'Tia dos tapetes': Mulher faz sucesso ao decorar casa com mais de 300 peças
A residência da dona de casa Darlene Durães, 53, em Ribeirão das Neves (MG), chama atenção dos visitantes por algo incomum: a quantidade de tapetes e cortinas sobrepostas em todos os cômodos. Com o marido sempre viajando devido às demandas do trabalho, Darlene encontrou na tapeçaria uma forma de espantar a solidão e trazer mais cor para o chão e as paredes.
A residência fez sucesso quando, em junho do ano passado, o amigo de uma das filhas dela foi convidado para um jantar e, ao chegar lá, se deparou com o cenário inusitado. O maquiador Victor Do Espírito Santo, 24, contou a Nossa que sempre soube que a casa da mãe da amiga era assim — mas foi inevitável se sentir surpreso ao chegar lá.
"Eu já imaginava que teriam alguns [tapetes], mas não até nas paredes. Ela tem até dentro da pia da cozinha", disse ele. "Chocado, a primeira coisa que pensei foi registrar. Peguei o celular, sem nenhuma pretensão do vídeo bombar. Mas, no outro dia, já tinha bombado."
O vídeo atualmente tem mais de 1,9 milhão de visualizações e, segundo Victor, mesmo um ano depois, não para de receber curtidas e comentários. "Disparado, o que as pessoas mais comentam é: 'Ai, minha rinite. Espirrei só de ver'. Tem gente que acha legal, tem gente que fica preocupado. As opiniões são bem divididas", diz ele, que classifica dona Darlene como uma mulher "muito feliz e alto astral".
Depois da primeira visita à casa da mãe da amiga, Victor diz que não deixou mais de frequentar o local. Os dois moram próximos e um sempre está visitando o outro. O maquiador já publicou mais imagens da casa da amiga, que ganhou o apelido de "Tia do Tapete".
'Se vai adoecer, não assiste aos vídeos'
A Nossa, Darlene contou que começou a decorar a casa com tapetes e cortinas há alguns anos, na tentativa de trazer vida e cor para a residência, onde passa a maior parte do tempo sozinha.
"Eu gosto de tudo colorido! Muitas pessoas criticam a quantidade de tapetes e cortinas, falam que só de ver passam mal, ataca a rinite, mas eu não quero isso. Quero que as pessoas fiquem alegres, igual a mim. Eu sou muito feliz com isso. Eu sempre falo: 'Se vai adoecer, não assiste aos vídeos'. Eu não quero ninguém doente", brinca ela.
A história com a coleção de tapetes e cortinas começou há alguns anos. Devido ao trabalho do marido, que é operador de máquinas industriais, dona Darlene se mudou diversas vezes pelo Brasil. "Eu já morei no Pará, em Tocantins, já andei muito atrás do meu marido e via todo mundo em casa com muita tristeza, toda casa era triste, então eu comecei a imaginar. Não sei costurar, não sei cozinhar muito bem, só sei limpar e adoro o cheiro de casa limpa", explica ela.
A ideia de colocar tapetes em todos os cômodos surgiu da vontade de ter uma casa colorida e cheirosa. "Eu lavo os tapetes e cortinas semana sim e semana não. Eu não gosto de colocá-los na casa muito seco. Eu gosto da umidade porque o cheiro de limpeza, do amaciante, é gostoso", explica.
Cada semana, é um cômodo por vez. Darlene não sabe quantos tapetes tem pela casa, mas estima que sejam ao menos 300. Já as cortinas, são 11 só na sala de estar. "Eu gosto de deitar e ficar olhando minha casa colorida."
Para colocar os tapetes no chão, Darlene afirma que tem uma técnica especial. "Geralmente eu coloco um grandão embaixo e os demais em cima. O tapete de cima é bom porque eu posso tampar o desgaste daqueles mais velhos. Tem gente que acha isso feio, mas fica linda a minha casinha."
As preferências na hora de comprar cada peça são muito simples: "Eu gosto de cores, do que é colorido. Não gosto de cortina de renda e nem das que são brancas, porque a primeira rasga e a segunda suja fácil. Eu gosto das que são de pano, vermelhas, verdes, lilás... porque tem flores desenhadas."
O estilo também é refletido no dia a dia da dona de casa. "Eu gosto de usar vestido todo rosa, vermelho. Gosto de me maquiar. Às vezes, uso as unhas grandes e outras vezes, pequena. Sou muito vaidosa."
Apesar do reconhecimento como "Tia do Tapete", Darlene diz que só ganhou um tapete uma vez.
"Foi há algum tempo, na Bahia. Uma amiga resolveu fazer para mim, para eu colocar na porta. Ela me entregou numa quarta-feira e prometeu me dar mais. Só que, na sexta-feira daquela mesma semana, ela morreu. Fiquei muito triste. Ela fazia tapetes lindos. Deixei o que ela me deu guardado com muito carinho, de recordação. Usei tanto que já está até desgastado, mas pretendo arrumar."
Para entrar no templo dos tapetes, Darlene impõe apenas uma regra: tirar os sapatos. "Não gosto que entrem com as bactérias das ruas. Você não vai sentir dor nenhuma na minha casa porque ela é toda forrada", explica. "Além disso, os meus tapetes não são apenas de enfeite. Eu gosto de deitar neles também. Quem vem aqui, como meus netos, também aproveitam."
Apesar de viver grande parte do tempo sozinha, a dona de casa tem três filhos e oito netos e sempre deixa as portas abertas para as visitas: "Todo mundo que vem aqui, gosta do cheiro da casa, porque cada lugar tem um. Eu amo meus tapetes. Se eu ficar sem eles, entro em depressão. Sou muito feliz aqui e gostam que venham", finaliza.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.