Publicitário cria 'minimundos' bem brasileiros em madeira: 'Arte me salvou'
Uma jabuticabeira, uma igrejinha simples daquelas que permeiam as lembranças de crianças Brasil afora, as plantas da casa da avó. Imagens idílicas surgem na madeira, com liberdade para assumirem outros materiais, como a cerâmica.
Se hoje a rotina do publicitário Gustavo Coelho, de Nova Friburgo (RJ), é dar forma a essas cenas registradas na infância de muita gente, em meio à pandemia era bem diferente. À frente de uma agência de publicidade, o trabalho dobrou — assim como a pressão e o estresse, afinal, os clientes precisavam migrar para o mundo digital. "Era uma loucura. Fiquei sete anos nessa correria", lembra.
Em busca de se conectar consigo mesmo e libertar o criativo para além das métricas da agência, ele passou a usar o tempo que tinha para criar. "Sempre fui apaixonado por arte popular brasileira e comecei a produzir coisas para a casa. Um terrário, uma peça para a parede — e começou a virar algo maior", conta.
Gustavo deu um prazo a si mesmo: em oito meses a marca estaria funcionando. "Eu ficava emocionado, naquele começo, de poder trabalhar com isso. Sempre digo que a arte me salvou", ele diz, acrescentando que a alta demanda começou a causar angústia e ansiedade.
Encontrei o trabalho da minha vida. Fico emocionado e feliz esculpindo e me conectando com as pessoas e suas histórias.
"Na terapia percebi que sempre fui uma criança que gostava mais de fazer os próprios brinquedos do que dos comprados. Estava dentro de mim isso." Agora que o Pakatatu Estúdio (@pakatatu.estudio) tem mais de dois anos, ele, com toda a bagagem da publicidade, começa a refinar o estilo e a entender sua linguagem. "Contamos histórias, temos memória afetiva forte. Tudo que criamos pensamos no nosso cliente, nas lembranças dele", define.
O carro-chefe são os cenários, que envolvem o sertão, jardins e o cordel. O mar tem uma linha importante na marca, assim como os cactos — em média, Gustavo leva dois dias para finalizar cada trabalho. Por mês ficam prontas cerca de 100. "Tudo é sob demanda, não tenho estoque", aponta, incluindo que leva sete dias para o envio de cada peça. Agora, a correria é outra e inclui o sabor único de expressar a arte com liberdade, ainda bem.
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