Remédio para o pet é missão impossível? Conheça as técnicas eficientes
Que atire a primeira pedra quem nunca saiu da consulta veterinária com uma receita na mão e a sensação de missão quase impossível: dar o remédio para o pet em casa.
O primeiro passo para ter sucesso na empreitada é deixar de lado o desespero junto com a solução de "camuflar" o remédio em comidinhas humanas como salsichas, presunto, queijo e outras da família dos embutidos, que podem fazer mal aos animais e não chegar nem perto de resolver o problema do remédio.
É preciso lembrar que cães e gatos são carnívoros. Então, utilizar pães, carboidratos em geral, alimentos ricos em gorduras, processados ou com muitos condimentos pode sobrecarregar o processo de digestão, podendo gerar gastrite, pancreatite, sobrecarga e acúmulo de gordura no fígado, ganho de peso, entre outras alterações.
O ideal é que cães e gatos acostumem-se desde filhotes a serem medicados através de simulações de situações que podem acontecer ao longo da vida.
"Quando temos um filhote em casa, é super indicado que o pai ou a mãe do pet finjam dar um comprimido e em seguida façam um carinho ou ofereçam algo que ele goste de comer. Isso pode auxiliar demais esse processo e será algo que ele levará para toda a vida", diz Stella Figueiredo, veterinária da Dog Hero.
De acordo com ela, optar por produtos palatáveis com sabor agradável e que sejam atrativos para os pets também é uma boa pedida quando existe essa opção.
A situação ideal, porém, nem sempre é possível já que muitos animais são adotados adultos ou nos casos em que entraram para a família desde jovens não tiveram o "treinamento" para o remédio. Nestas situações, outras providências devem ser tomadas.
Várias formas de medicar
Unanimidade entre os especialistas, os medicamentos em forma de comprimidos são mais fáceis de se administrar para os pets do que os líquidos.
As formulações líquidas, mesmo que em pequena quantidade, podem fazer com que o animalzinho sinta o sabor amargo e salive bastante", afirma Stella.
Observar as preferências do bichinho em relação às texturas e sabores de alimentos é uma opção boa para quando existe a alternativa de oferecer um remédio manipulado, que pode ser oferecido em diferentes formas e tamanhos — como xaropes e molhos, pasta oral ou petiscos.
Truques
No caso dos cãezinhos, o tutor pode aproveitar a hora da refeição para fazer o pet engolir o medicamento sem perceber. Amassar o comprimido na ração é uma técnica comum e costuma funcionar bem.
Outra maneira é esconder o comprimido em uma comida mais pastosa ou úmida como sachês e patês. Se o tutor preferir, também pode fazer em casa umedecendo um pouco a ração. Os grãos logo se transformarão em um 'bolo' onde a medicação pode ser escondida e oferecida ao pet.
É importante que o tutor verifique com o veterinário se o medicamento pode ser cortado ou administrado com alimentos. Algumas medicações têm especificidades e podem perder o efeito se partidas ou se a cápsula for aberta. Outro possível impedimento é que algumas medicações devem ser administradas em jejum", explica Stella.
No caso de ser um medicamento líquido, a veterinária da Dog Hero recomenda que o tutor utilize uma seringa sem agulha. A técnica é manter a boca fechada do pet com a cabeça inclinada para cima.
"Levante delicadamente o lábio do pet. A dica é colocar o bico da seringa e inseri-la o máximo possível pela lateral da boca do pet, entre os dentes e a gengiva, injetando lentamente o remédio. Para evitar que o cãozinho cuspa o remédio, o tutor pode fechar a boca dele e soprar levemente o focinho, o que faz com que ele queira lamber o nariz", ensina Stella.
Gatos são mais difíceis? Sim
Por apresentarem menos papilas gustativas e por isso terem parte do paladar detectado através do olfato, os gatos são bichinhos mais difíceis com relação aos medicamentos exatamente por perceberem mais facilmente a presença deles em qualquer formato ou textura.
É por isso que se trata de uma péssima ideia tentar enganar os felinos escondendo o remédio em comidinhas ou dissolvendo na ração. A melhor "técnica" com a turma do miau é o bom e velho "abrir a boca e enfiar goela abaixo".
Essa é a principal dica da veterinária especialista em gatos, Thais Santana Sousa, da clínica Pulo do Gato, em São Bernardo do Campo.
O que a veterinária mais indica aos tutores é que peçam ajuda e estejam em duas pessoas no momento da medicação para que uma segure o animalzinho e outra dê o remédio. Isso porque geralmente os gatos usam as patinhas para impedir a contenção na hora de tomar o medicamento.
Embrulhar o gatinho em uma toalha como se fosse uma trouxinha, abrir a boca e dar o remédio direto geralmente funciona muito bem", diz.
Premiar o gatinho imediatamente após a ingestão do medicamento também é uma forma de tornar o momento menos traumático para animais e humanos. Como o bichinho aprende muito rápido, saber que vai ganhar o petisco preferido ou a comida que mais gosta após o remédio, pode tornar o momento mais fácil com o passar do tempo, principalmente com os medicamentos de uso contínuo.
Para os felinos mais rebeldes, porém, que não aceitam ingerir os remédios de nenhuma maneira, a solução é providenciar a forma injetável.
Seja qual for o método ou formato do medicamento, o melhor é aquele que não deixa traumas nem machucados para pet e tutores.
"Tenha cuidado ao segurar o animalzinho para não assustá-lo e seja sempre carinhoso antes e depois da medicação, para que ele não entenda o processo como punição. Com paciência e carinho, tudo fica mais fácil", finaliza Stella.
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