Casal passou por 5 equipes até terminar a construção da casa: 'Perrengue'
Três andares, ambientes integrados, toda de vidro, com dois quartos de casal e um ateliê. A casa tão sonhada pela artista e designer de moda Amanda Mol (@molamanda) e o publicitário Thales Figueiredo era assim no desenho à mão livre feito por eles, no começo do relacionamento. Mas você não imagina o estranhamento que causou na família, nos amigos e nos profissionais que tocaram a obra.
Afinal, ela fugia dos padrões, entrando no estilo de um loft, escolhendo uma janela maior, um living praticamente sem paredes e outras ideias fora do padrão. "Nós nos atrevemos a desenhar tudo o que queríamos e levamos a um engenheiro, que desenhou e viu que era possível. Seguimos em frente assim, sem saber que teríamos tantas dificuldades", ri Amanda.
Era agosto de 2020, um dos períodos de maior alta na construção civil no Brasil — tanto de insumos quanto de mão de obra.
"Passamos por 5 equipes de profissionais. Comecei a compartilhar tudo no Instagram @_parisberlin. Tive um período de tanta estafa que parei de postar", ela lembra.
Afinal, os perrengues eram dos mais variados. Renderam uma coleção de histórias.
Vínhamos todos os dias, por 13 meses, visitar a obra. Era muito estresse com materiais acabando, outros desaparecendo, infiltração. Só me recuperei do trauma de construção quatro meses depois"
Soluções diferentes
"Não espere encontrar fornecedores glamourosos", já avisa Amanda. "O que fizemos de marcenaria, que costuma ser o mais caro, foram os armários da cozinha", explica. Os vidros também foram uma parte cara. No mais, as vigas são aparentes, o piso é de cimento queimado e eles evitaram esquadrias de alumínio.
No mobiliário, a mesa de jantar tem no tampo uma porta. "E nas paredes tem o meu trabalho, muitos quadros, exatamente como pensei: como superfícies para eles", conta Amanda. As tapeçarias que ela produz e as telas abstratas fazem companhia a móveis garimpados e outros comprados aos poucos, sem pressa, já que a leveza domina a rotina do casal.
"Uma coisa incomum é ter dois quartos de casal que se interligam. Fizemos cada um personalizado, para que pudéssemos usar cada um como quisermos. No dia em que eu quiser ler até mais tarde, vou para o outro quarto e assim cada um mantém sua individualidade", conta Amanda.
Fora das medidas
"O resultado ficou exatamente como desenhamos no início. É tudo fora das medidas, banheiro grande e quarto pequeno, o que gerou muitos questionamentos, mas gostamos assim", ri.
A casa tem nossa assinatura, nosso estilo, nossa vibe. Nossa linha criativa a guiou. Ela é mais uma manifestação da nossa criatividade e somos felizes por isso"
Para Amanda e Thales, toda casa precisa evitar se encaixar no estilo de outra pessoa. Por isso eles decidiram fazer com as próprias mãos do desenho à decoração. "Foi por puro autoconhecimento", reforça.
A cada semana eles mudam as coisas de lugar, diante de um living que possibilita essas transformações. Nos 220 m², as plantas são sempre bem-vindas. "Vemos o verde por todas as janelas e isso é muito importante também", conta Amanda.
Em breve o terceiro andar vai virar uma espécie de mirante para as montanhas de Varginha, onde está. Nada mais inspirador para criadores efusivos, como eles. Amanda está na fase dos temas abstratos para suas telas, e não poderia ter melhor ateliê do que na casa que ela mesma traçou. "Ver a lua de dentro da casa é algo transformador na nossa vida", conta. Visão merecida, não?
Dicas da Amanda para dar sua personalidade à casa
- Coloque limites. "Não siga tendências, a sua casa tem que ter a sua cara e não a cara do arquiteto ou de outra pessoa. Entenda de que forma a casa pode abraçar o seu estilo de vida, que tem toda a liberdade de ser "fora do padrão".
- Conheça a si mesmo. "Perceba do que você gosta quando viaja e fica hospedado num Airbnb ou numa pousada, traga esses elementos pro seu lar também (a gente sempre brincava falando que queríamos que a nossa casa parecesse uma pousada, e ela parece!)
- Diga não às soluções padronizadas, mas busque profissionais que tenham mente aberta. Às vezes o profissional de construção não está acostumado a ideias diferentes por nunca ter feito um serviço como aquele. É preciso dar referências e escolher o profissional adequado para contratar.
@s que me inspiram
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