O que é Jägermeister? Conheça a história e saiba por que ela é um 'desafio'
Mais conhecido como ingrediente da composição de coquetéis ao redor do globo, Jägermeister é um aperitivo alemão à base de 56 ervas, frutas, raízes, temperos, entre outros ingredientes botânicos, criado durante as Guerras Mundiais e produzido em larga escala no país europeu desde 1935.
Mas, afinal, o que há de tão potente na bebida que levou um sul-africano de 23 anos a perder a vida depois de encarar um perigoso desafio que o fez tomar uma garrafa em apenas dois minutos?
Como surgiu?
Ao pé da letra, Jägermeister significa "mestre caçador". Reza a lenda divulgada pelo próprio rótulo que a produção começou com Curt Mast, filho de Wilhelm Mast, um conhecido produtor de vinagre de Wolfenbüttel, cidade na Baixa Saxônia. Ele aperfeiçoou a receita ao longo de anos no processo de assumir o negócio da família.
Entusiasta de caça, ele batizou o produto com seu nome atual, criou o seu brasão com o cervo inspirado pela história de Santo Huberto, padroeiro dos caçadores e ligou para sempre a bebida com a prática.
Em 1934, quando já era consumido de maneira mais informal nos círculos de caça na Alemanha, a bebida ganhou o apelido de "Göring-Schnaps", em referência a Hermann Göring, chefe dos mestres caçadores do Terceiro Reich.
Suas origens campestres não ficam apenas na mitologia atrás do produto: ele realmente é uma mistura de ingredientes botânicos, segundo o fabricante, e tem um aroma único de anis estrelado, citrus e trevo. Já o paladar seria "aveludado", ainda segundo os experts das adegas de Wolfenbüttel.
No entanto, a lenda de que há sangue de cervo na mistura não procede — ao menos de acordo com os produtores. Segundo especialistas ouvidos pelo jornal britânico "The Telegraph", sangue não fermentaria direito com os outros ingredientes para chegar ao resultado conhecido hoje.
Um sabor "perigoso"?
Enquanto o "Wall Street Journal" já considerou Jägermeister uma "marca sonolentinha", usuários da plataforma do Reddit o comparam com um xarope para a tosse adocicado. Seu sabor convidativo pode ser a razão por trás de casos de abusos da bebida.
Em 1997, o jornal "The Washington Post" reportou um caso de envenenamento alcoólico de estudantes de uma fraternidade da Universidade Estadual da Louisiana, que misturaram a bebida com rum Bacardi e uísque Crown Royal. O coquetel extensivamente consumido levou um aluno à morte e outros três ao hospital.
Apesar destas histórias com final trágico, o Jägermeister é parte de um subtipo de bebida considerado "digestivo", segundo a revista especializada "VinePair". Na prática, isso quer dizer que esta é uma bebida com baixo volume alcoólico criada para, como o nome sugere, auxiliar no processo de digestão.
Para efeito de comparação, Jägermeister tem 35% de volume alcoólico. Uma cerveja Skol tem 4,6%, segundo a Ambev, enquanto um uísque Black Label de Johnnie Walker tem 40%. Já o absinto francês La Boheme possui 60%.
Por isso, ele é considerado bastante versátil e pode acompanhar os mais variados menus de bares e festas. No entanto, seu fabricante orienta sua melhor degustação em shots — e não pelo "litrão" — extremamente geladas, com temperatura ideal de -18ºC.
Ou seja, o segredo para não passar mal (ou pior) é não exagerar na dose.
Por que é tão popular?
Consumido por décadas pelos alemães — em 1973, a marca chegou a patrocinar a Seleção Alemã de Futebol —, ele se popularizou graças à sua incorporação em festas (e depois bares e filmes) pelos EUA nos anos 90, onde já circulava há cerca de 20 anos graças ao conhecido importador Sidney Frank, que passou a promovê-lo como uma bebida "jovem".
Foi também nesta época, segundo o site americano Mashed, que surgiu o principal coquetel à base de "Jäger", o "Jäger Bomb", que consiste em uma dose de Jägermeister embebida em Red Bull. Desde então, o rótulo se associou a bandas de rock e competições de corrida, como a Fórmula 1, em um movimento para se manter tão vigoroso e vibrante quando no seu surgimento.
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