Banho de petróleo faz sucesso no Azerbaijão com promessa de cura de doenças
Ao redor do mundo, petróleo é sinônimo de dinheiro. No Azerbaijão, porém, o chamado "ouro negro" é também visto como fonte de saúde.
No país, existe uma cidade chamada Naftalan onde operam diversos spas que oferecem um serviço inusitado: nos estabelecimentos, turistas mergulham em um tipo de petróleo com propriedades tidas como curativas, capazes de sanar problemas envolvendo partes do corpo como pele, músculos e articulações.
A imersão no líquido escuro é, via de regra, realizada em banheiras: o petróleo costuma ser aquecido até uma temperatura próxima dos 40ºC e, então, cobre o paciente quase que por completo.
E há também a opção de procedimentos mais direcionados, com a substância aplicada com pincéis sobre a região específica do corpo que sofre com o problema.
Os tratamentos são populares entre habitantes do Azerbaijão e nações vizinhas, como Uzbequistão, Cazaquistão e até a Rússia.
Anualmente, Naftalan é visitada por milhares de turistas, que vão até lá para tentar curar desde reumatismo até pequenas inflamações da pele.
E, por conta dessa demanda, a cidade é equipada com diversos hotéis e spas, que aproveitam para oferecer outros tratamentos e atividades benéficas para o público, como aromaterapia, sessões de sauna, aulas de ioga e até fisioterapia, criando um verdadeiro mercado do bem-estar no destino.
Lenda, declínio e ressurgimento
O Azerbaijão é uma nação com grandes reservas de petróleo. E, no país, há uma antiga história que fala dos supostos poderes de cura do "ouro negro" que é encontrado na região de Naftalan, cidade que fica a aproximadamente 330 quilômetros da capital, Baku
.Segundo a lenda, as propriedades curativas do petróleo local foram identificadas pela primeira vez, há séculos, por um comerciante da Rota da Seda.
O homem viajava acompanhado por diversos camelos e, na altura do que é hoje Naftalan, um dos animais ficou doente e foi abandonado no meio da estrada, perto de um buraco inundado por petróleo. O camelo, então, teria caído no líquido e, em pouco tempo, recuperado sua vitalidade.
Há também relatos, que remontam a séculos, de pessoas usando o petróleo da área em tratamentos de saúde.
Na época da União Soviética, Naftalan virou um grande centro de spas, com habitantes de todas as repúblicas socialistas viajando até a cidade em busca dos procedimentos tidos como curativos realizados com a substância.
No anos 1990, após a dissolução da União Soviética, o lugar entrou em decadência, mas, no século 21, com novos investimentos em seu setor hoteleiro, voltou a ser um dos principais destinos de turismo de saúde do Azerbaijão.
Acompanhamento médico
Todos os tratamentos com petróleo em Naftalan são feitos sob orientação direta de médicos que trabalham nos spas — e que afirmam que a substância tem realmente propriedades capazes de curar problemas de saúde.
A quantidade de petróleo despejada nas banheiras é determinada por esses profissionais, de acordo com o tipo de tratamento realizado (e pode, inclusive, chegar a cobrir quase todo o corpo do paciente, indo até a linha do pescoço).
Quando colocado quente na banheira, o petróleo solta um cheiro forte e não muito agradável.
E, após sair da imersão, a pessoa precisa da ajuda de um profissional para tirar o pegajoso líquido da pele, com o uso de espátulas e esponjas.
Um longo banho vem logo a seguir e, nos dias seguintes, tudo se repete: os tratamentos costumam durar mais de uma semana e chegam a custar algumas centenas de dólares.
Pela popularidade desse destino do Azerbaijão, o processo parece valer a pena.
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