Após ingressos no Machu Picchu esgotarem, Peru aumenta limite de turistas
Após ver ingressos para visitar Machu Picchu se esgotarem até a metade de agosto, o governo do Peru decidiu aumentar mais uma vez o limite máximo de turistas por dia na cidadela inca.
A partir de agora, 5.044 visitantes por dia podem entrar no Patrimônio Histórico da Humanidade segundo a Unesco.
A medida foi anunciada pelo ministro de Comércio Exterior e Turismo, Roberto Sánchez Palomino, nesta quinta-feira (28).
"Em coordenação com o Ministério da Cultura do Peru, e o ministro Alejando Salas e depois da decisão tomada em sessão de maneira extraordinária para a alta temporada se concordou em ampliar a capacidade até 5.044 visitantes por dia em Llaqta Machu Picchu", esclareceu o ministro em seu perfil oficial no Twitter.
Em 17 de julho, o limite anterior de visitantes era de 3.044 pessoas por dia já havia sido ampliado para 4.044 pessoas que podem ser recebidas diariamente na cidadela de pedra, reconhecida como uma das sete maravilhas do mundo moderno, segundo diretriz do Ministério da Cultura peruano na ocasião.
Mesmo o aumento do máximo permitido não foi sido suficiente para conter o enorme fluxo de turistas que retornam a Machu Picchu após dois anos de pandemia. Na terça, o Ministério da Cultura informou que ingressos já não podiam ser encontrados para o período anterior a 19 de agosto "em qualquer canal oficial", fosse presencialmente ou na bilheteria digital.
Os ingressos para Machu Picchu são pessoais e intransferíveis e autorizam o acesso apenas em uma faixa horária delimitada.
"Pedimos aos cidadãos que planejem suas visitas à cidadela inca com a devida antecedência, para que não se deixem surpreender com ofertas turísticas inexistentes e evitar as desnecessárias aglomerações que vêm acontecendo pela desinformação gerada. Por isso mesmo, recomenda-se aos turistas que, ao adquirir um pacote de viagem, este contenha os bilhetes de ingresso a Machu Picchu de forma física", alertaram ainda as autoridades do Ministério da Cultura.
Ampliação de limite é polêmica
O governo do Peru foi muito criticado — especialmente por grupos de estudiosos ligados à preservação do sítio arqueológico — pela primeira ampliação da capacidade máxima de visitantes diários de Machu Picchu.
"É uma medida temporária que só ficará válida até 31 de dezembro. Se as condições não forem cumpridas, voltamos à capacidade anterior", disse à AFP um funcionário do ministério. Por meio do documento de terça, as autoridades ainda garantirem que todas as alterações foram feitas levando em consideração a conservação da propriedade para evitar "danos irreparáveis" de acordo com recomendações da Unesco ao governo do Peru.
David Ugarte, ex-diretor de Cultura de Cusco, região onde fica a cidadela e antiga capital do Império Inca, expressou sua indignação com o fluxo exagerado de turistas.
"A intenção de aumentar a carga máxima sempre existiu. Isso vem de um mercantilismo selvagem que parte de não entender o que significava a memória histórica que Machu Picchu e que devemos preservar para sempre", disse Ugarte ao jornal La Republica.
A cidadela foi construída na época do imperador inca Pachacútec, no século 15 e, antes da pandemia de covid-19, recebia diariamente 4.100 visitantes — um valor pouco maior do que o limite atual —, segundo dados oficiais obtidos pela AFP.
Durante 2021, cerca de 447.800 pessoas visitaram a cidadela, longe dos 1,5 milhão que recebeu em 2019. Em 2020, quando ficou fechada por oito meses devido à pandemia, teve apenas 274.500 visitantes. No primeiro semestre deste ano, cerca de 400 mil pessoas entraram no local histórico.
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