A história de amor por trás do sucesso de Leo Paixão, de 'Mestre do Sabor'
Conhecido pelo grande público por compor o júri do 'Mestre do Sabor', da Globo, o chef Leo Paixão construiu em nove anos um pequeno império de restaurantes em Belo Horizonte. São cinco casas que carregam referências mineiras em diversos ramos, dos sanduíches às biritas.
Todas nasceram graças ao primogênito Glouton. Sofisticado, o estabelecimento que eleva os quitutes do estado à alta gastronomia é o queridinho da crítica especializada e figura em guias internacionais. O que poucos clientes e espectadores sabem é que tanto sucesso tem raiz numa história de amor.
Quando conheceu Taís Civitarese, há 20 anos, Leo nem sonhava em ser chef — ao menos não profissionalmente. Os dois cursavam medicina na UFMG e faziam parte do mesmo grupo de amigos.
Ela namorava outra pessoa e ele ficou na espera do término até que o primeiro beijo rolou numa festa de aniversário. "Brinco que me apaixonei quando ele levou para uma excursão de ônibus biscoito de polvilho, chips e chocolate".
Ele demonstrou uma forma de carinho com os outros. Na essência, não é muito diferente do que faz hoje nos restaurantes".
O que aproximou Leo do fogão para valer foram os encontros com a galera da universidade. "Eu era o cozinheiro da turma". O talento, que começou a ser desenvolvido na infância com o avô, resultava em noites especiais, que iam de jantar mexicano a fondue.
"Por mais estranho que pareça, não era tão comum um homem cozinhar. Ele ficou conhecido por essa habilidade e começou a perceber como aqueles momentos traziam alegria", diz Taís, que sempre dava estímulos para Leo seguir no comando das panelas.
Um deles tomou a forma de presente. "Ela me deu vários utensílios de cozinha, como colheres e pegadores, de uma loja cara. Isso me deixou muito empolgado".
O incentivo não era exatamente gratuito. Taís ganhava em troca afagos para o apetite. "Ela adorava quando eu fazia carbonara", lembra Leo. Hoje em dia, o cardápio de pedidos se estende para mais clássicos italianos. Principalmente para o cacio e pepe, queijo e pimenta, e para o fettuccine alfredo, receita que protagonizou o pedido de casamento em Roma, em 2008, e que você, leitor, aprende a fazer ao fim desta matéria.
A comida é um elo de celebração e prazer para a gente".
Do jaleco à dólmã
Quando a dupla se formou em medicina, Taís seguiu decidida rumo à residência em pediatria e Leo se viu perdido. "Eu dava plantão para conseguir pagar as contas, mas me sentia infeliz como médico".
Em contrapartida, o interesse pela culinária só engordava. Leo devorou uma coleção de livros e colocou os aprendizados para jogo. "A nossa casa virou tipo um restaurante. Fazia pré-preparos a semana inteira para os pratos do fim de semana".
A hora de dizer adeus para o jaleco e o estetoscópio aconteceu quando tentava se multiplicar entre os dias de estágio na cozinha profissional e as madrugadas no hospital. Quem disse 'chega', porém, não foi Leo, mas Taís.
Ela me falou: vambora, cara, larga esse trem".
Na prática, isso significou acompanhar o marido para a temporada de estudos na Ferrandi, em Paris (França), e ajudar a deixar de fora da bagagem a pressão da família. "Eu sempre fui um cara excêntrico, artístico. Meus pais acreditavam no futuro garantido da medicina. Quando contei que ia sair, eles entraram em desespero. Tinham medo do que me esperava".
Os primeiros filhos
Após concluir a formação e passar por restaurantes estrelados na cidade considerada a capital mundial da gastronomia, Leo atuou como chef consultor por dois anos no Taste Vin, bistrô francês instalado em Belo Horizonte.
"Nesse período, a Taís era a fonte de sustento da casa. Até que ela engravidou e disse que, a partir de então, eu teria que dar um jeito de ganhar dinheiro".
A solução surgiu da oportunidade de ocupar o fundo de loja de um café dando uma participação nos lucros para os donos do negócio. "Sem ter grana, montei o Glouton em cima dessa chance".
Seis dias antes da inauguração, em janeiro de 2013, nasceu Lucas. "Foi como se tivéssemos tido dois filhos de uma vez só. No início, cada um cuidava de um", recorda-se a médica.
Se nos bastidores o casal vivia um momento de adaptação às novidades, no salão da nova casa tudo estava nos trinques. O reconhecimento do trabalho em prol de uma cozinha mineira contemporânea não demorou a chegar. Em maio, o lugar foi considerado o Restaurante Revelação do ano pela VEJA Comer & Beber BH.
Ali, percebi que tinha dado certo e que estaríamos cada vez mais inseridos no mundo gastronômico".
Pequenos gourmets
Três anos depois de Lucas, nasceu o caçula João Pedro. E cinco anos depois do Glouton, o Nicolau Bar. Na sequência, o Nico Sanduíches, o Ninita e o Mina Jazz Bar.
Com a responsabilidade dividida entre as crianças e os restaurantes, Leo e Taís nunca tiveram como separar completamente as vidas pessoal e profissional. O resultado? Dois pequenos gourmets.
"Desde bebês, eles viajam com a gente pelo mundo. Ficavam no carrinho enquanto conhecíamos algum menu degustação", conta o cozinheiro.
Acostumados a experimentar os pratos criados pelo pai antes de entrar oficialmente no cardápio e a circular pelo quinteto de endereços da família, Lucas e João Pedro não são crianças fãs de prato infantil. "Ficam revoltados quando a gente pede".
Em casa, quem comanda o fogão é Taís. Na pandemia, ela aprendeu novos truques culinários graças aos vídeos postados por Leo nas redes sociais.
O chef dá às caras em ocasiões especiais, aos fins de semana ou quando o relógio aperta. Ele é elogiado pela duplinha de críticos, que concorda que o pai faz pratos mais gostosos do que a mãe. Taís compreende: "não há nada na cozinha que eu faça melhor do que o Leo. Talvez lavar a louça?", brinca.
Quem vem surpreendendo nesse aspecto é João. Desde os 5, ele monta a mesa e cozinha sozinho. "Às vezes a gente acorda e tem café da manhã com pão de queijo e biscoitinho que ele fez", garante o pai orgulhoso.
Fettuccine alfredo para dois
Passo a passo da receita
A sugestão do casal para você bancar o cozinheiro no Dia dos Namorados sem ter dor de cabeça é fazer fettuccine alfredo. Composto por quatro ingredientes, é a pedida perfeita para quem deixou para se programar de última hora — fica pronto em 10 minutos!
INGREDIENTES
- 300 gramas de fettuccine
- 200 mililitros de creme de leite fresco
- 300 gramas de queijo grana padano
- Sal a gosto
MODO DE PREPARO
Colocar água para ferver e salgar até parecer água do mar. Após a fervura, acrescentar a massa e cozinhar por aproximadamente 10 minutos ou conforme indicado na embalagem.
Enquanto isso, ralar o queijo grana padano bem fino e aquecer o creme de leite fresco em outra panela ou direto no micro-ondas. Quando estiver quase fervento, juntar 2/3 do queijo ralado e despejar a mistura na travessa onde for servir.
Retirar o macarrão da água e escorrer. Levar o macarrão à travessa e misturar bem, até o molho incorporar na massa. Acrescentar o restante do queijo ralado e mexa mais. Servir na hora, bem quentinho.
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