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Caos nos aeroportos deve durar por mais um ano, prevê presidente de aérea

Terminal 2 no Aeroporto de Heathrow, em Londres, no início de julho - REUTERS/Henry Nicholls/
Terminal 2 no Aeroporto de Heathrow, em Londres, no início de julho Imagem: REUTERS/Henry Nicholls/

De Nossa

22/07/2022 15h55

O caos nos aeroportos, com filas, atrasos e cancelamentos, deve durar pelo menos mais um ano. Esta é a expectativa do presidente da companhia americana United Airlines, Scott Kirby. Para ele, a melhora será gradual.

"O maior desafio que temos pela frente, provavelmente, nos próximos 12 meses é todo o desafio de infraestrutura ao redor da aviação. É enlouquecedor para nós na United agora porque... Nos adiantamos à curva, temos contratado [novos funcionários]", revelou Kirby à emissora CNBC na quarta (20).

Ele se refere ao principal motivo para o congestionamento de aeroportos nas principais cidades do mundo: a falta de pessoal.

O caos aéreo, como este fenômeno ficou conhecido, se instaurou com a recuperação abrupta do mercado de viagens depois dos relaxamentos de protocolos de circulação após dois anos de duras restrições devido à pandemia. Com seus quadros de funcionários mais enxutos depois de cortes provocados pela covid-19 e pelo Brexit, aeroportos e companhias têm tido dificuldade de lidar com o grande volume de malas e turistas, especialmente na Europa.

"Você olha para a bagunça que está acontecendo agora no Heathrow ou alguns dos outros desafios que tivemos com o controle de tráfego aéreo e outras coisas que envolvem o sistema.... E o sistema não consegue suportar nossos voos. Então o que fizemos foi diminuir nossa capacidade [das aeronaves]", justificou.

Aviões da United Airlines, no aeroporto internacional de São Francisco, Califórnia - Chameleonseye/Getty Images - Chameleonseye/Getty Images
Aviões da United Airlines, no aeroporto internacional de São Francisco, Califórnia
Imagem: Chameleonseye/Getty Images

O aeroporto de Heathrow, em Londres, chegou a impor um limite de embarques diários para poder melhor lidar com o enorme volume de passageiros e bagagens "encalhados" em seus corredores.

"Todos os custos ainda estão aqui porque estamos preparados para ser uma companhia muito maior — temos os funcionários para ser uma companhia muito maior, mas seremos m enores até que o sistema possa suportar", anunciou. Portanto, a companhia não deve aumentar o número de bilhetes disponíveis a venda nem tão cedo.

A United se junta a outras companhias americanas e europeias que enxugaram a programação de verão para minimizar o caos. A Luftansa e a Air France/KLM decidiram cancelar centenas de voos e limitar a venda de novos bilhetes para poder acomodar as remarcações de quem já teve seu assento em um voo cancelado nesta temporada.

Passageiros no Aeroporto de Fiumicino, em Roma, em 17 de julho - AFP - AFP
Passageiros no Aeroporto de Fiumicino, em Roma, em 17 de julho
Imagem: AFP

Já a Delta decidiu mandar um avião vazio, sem passageiros, até Heathrow para tentar recuperar cerca de mil malas perdidas.

"Nós já estamos vendo progresso em algumas porções do sistema [de tráfego aéreo]. Nossa suposição é de que vá melhorando gradualmente, mas que não voltemos aos níveis normais de utilização [das aeronaves] e níveis normais de funcionários até o próximo verão", acredita. Ele se refere ao verão americano, entre junho e setembro de 2023.

Ele ainda deixou um conselho para quem pretende viajar no fim de ano.

"Infelizmente, ainda terão menos assentos disponíveis. [...] Então você provavelmente deveria reservar com antecedência para o Natal. Vamos voar menos para garantir que tenhamos confiabilidade", alertou.