Quais são as joias icônicas da rainha Elizabeth e quem pode herdá-las

As joias da rainha Elizabeth sempre despertaram muita curiosidade, uma vez que sua coleção era considerada uma das mais valiosas no mundo. É preciso distinguir, no entanto, a coleção "da rainha" da coleção "da coroa", pois a soberana tinha acesso ilimitado a ambas, mas nem todas as peças serão repassadas automaticamente para a rainha consorte, Camilla Parker-Bowles, ou parentes.

Pessoalmente, Elizabeth 2ª — por herança, presentes ou compra — tinha cerca de mais de 300 itens pessoais, e acesso a mais de 100 objetos e mais de 23 mil pedras preciosas das "Joias da Coroa". Em geral, as joias particulares eram usadas em eventos públicos, como reuniões, jantares ou transmissões televisivas. Já as da coroa apareciam em eventos oficiais do Estado, como a abertura anual do Parlamento.

Mais sobre a rainha

Gim e tragos reais: rainha Elizabeth 2ª e seus quatro drinques diários

Por que rainha Elizabeth 2ª usava roupas chamativas? Os segredos dos looks

Mãe de pet desde os 7 anos, Elizabeth 2ª criou com luxo mais de 30 cães

Tecnicamente, o soberano ou soberana não tem posse dessas joias, mas sim custódia enquanto estiverem no trono. A coleção inclui vestimentas, cetros e espadas, além de, claro, anéis, colares e tiaras. Em especial, a coleção britânica é considerada uma das mais completas da atualidade, com peças de valores simbólicos, históricos e culturais inestimáveis, com artigos datados de períodos como século 15.

Se não podemos ver os famosos broches de Elizabeth 2ª expostos para o público, a coleção da coroa, por outro lado, tem exposição permanente. Isso mesmo, é possível ver uma parte do acervo, que fica em aberto para visitação na Torre de Londres, desde os anos 1600.

É lá que está, por exemplo, a coroa de Santo Eduardo, com safiras, topázios, ametistas e outras pedras preciosas, pesando quase 5 quilos, que foi usada por Elizabeth 2ª quando virou rainha, em 1953, e que agora será usada pelo príncipe Charles.

A coroa de Santo Eduardo foi originalmente feita para a coroação do Rei Charles 2°, em 1661, para substituir a coroa medieval que foi derretida em 1649, após a execução Charles 1°. Faz sentido ser a coroa do Rei Charles 3°.

Embora Charles queira uma cerimônia de coroação discreta, a tradição não eliminará a obrigação de uso de outras joias além da coroa. Por exemplo, o cetro de ouro do soberano que tem o gigantesco diamante Cullinan I, pesa 530,2 quilates e é o maior diamante branco lapidado do mundo. Faz parte da coleção da coroa e representa o poder e as responsabilidades do monarca.

O curioso é que dentre tantos broches e peças favoritas da Rainha, uma das joias que eram sua assinatura eram seus colares de pérolas. Raramente Elizabeth foi vista sem um no pescoço. Sempre tradicional, ela usava essa peça seguindo o exemplo de centenas de anos antes dela, afinal, todas rainhas da História foram registradas com pérolas no pescoço.

Dentre as peças conhecidas como favoritas (veja abaixo outros destaques), estavam a tiara "Girls of Great Britain and Ireland", de 1893, um presente repassado da coleção da avó para Elizabeth quando ela se casou. Outra peça famosa é o colar de diamantes conhecido como Nizam de Hyderabad, estimado em 70 milhões de libras esterlinas (cerca de R 430 milhões), emprestado ocasionalmente a Kate Middleton.

Não se sabe se a rainha deixou um testamento indicando para quem iria deixar suas joias pessoais ou quais, mas possivelmente as beneficiárias incluem sua filha, princesa Anne, suas netas, Zara Phillips, as princesas Beatrice e Eugene e Lady Louise, as bisnetas Charlotte, Lilibet, Sienna, Savannah, Mia, Isla e Lena, além das esposas de seus filhos e netos, Camilla, Sophie, Kate e Meghan. Com tantas peças lindas e preciosas, o que não vai faltar é brilho.

A coroa preferida de sua majestade

A Coroa Estadual Imperial, que contém 2.868 diamantes, 273 pérolas, 17 safiras, 11 esmeraldas e cinco rubis, foi apontada como preferida pela rainha. A afirmação foi feita no documentário 'The Coronation', transmitido pela BBC One no Reino Unido em janeiro de 2018.

No vídeo, um funcionário usa luvas para mostrar o objeto à Rainha e ela logo a pega com as duas mãos e fala: "Deixa eu olhar de perto. Eu gosto do rubi do Príncipe Negro!". A pedra foi dada ao Edward, o Príncipe Negro, por Pedro Cruel, rei de Castela, em 1367.

Tiara de casamentos reais

Conhecida como Queen Mary's Fringe, a tiara foi usada no dia do casamento da rainha com o príncipe Philip em 1947.

A peça ficou famosa porque era a preferida de rainha Mary, que a reformou em 1893, ano do seu casamento com George V. A tiara tem 47 diamantes cravejados, se tornou uma das queridas da atual rainha e foi usada outras duas vezes em casamentos reais: pela princesa Anne, em 1973, e pela princesa Beatrice, em 2020.

Em 2007 a tiara foi exposta no Palácio de Buckingham junto com o vestido de noiva da rainha Elizabeth 2ª e, no final de 2021, estava presente em uma exposição no Jewel Room.

Tiara brasileira

A Brazilian Aquamarine Parure foi dada de presente a rainha em 1953, pelo representante do governo brasileiro em Londres, em homenagem à sua coroação.

Além da tiara, foi entregue à soberana um conjunto de outras joias feitas de água marinha: brincos, colar e broche. As joias já foram usadas diversas vezes pela rainha da Inglaterra.

Tiara polêmica

A Tiara Lovers Knot feita de 19 arcos cravejados de diamantes e adornados por 19 pérolas foi herdada por Elizabeth depois que a rainha Mary faleceu e ganhou certa polêmica.

A rainha usou diversas vezes a joia até dá-la de presente de casamento a Diana. Com o divórcio do casal, a tiara foi devolvida à Elizabeth e colocada em um cofre, onde permaneceu por muitos anos.

A tiara foi vista novamente em 2015 na cabeça da duquesa de Cambridge, Kate Middleton, em uma recepção diplomática no Palácio de Buckingham. O objeto, assim como outras joias, foram dados como herança pela Lady Di aos seus filhos, que deram às suas esposas. Por isso, a Duquesa usou a tiara em outras ocasiões.