recentemente, o atleta foi anunciado como o agenciado pela agência WAY Model.
P.A., como ficou conhecido depois de participar do reality show, desfilou — e foi ovacionado pelos convidados — para a Misci, marca responsável por encerrar o dia e que levou ainda mais nomes de peso, como a modelo internacional Carol Trentini e a cantora Duda Beat.
Comandada pelo estilista Airon Martin, a Misci apresentou a coleção "EVA - Mátria Brasil". As roupas foram todas trabalhadas com matérias-primas nacionais e com a abordagem mais sustentável possível. Isso, como um parâmetro no design e no mercado de moda no país seria, segundo Airon, o Paraíso Terrestre.
É de lá que ele traz a figura de Eva como eixo para traduzir o potencial das mulheres que, no Brasil, são as forças motrizes de suas casas e famílias. A abordagem se dá pela perspectiva das mães solo, assunto para o qual a marca traz visibilidade desde 2020, quando iniciou a campanha Mainhas, para estimular o suporte a mulheres que criaram e criam os filhos sozinhas.
"Falo desse lugar porque ele também é muito meu. Sou filho e neto de mães solo, e por isso cresci cercado de mulheres batalhadoras, que trabalhavam para cuidar sozinhas da família", conta o designer.
Destaque também para os pares de sapatos do desfile também foram desenvolvidos pela própria Misci, com saltos baixos aludindo aos "pés no chão" necessários para o atual estágio do Brasil.
Estamos em um momento muito importante, e precisamos de consciência social e de classe para reconstruir a nossa indústria e o nosso país".
Airon Martin
Veja abaixo a íntegra do desfile da Misci na SPFW:
Meninos Rei
Ao falar sobre diversidade, respeito e liberdade, a Meninos Rei, comandada pelos irmãos Céu e Junior Rocha, levou para as passarelas da São Paulo Fashion Week a riqueza de suas estampas com a coleção "Meu On é a minha voz". Mas não apenas.
Com cunho político sempre abordado em suas apresentações, os modelos carregavam cartazes. Entre eles, um que dizia: "Chega. Fora, Bolsonaro" — como uma mensagem direta no ano da eleição, que acontecerá em outubro.
Além disso, por meio da arte e da moda, a Meninos Rei denunciou o racismo e genocídio negro por meio de notícias transmitidas por telejornais sobre o racismo.
Anacê
Comanda pelas estilistas Ana Clara Watanabe e Cecilia Gromann, a marca apresentou a coleção intitulada Fractais, reforça a tônica nas peças sem distinção de gênero aplicada à alfaiataria tradicional.
As peças, desenvolvidas ao lado de alfaiates parceiros da marca, trouxeram a essência do sob medida e o feito a mão reinterpretados para o olhar ready to wear que foca na vestimenta jovem e casual de uma nova alfaiataria.
Mais uma vez, a Anacê repensou a desconstrução da linguagem tradicional masculino x feminino no vestuário, onde a alfaiataria tem seu ponto forte no lugar de empoderamento e até mesmo a sensibilização de símbolos da masculinidade através da fluidez de matéria-prima e recortes que trazem uma nova visão sobre corpos do ponto de vista de gênero.
Renata Buzzo
Com a coleção "Latina", a estilista investigou a vivência da mulher latina — quase sempre retratada de forma estenotipada pelas grandes mídias, seja na televisão ou no cinema. Nas palavras da artista, essas mulheres são colocadas em papéis hipersexualizados ou de pena.
A estética seguiu a linha de cores vivas e saturadas. As roupas, por vezes, conversavam com as estrofes do poema ou possuíam referências a hipersexualização do corpo, além de brincar também com estereótipos: como o decote cruzado no pescoço à lá Selena Quintanilha — cantora norte-americana — e dos vestidos de competição de dança.
Naya Violeta
Ancestralidade, caminhos e desejos. Estes princípios deram rumo para a nova coleção de Naya Violeta, alinhavando diálogos e afetividade ao chamamento da pausa, do aterramento e da construção de um futuro diverso e potente.
As peças carregavam camadas e sobreposições em fibras naturais, como linho e algodão, demarcando o recorte da estação outono/inverno num país tropical. Além dos recortes de bolsos, babados e elementos gráficos que acompanham a linha criativa do tema. Os adornos da coleção seguem assinados pela estilista Dani Guirra, parceira de Naya nos últimos trabalhos.
Freiheit
Para apresentar sua nova coleção, intitulada Animais Imaginários, a marca convidou o ator Johnny Massaro. "A Admiração pelo trabalho de Johnny existe há muito tempo e percebemos uma total sintonia entre ele e o universo livre da Freiheit" afirma o diretor criativo Marcio Mota.
A coleção parte de dois momentos complementares; The Stijil (O Estilo), movimento artístico criado na Holanda em 1917 pelo pintor e teórico da arquitetura Theo Van Doesburg que liderou um grupo composto por pintores, designers e arquitetos que partiram da ideia do cubismo e do abstrato para expressar suas manifestações artísticas.
Foram apresentadas roupas criadas com blocos, faixas e recortes contrastantes em diferentes extremidades da peça. As cores predominantes foram os tons de marinho, vermelho e bege, quanto aos tecidos priorizamos as fibras naturais como o hemp denim, o algodão e o linho.
As peças desenvolvidas em malha e algodão em tons naturais receberam as estampas inusitadas com pontos de surrealismo, completando a coleção.
Modem
Para o desenvolvimento criativo da coleção da Modem partiu, pela primeira vez, a partir da ideia de criar itens essenciais para o verão que sejam comuns ao guarda-roupa masculino e feminino.
O desejo de André Boffano, diretor criativo da marca, foi atender de forma sofisticada e atemporal o público masculino, não diminui o seu cuidado pelas fiéis clientes da marca, que encontraram no próximo verão, peças ainda uma alfaiataria leve, urbana e ultra versátil.
Os tricôs traziam o clássico ponto trançado em modelos croppeds com zíper, mas também grafismos em jacquards inspirados no artista coreano Do Ho Suh, que centraliza o seu trabalho na criação através de tecidos, de representações de espaços domésticos e investiga questões como a individualidade em sociedade, como habitamos os espaços e como eles nos acompanham na memória.
Mnisis
Igor Dadona
Na sequência de dois desfiles virtuais mostrados durante o período mais grave da pandemia, Igor Dadona estreou na versão presencial completando sua narrativa desse período de reclusão vivido em nível pessoal.
As peças da nova coleção carregavam bagagens e "acumulam" objetos. As sobras de tecidos na sua produção foram agregadas às modelagens de cada roupa, como nossas experiências, resultando num trabalho repleto de detalhes na sua construção, processo que aponta para o futuro da marca.
Apartamento 03
A marca apresentou sua alfaiataria experimental e trazer o plissado do começo da carreira, Luiz Claudio Silva apresentou vestidos em seda pintados em tons como os das pinturas de Abdias Nascimento e looks trabalhados em parceria com a designer têxtil Ana Vaz.
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