Bora pedalar: cinco roteiros para desbravar o Rio de Janeiro de bike
O Rio de Janeiro possui mais de 450 quilômetros de ciclovias e está entre os melhores lugares do Brasil para pedalar.
Apesar dos desafios constantes de desrespeito no trânsito e falta de segurança, a cidade oferece paisagens variadas: tem floresta, praia, centro urbano e até estrada. E as opções são para todos os ciclistas, desde os iniciantes até aqueles que procuram uma pedalada mais desafiadora.
Durante a pandemia do covid-19, a demanda por bicicletas teve um aumento significativo em todo o país. Em 2020, o setor de vendas cresceu 50%, em comparação com 2019, segundo dados da Aliança Bike.
As vantagens de pedalar são muitas, tanto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica as bikes como uma das formas de deslocamento e de esporte mais seguras para evitar a proliferação do vírus. Só vantagens.
Quem pedala pela cidade maravilhosa já reparou: as ruas estão, a cada dia, mais cheias de ciclistas. E, por isso, reunimos alguns dos melhores trajetos, para todos os gostos e habilidades.
Praias da Zona Sul
de Copacabana ao Mirante do Leblon
As praias do Rio são um dos maiores atrativos da cidade e a boa notícia é que grande parte da orla tem ciclovias. O trajeto ideal é saindo do Leme, bairro adjunto à Copacabana. O roteiro vai beirando o mar, perfeito para passear de uma forma bem carioca: parando para dar um mergulho, tomando uma água de coco nos quiosques e admirando cartões-postais.
Neste caminho, você passará pelas praias de Leme, Copacabana, Arpoador, Ipanema e Leblon, finalizando no Mirante do Leblon.
Algumas dicas de parada neste percurso são o Posto 6, em Copacabana, onde o mar é bem calminho, perfeito para fazer aula de natação ou alugar uma prancha de stand-up paddle. Vale também ir até as Pedras do Arpoador, um dos lugares mais famosos (e lindos) para ver o pôr do sol. Ao longo de toda ciclovia, vale ter a câmera por perto: são muitos os registros incríveis no caminho.
Este roteiro tem 9 quilômetros, o nível de dificuldade é fácil, não necessita de nenhum equipamento ou tipo específico de bicicleta.
Volta na Lagoa Rodrigo de Freitas
A Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, é um dos passeios de bicicleta mais clássicos da cidade. A volta tem visuais lindos, cercado de montanhas, com vários ângulos do Cristo Redentor para admirar. Também é um lugar famoso para fazer piqueniques e alugar pedalinhos. Estacione a bike, estenda uma canga e relaxe em algum gramado ou píer.
Os bairros de Ipanema, Leblon e Jardim Botânico ficam em volta da lagoa e uma dica é esticar o passeio para algum desses lugares, saindo em diferentes pontos da ciclovia. Recomendamos as praias de Ipanema e Leblon, o Jardim Botânico, o Parque Lage e o Parque da Catacumba.
A volta na ciclovia da Lagoa Rodrigo de Freitas tem o total de 7,5 quilômetros. O nível é fácil, para todos os tipos de bicicleta e ciclistas.
Rio histórico
Botafogo, Aterro do Flamengo e Região Portuária
Muitas pessoas não sabem, mas existe uma ciclovia da Zona Sul até o Centro do Rio. O trajeto é lindo, passa por vários cartões postais da cidade e é quase todo à beira-mar.
O ponto de partida, na praia de Botafogo, já impressiona, com o Pão de Açúcar bem à frente. Uma dica é dar uma paradinha na curva entre Botafogo e Flamengo e olhar para trás, para também ver o Cristo Redentor. Sim, dá para ver os dois pontos turísticos mais famosos do Rio ao mesmo tempo.
A ciclovia segue até o Aterro do Flamengo, passando dentro do parque, cheio de árvores, pássaros, chegando à Praia do Flamengo e seguindo até o Museu de Arte Moderna (MAM).
De lá, é preciso adentrar o Centro da cidade, onde você pode fazer um desvio para admirar o Theatro Municipal, na Cinelândia.
