Rústico e sem luxo: castelo onde morreu a rainha tem chalés para aluguel
A preferência da realeza britânica pelos verões escoceses ultrapassa séculos. Em especial na área perto de Aberdeen, noroeste do país, onde fica o castelo de Balmoral. A propriedade particular da família Windsor (não é da coroa), fica a 80 quilômetros de Aberdeen, em um vasto campo rodeado por montanhas, rios e florestas.
Sim, idílico. Uma prova de que a rainha Elizabeth, que frequentava o local desde criança, tinha bom gosto. Era assumidamente seu lugar preferido, onde escolheu se isolar durante a pandemia e onde veio a morrer, nos transmitindo que seus 96 anos se concluíram efetivamente em um lugar de paz para ela.
Se enquanto a rainha estava viva Balmoral já despertava curiosidade de turistas, a tendência de uma peregrinação aumentou com o destaque que o castelo ganhou na narrativa da família real. Vários momentos marcantes da história dos Windsors estão ligados ao local: o início do namoro de Charles e Diana, a lua de mel dos dois no endereço, o momento em que a notícia da morte de Diana, há 25 anos, foi dada enquanto Elizabeth II e seus netos estavam passando as férias de verão.
Ficou tão marcante que filmes como "Spencer", "Vitória e Abdul", "Sua Majestade", "Mrs. Brown" e "A Rainha", assim como a série "The Crown", têm várias passagens em Balmoral.
Diferentemente de Windsor, que é um castelo da coroa e que tem visitação pública, Balmoral é de posse pessoal da família há 170 anos. A diferença é que foi o marido da rainha Vitória, Príncipe Albert, que arrendou o que existia no terreno, portanto não classificou como um uso do Estado.
Ele planejou a construção do belo castelo de estilo renascentista escocês e gótico, construído em granito local e organizado em duas seções com pátios no meio de cada uma delas. Ao longo dos séculos, outras alterações foram feitas, incluindo construções de residências dentro do terreno, aproximadamente 150 edifícios que incluem Birkhall, usada agora pelo rei Charles 3º e a rainha consorte nas férias de verão e Craigowan Lodge que é usado pela família e amigos.
Desde os anos 1930 Balmoral passou a receber visitação pública, mas apenas em períodos nos quais a propriedade está vazia, e na parte externa.
Aqui algumas dicas para quem quer visitar Balmoral porque, sim, há como se hospedar lá, pois há seis prédios menores na propriedade que são alugados como casas de férias.
Onde fica
O castelo de Balmoral fica a quase um quilômetro da pequena cidade de Crathie, uma vila em Aberdeenshire, Escócia, na margem norte do rio Dee. Se sair de Londres de carro, é uma viagem de quase 9 horas (cerca de 800 quilômetros), mas, se voar ou for de trem, é preciso parar em Aberdeen e encarar uma viagem de mais 1h30 de até Crathie, porque o castelo fica a cerca de 80 quilômetros da cidade.
Além de Balmoral, há outro castelo na região, Abergeldie, construído por volta de 1550. É também onde fica a sede da destilaria Royal Lochnagar, único produtor de um single malt Deeside.
A capela de Crathie Kirk, conhecida mundialmente pelas fotos da Família Real, também é aberta à visitação.
A hospedagem
Se quiser ficar colado ao castelo, há uma seleção de casas de férias disponíveis para aluguel semanalmente.
Os Colt Cottages, que são mais acessíveis e estão perto do castelo, passaram a ser alugados de segunda a segunda-feira desde o ano passado. Cada casa é composta por sala com área de jantar, cozinha, quarto duplo, quarto individual e banheiro com chuveiro.
Outro chalé disponível é o Karim Cottage, também pertinho do castelo, que é alugado de sábado a sábado. O bangalô é composto por sala de estar, sala de jantar, dois quartos duplos, banheiro familiar e sala de utilidades.
Já Connachat está localizado um pouquinho mais longe, a cerca de 5 quilômetros a oeste do castelo, e tem aluguéis de domingo a domingo. O alojamento é composto por sala com lareira, sala de jantar com lareira, cozinha de jantar, quarto duplo e banheiro no piso térreo e quarto duplo, quarto twin e casa de banho grande familiar no primeiro andar.
O chalé Garbh Allt Shiel fica perto da Ponte de Dee, e também é alugado de domingo a domingo. A acomodação é composta por sala com lareira, cozinha de jantar, despensa, suíte, dois quartos duplos e um quarto individual.
Por último, o Rhebreck Lodge está situado em um local tranquilo em Easter Balmoral, contando com sala com lareira, sala de jantar, cozinha de jantar, despensa, três quartos duplos e dois banheiros.
As visitas são marcadas no site da Visit Scotland. Mas, atenção, o site oficial do castelo avisa que as visitas estão suspensas por tempo indeterminado, em memória da rainha. Acompanhe a reabertura no site oficial de Balmoral.
E quanto custa?
Para ter uma ideia do orçamento, os preços são variáveis de acordo com a estação do ano. Melhor sempre consultar. O chalé com menor preço, o Colt Cottage, abriga até cinco pessoas, com preços podendo começar em 555 libras esterlinas (cerca de R$ 3,3 mil) e podendo chegar a 1.245 libras esterlinas (cerca de R$ 7,4 mil). Os preços são por semana (não alugam por menos) e não incluem os ingressos para os jardins ou visita ao castelo de Balmoral.
A importância do castelo Balmoral na arquitetura
O estilo arquitetônico do castelo de Balmoral é considerado uma mistura do baronial escocês com renascimento gótico. Assim que adquirido, foi declarado pequeno demais para abrigar toda a família real, mas tornou-se morada da rainha Vitória, do príncipe e de seus filhos enquanto um novo castelo era construído.
Com o castelo original demolido, sua nova versão foi idealizada por dois escoceses: John e William Smith. O novo desenho era organizado em duas áreas distintas, sendo que ambas rodeiam um pátio central. A torre central com relógio segue até hoje como um marco para os visitantes.
Para suas paredes, foi escolhido o granito local como matéria-prima principal.
De acordo com artigo da revista Architectural Digest, o projeto foi acompanhado de perto pelo próprio príncipe Albert, que se envolveu bastante na questão do design. O monarca foi responsável por fazer diversos acréscimos à estrutura, como a casa principal da fazenda.
Já os chalés que são alugados por turistas de todo o mudo foram um pedido feito pela rainha Vitória logo após a morte do príncipe, em 1861.
As residências menores foram construídas para seus filhos, servos e para sua secretária.
Durante uma visita em 2019, o príncipe William, Kate e seus filhos ficaram em uma destas casas satélite: a Tam-na-Ghar.
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