Caos nos aeroportos deve durar por mais um ano, prevê presidente de aérea
O caos nos aeroportos, com filas, atrasos e cancelamentos, deve durar pelo menos mais um ano. Esta é a expectativa do presidente da companhia americana United Airlines, Scott Kirby. Para ele, a melhora será gradual.
"O maior desafio que temos pela frente, provavelmente, nos próximos 12 meses é todo o desafio de infraestrutura ao redor da aviação. É enlouquecedor para nós na United agora porque... Nos adiantamos à curva, temos contratado [novos funcionários]", revelou Kirby à emissora CNBC na quarta (20).
Ele se refere ao principal motivo para o congestionamento de aeroportos nas principais cidades do mundo: a falta de pessoal.
O caos aéreo, como este fenômeno ficou conhecido, se instaurou com a recuperação abrupta do mercado de viagens depois dos relaxamentos de protocolos de circulação após dois anos de duras restrições devido à pandemia. Com seus quadros de funcionários mais enxutos depois de cortes provocados pela covid-19 e pelo Brexit, aeroportos e companhias têm tido dificuldade de lidar com o grande volume de malas e turistas, especialmente na Europa.
"Você olha para a bagunça que está acontecendo agora no Heathrow ou alguns dos outros desafios que tivemos com o controle de tráfego aéreo e outras coisas que envolvem o sistema.... E o sistema não consegue suportar nossos voos. Então o que fizemos foi diminuir nossa capacidade [das aeronaves]", justificou.
O aeroporto de Heathrow, em Londres, chegou a impor um limite de embarques diários para poder melhor lidar com o enorme volume de passageiros e bagagens "encalhados" em seus corredores.
"Todos os custos ainda estão aqui porque estamos preparados para ser uma companhia muito maior — temos os funcionários para ser uma companhia muito maior, mas seremos m enores até que o sistema possa suportar", anunciou. Portanto, a companhia não deve aumentar o número de bilhetes disponíveis a venda nem tão cedo.
A United se junta a outras companhias americanas e europeias que enxugaram a programação de verão para minimizar o caos. A Luftansa e a Air France/KLM decidiram cancelar centenas de voos e limitar a venda de novos bilhetes para poder acomodar as remarcações de quem já teve seu assento em um voo cancelado nesta temporada.
Já a Delta decidiu mandar um avião vazio, sem passageiros, até Heathrow para tentar recuperar cerca de mil malas perdidas.
"Nós já estamos vendo progresso em algumas porções do sistema [de tráfego aéreo]. Nossa suposição é de que vá melhorando gradualmente, mas que não voltemos aos níveis normais de utilização [das aeronaves] e níveis normais de funcionários até o próximo verão", acredita. Ele se refere ao verão americano, entre junho e setembro de 2023.
Ele ainda deixou um conselho para quem pretende viajar no fim de ano.
"Infelizmente, ainda terão menos assentos disponíveis. [...] Então você provavelmente deveria reservar com antecedência para o Natal. Vamos voar menos para garantir que tenhamos confiabilidade", alertou.
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