Depois, pegue a rua Santa Luzia e continue pelo Boulevard Olímpico, passando pela Praça XV, Igreja da Candelária e Praça Mauá. Siga um pouco mais até o Mural Etnias, o grafite mais longo do mundo, segundo o Guiness Book.
Esse roteiro, apesar de ser fácil, coberto de ciclovias em todo percurso e não ter subidas, é um pouco mais longo. Só de ida, são 9 quilômetros. Além disso, ele deve ser feito, preferencialmente, durante o dia, já que o Aterro do Flamengo e o Centro da cidade não são locais muito seguros à noite. Porém, em qualquer horário, fique atento aos seus pertences.
Subindo a Floresta da Tijuca
da Vista Chinesa ao Alto da Boa Vista
A Floresta da Tijuca é conhecida mundialmente pelos ciclistas. E não é para menos, pedalar nos chamados "Alpes cariocas" é de tirar o fôlego, literalmente. As subidas são técnicas para quem quer treinar e as paisagens são realmente maravilhosas, recompensando o esforço. A boa notícia é que, durante a pandemia, as vias estão fechadas para carros, permitidas apenas para pedestres e ciclistas.
Há quatro caminhos principais para subir e descer a floresta: a estrada Dona Castorina, que leva à Vista Chinesa, no Jardim Botânico; a rua Alice, em Laranjeiras (que leva ao Sumaré e à Estrada das Paineiras); a estrada das Canoas, em São Conrado e a Usina, na Tijuca. Todas elas se conectam no Alto da Boa Vista, onde é possível escolher um desses trajetos para descer.
A subida mais famosa e mais desafiadora é até a Vista Chinesa, a partir do Jardim Botânico, podendo seguir até a Mesa do Imperador.
Para uma pedalada mais longa, vale ir em direção às Paineiras, chegando no Centro de Visitantes. De lá, você pode optar por subir até o Cristo Redentor ou ao Mirante Dona Marta. Se quiser descer, vá pelo Sumaré ou pela própria estrada das Paineiras, chegando na Rua Alice, em Laranjeiras. Essas também são boas sugestões de subida, se você não quiser encarar a inclinação bem íngreme da Vista Chinesa, fazendo o trajeto contrário.
Uma boa dica é que, lá no Alto da Boa Vista, é possível explorar o Parque Nacional da Tijuca, com mais uma infinidade de trajetos para pedalar, cachoeiras, tudo completamente imerso à floresta. A entrada é gratuita e fica próxima à Pracinha do Alto.
A distância em quilômetros vai depender muito do roteiro que você vai fazer, já que são muitas possibilidades, variando de 15 quilômetros a 50 quilômetros. Esses trajetos são de nível avançado, já que as subidas são bem inclinadas e longas. Além disso, é recomendado ter uma bicicleta de marcha.
De Japeri à Arcádia
Este roteiro é ideal para fazer um pedal diferente, saindo das opções mais conhecidas do centro urbano do Rio, mas ainda dentro da região metropolitana. O ponto de partida é Japeri, um município na Baixada Fluminense, que é de fácil acesso pelo trem da Supervia no ramal Japeri-Central.
O trajeto começa ao lado da estação de trem, pegando um trecho da RJ-125. A estrada tem o limite de 60km/h e, apesar de ainda ser uma velocidade alta, é mais amigável e segura para ciclistas do que grandes rodovias.
O caminho é lindo, arborizado, passando pela bucólica cidade de Conrado e pela cachoeira de Santa Branca, uma opção refrescante para descansar (deixe esta parada para a volta, porque se não você vai perder a coragem de continuar o pedal).
O fim da estrada leva à Arcádia, uma antiga estação ferroviária desativada, que hoje dá nome à padaria que marca, literalmente, o fim da RJ-125. Dali é possível fazer o caminho de volta para Japeri ou subir a serra, pernoitando em Miguel Pereira.
A ida e a volta do trecho Japeri a Arcádia somam o total de 50 quilômetros e esse trajeto exige mais experiência no pedal, já que toda sua extensão é em uma estrada compartilhada com carros. É preciso ter mais atenção e cuidado.
Vale ressaltar que há apenas uma subida íngreme, a maior parte do caminho é plano, então uma bike sem marcha dá conta.
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