Kylie Jenner ganha bolsa de R$ 500 mil; entenda por que a peça é tão cara
Kylie Jenner virou notícia nesta sexta (12) após documentar parte de sua festa de aniversário em um barco no TikTok e mostrar um mimo para lá de luxuoso que ganhou da mãe, Kris Jenner.
A empresária do ramo de cosméticos foi presenteada com uma versão rara da Birkin bag, uma bolsa da grife Hermès que estaria avaliada em US$ 100 mil ou pouco mais de R$ 500 mil, segundo o Daily Mail.
Mas, afinal, por que a peça é tão cara?
A própria Kylie explica no vídeo que a peça é bastante rara: neste modelo tricolor, só três peças foram produzidas e, de acordo com a lei da oferta e da demanda, especialmente no mercado do alto luxo, isto a tornaria uma peça de colecionador, colocando sua etiqueta nas alturas.
Se a quantidade explica o preço, outro motivo torna o presente tão icônico. Ao longo dos anos, a Birkin bag se tornou não só um símbolo de status e alto poder aquisitivo, mas de elegância e muito estilo em suas diversas iterações e isso tem a ver com sua história e com a mulher que a inspirou: a cantora e atriz britânica Jane Birkin.
Quem é Jane Birkin?
Hoje aos 75 anos, Jane Birkin foi uma das principais "it-girls" dos anos 60 e 70. Ela se tornou conhecida por participações em filmes como "Blow-Up: Depois Daquele Beijo" (1966), de Michelangelo Antonioni e, mais notavelmente, por sua parceria musical com Serge Gainsbourg, que viria a ser seu companheiro e com quem tem uma filha, a diretora e atriz Charlotte Gainsbourg (de "Ninfomaníaca").
Foi justamente ao lado de Serge que ela se tornou um símbolo de irreverência. Ela escandalizou a sociedade em 1969 com o lançamento da faixa "Je t'aime, moi non plus", tida como sexualmente explícita graças aos seus sussurros e à letra sugestiva.
Também seu modo de vestir influencia ainda hoje o que é conhecido como "french girl style" (estilo das francesas, em tradução livre), muito embora ela seja inglesa. Isto porque Jane fez da França seu lar há décadas e se solidificou no imaginário internacional com direito a muito jeans, peças xadrez, camisetas batas despojadas, franjas e uma certa displicência com a própria aparência que a tornavam interessante.
Foi desta displicência ou "je ne sais quoi" (um "não sei bem o quê") que nasceu, justamente, a Birkin bag. Jane ostentava bolsas-cesto em palha, também conhecidas como portuguesas, por onde ia — e era fotografada, sempre muito cheia de pertences pessoais. Era uma marca pessoal que rendeu assunto em um encontro histórico.
No avião com Dumas
Segundo a própria grife Hermès, uma coincidência levou à bolsa "de ouro". Em 1984, o então presidente da grife Jean-Louis Dumas sentou-se ao lado de Birkin em um voo de Paris a Londres. Ela então reclamou ao executivo que não conseguia encontrar boas bolsas em que coubesse tudo o que ela precisava carregar como mãe de crianças pequenas. Dumas anotou a sugestão, literalmente.
Ainda durante o voo, ele teria imediatamente rascunhado alguns designs para uma bolsa retangular, com tampa e costura, como os cestos que Jane favorecia, com resultado bastante parecido a uma versão menor da mala de mão que a Hermès fabricava desde 1900. A intenção era que ali coubessem as mamadeiras que ela tanto precisava carregar.
A ideia foi um grande sucesso. Ao longo dos anos, a bolsa se valorizou e ganhou versões limitadas regulares, resultado de parcerias milionárias ou outras efemérides — como também faz um outro caso de sucesso fashion, o tênis Air Force 1, da Nike.
Fashionistas do mundo todo cobiçam e, eventualmente, incorporam a Birkin ao seu armário, das Kardashians à Marina Ruy Barbosa. Mais do que ícone da moda, ela foi incorporada à cultura pop e passou a figurar em filmes e séries. Se Manolo Blahniks eram o Graal de Carrie, as Birkins eram o de Samantha em "Sex and the City" (1998-2004).
É o caso também de "Gilmore Girls" (2000-2007) em que Rory Gilmore (Alexis Bledel) ganha a bolsa do namorado Logan (Matt Czuchry), mas não sabe bem o que é. Contente com o presente, ela faz um uso despojado parecido com o de Jane, enquanto a avó fica indignada por nunca ter ganhado um presente tão fino.
Jane, por sua vez, foi de musa a uma espécie de embaixadora da criação que inspirou e desde seu nascimento frequentemente surge em público com uma das variantes. Em 2015, no entanto, a relação quase foi estremecida por um pedido da atriz para que a marca deixasse de fabricar a versão em couro de crocodilo depois que a PETA denunciou crueldade animal em um dos criadouros da grife.
Caso a Hermès não topasse, Jane ainda pediu que seu nome fosse então retirado do modelo em questão. No entanto, segundo o jornal britânico The Guardian, a companhia resolveu as irregularidades e teria feito as pazes com sua eterna musa, enfim. O ícone, desde então, segue firme e forte.
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