Com capacidade de visitas ampliada, Machu Picchu vê ingressos esgotarem
Depois de anunciar a muito criticada — especialmente por grupos de estudiosos ligados à preservação do sítio arqueológico — ampliação da capacidade máxima de visitantes diários de Machu Picchu, o governo do Peru informou nesta quarta (27) que os ingressos para visitar o local já estão totalmente esgotados até, pelo menos, 19 de agosto.
O limite anterior de visitantes era de 3.044 pessoas por dia. Em 17 de julho, este número passou para 4.044 pessoas que podem ser recebidas diariamente na cidadela de pedra, reconhecida como uma das sete maravilhas do mundo moderno, segundo diretriz do Ministério da Cultura peruano na ocasião.
"É uma medida temporária que só ficará válida até 31 de dezembro. Se as condições não forem cumpridas, voltamos à capacidade anterior", disse à AFP um funcionário do ministério. Por meio do documento de terça, as autoridades ainda garantirem que todas as alterações foram feitas levando em consideração a conservação da propriedade para evitar "danos irreparáveis" de acordo com recomendações da Unesco ao governo do Peru.
Mesmo, o aumento do máximo permitido não tem sido suficiente para conter o enorme fluxo de turistas que retornam a Machu Picchu após dois anos de pandemia e ingressos não podem ser encontrados para o período anterior a 19 de agosto "em qualquer canal oficial", seja presencialmente ou na bilheteria digital.
"Diante das queixas de cidadãos locais e turistas estrangeiros que chegaram a Cusco para os feriados nacionais e não puderam conseguir um ingresso para visitar Llaqta, Inca, a diretora da Diretoria Descentralizada de Cultura de Cusco (DDC), Mildred Fernández, se encontrou em Machu Picchu com autoridades e residentes, buscando uma solução para o problema e anunciando que a capacidade permitida já está em seu limite máximo", relata o comunicado.
"Pedimos aos cidadãos que planejem suas visitas à cidadela inca com a devida antecedência, para que não se deixem surpreender com ofertas turísticas inexistentes e evitar as desnecessárias aglomerações que vêm acontecendo pela desinformação gerada. Por isso mesmo, recomenda-se aos turistas que, ao adquirir um pacote de viagem, este contenha os bilhetes de ingresso a Machu Picchu de forma física", alertaram ainda as autoridades do Ministério da Cultura.
Os ingressos para Machu Picchu são pessoais e intransferíveis e autorizam o acesso apenas em uma faixa horária delimitada. David Ugarte, ex-diretor de Cultura de Cusco, região onde fica a cidadela e antiga capital do Império Inca, expressou sua indignação com o fluxo exagerado de turistas.
"A intenção de aumentar a carga máxima sempre existiu. Isso vem de um mercantilismo selvagem que parte de não entender o que significava a memória histórica que Machu Picchu e que devemos preservar para sempre", disse Ugarte ao jornal La Republica.
A cidadela foi construída na época do imperador inca Pachacútec, no século 15 e, antes da pandemia de covid-19, recebia diariamente 4.100 visitantes — um valor pouco maior do que o limite atual —, segundo dados oficiais obtidos pela AFP.
Durante 2021, cerca de 447.800 pessoas visitaram a cidadela, longe dos 1,5 milhão que recebeu em 2019. Em 2020, quando ficou fechada por oito meses devido à pandemia, teve apenas 274.500 visitantes. No primeiro semestre deste ano, cerca de 400 mil pessoas entraram no local histórico.
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