Itália impõe rodízio para controlar entrada de turistas na Costa Amalfitana
As autoridades italianas decidiram implementar um rodízio de veículos para controlar o tráfego na região da Costa Amalfitana. A informação foi confirmada por Angela Infante, vice-prefeita de Vietri sul Mare, a cidade de acesso à região, à CNN americana nesta quarta (15).
Infante acredita que as restrições fossem necessárias já há tempos. "Começou novamente este ano — você não consegue dirigir aos fins de semana, as pessoas ficam presas em casa", reclamou.
A expectativa é cortar pela metade o trânsito nas estradas que passam pela região turística através da proibição de circulação de placas com finais pares em dias ímpares e vice-versa — fazendo com que carros só possam circular entre Vietri sul Mare e Positano em dias alternados nas altas temporadas.
As regras estarão em vigor entre 10h e 18h nos fins de semana entre 15 de junho e 30 de setembro. Durante todo o mês de agosto, em dias de semana e aos fins de semana, a proibição também valerá nos mesmos horários. As restrições ainda retornarão na Semana Santa e no período entre 24 de abril e 2 de maio.
Os residentes das 13 cidades na costa estarão isentos do rodízio, assim como veículos de transporte público — táxis e carros alugados com motorista inclusos.
Já os automóveis alugados por turistas, sem o serviço de chauffer, assim como aqueles de propriedade do próprio visitante terão de obedecer às regras, que ainda proibem a circulação de veículos mais longos do que 10,36 metros e trailers (rebocados por um carro de passageiro ou não) entre 6h30 e meia-noite o ano todo.
Veículos com mais de 6 metros de comprimento e 2,1 metros de largura também só poderão utilizar as estradas em horários discriminados e estarão proibidos de circular em datas de pico. Quem infringir as leis estará sujeito à multa da polícia local.
À CNN, Infante recomendou que turistas se locomovam pela região de ferry ou trem, já que há dificuldade de encontrar pontos para estacionar os carros nas cidades pequenas erguidas em estreitas faixas costeiras.
A decisão, no entanto, foi criticada por Antonio Ilardi, presidente da Federalberghi Salerno, associação local de hotelaria, que escreveu uma carta aberta à Anas — que administra as estradas da Costa Amalfitana — pedindo revogação das restrições pelo menos para a saída dos carros.
Ele acredita que a medida dificultará a vida daqueles que já estão hospedados e dos trabalhadores de hotéis que vivem fora da costa.
Isso desencoraja os turistas. Torna impossível ficar por um número ímpar de dias porque se você chega na quarta, não pode ir embora na quinta. Turistas precisam ser capazes de partir quando quiserem — para chegar ao aeroporto, à estação de trem ou a Salerno." Reclamou Ilardi à publicação dos EUA.
Apesar da polêmica, esta não é a primeira vez que a Costa Amalfitana impõe o rodízio, que já havia sido aplicado em junho de 1985, segundo os arquivos do jornal La Repubblica. A Itália enfrenta problemas para controlar o impacto do excesso de turistas em outras partes de seu território.
Veneza já colocou catracas em suas entradas e passará a cobrar reservas para as visitas à cidade em 2023.
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