5 anos velejando sozinho: ator Max Fercondini lança livro sobre a aventura
Com objetivo de ressignificar sua vida e sair da zona de conforto, Max Fercondini passou os últimos cinco anos navegando pelos mar Mediterrâneo e o oceano Atlântico.
O ator e produtor audiovisual, de 36 anos, se aventurou no desconhecido e percorreu sozinho mais de 20 mil milhas (cerca de 32 mil quilômetros) em um veleiro.
Em entrevista a Nossa, o ator conta que sempre teve interesse por expedições e desbravar o desconhecido, e essa viagem acabou se tornando em um momento para ele se auto conhecer.
"No mar eu aprendi que se tem uma pessoa responsável pelo seu sucesso ou fracasso, essa pessoa é você", diz.
Para navegar é necessário conduzir o barco com firmeza e responsabilidade, mas sem abrir mão da sensibilidade para apreciar as lições que a vida e a natureza nos presenteiam"
Intitulado de "Mar Calmo Não Faz Bom Marinheiro", a segunda obra literária de Max, foi lançada para contar um pouco sobre as viagens que ele fez pela Europa. Entre os destinos visitados pelo ator estão Espanha, Portugal, Inglaterra, França, Itália, Martinica, Bonaire, Curaçao, Saint Lucia, Gibraltar, Açores, Córsega, Sardenha e ilhas Baleares.
Cada lugar por onde eu passei teve um atrativo, seja pelo contato com a natureza como Bonaire, por exemplo, que tem uma vida marinha incrível, ou algo mais cultural como vi na cidade de Málaga, na Espanha"
Antes de sair navegando, Max fez cursos de vela e tirou todas as carteiras de habilitação necessárias, e hoje já tem três travessias oceânicas no currículo.
Aprendizados e dificuldades
No livro, o autor escreve sobre aprendizados vivenciados. "Uma vez mais o mar me testou e me mostrou o quão importante é ser um homem de controle em casos imprevisíveis. Procurei manter o controle. Não adianta perder a cabeça diante das adversidades".
Com essa viagem, ele também aprendeu a ser mais humilde, a confrontar seus valores culturais, porque viveu em países com tradições diferentes, e a ser mais tolerante com o outro e consigo mesmo.
Entre as principais dificuldades enfrentadas, o ator diz que navegar sozinho no começo foi bem difícil em razão da pouca experiência de navegação que ele tinha, cerca de nove meses.
Fui logo encarar o mar Mediterrâneo, que é bastante movimentado, o estreito de Gibraltar, um trecho difícil pela movimentação dos barcos, que entram e saem do Meditarranêo, e o Oceano Atlântico, por conta do seu 'temperamento'"
"É uma dificuldade lidar com fator externo. O mar é muito grande e a gente é pequeno frente à natureza, mas isso me seduz a navegar e sempre estar exposto ao inesperado, que muitas vezes pode ser bom", completa.
Apesar de a solidão ter sido outra barreira enfrentada, já que depois de nove anos casado essa foi a primeira viagem longa que o ator vivenciou sozinho, ela acabou virando solitude. "Quando se descobre o prazer de estar com você, se cuidando e dando atenção, a solidão não é tão ruim", completa Max.
Aventura na veia
Antes de decidir virar velejador, Max viveu outras aventuras. Aos 22 anos, tornou-se piloto privado de aviões e, depois de sete anos, fez sua primeira expedição aérea pelo Brasil ao lado da ex-mulher, Amanda Richter.
Na sequência, quis viver intensamente pela terra e percorreu mais de 21 mil quilômetros pelas estradas de seis países da América do Sul. Foram seis meses viajando em um motorhome novamente com Amanda.
Essa aventura rendeu o primeiro livro do ator, que foi lançado em 2017, junto com a atriz, intitulado de "América do Sul Sobre Rodas: Relatos, Guias e Dicas". Deslize a galeria abaixo e veja imagens dessas aventuras:
Para quem acha que o lançamento do novo livro trouxe fim para a vida no mar, está enganado. Com o barco atracado na Europa, Max pretende em breve navegar novamente. Ele vai sair dos Açores, voltar para Portugal e entrará novamente no Mediterrâneo para começar a gravar a próxima expedição: Sob as Ondas. Essa viagem deve durar entre dois e dois anos e meio, com término na Turquia.
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