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Que fim levam as flores que a população deixa em homenagem à rainha?

Foto da Rainha Elizabeth II em meio a flores no Green Park - Chip Somodevilla/Getty Images
Foto da Rainha Elizabeth II em meio a flores no Green Park Imagem: Chip Somodevilla/Getty Images

Ana Cláudia Paixão

Colaboração para Nossa

14/09/2022 04h00

Ao redor do mundo, súditos ou admiradores de Elizabeth 2ª têm prestado homenagens à Rainha depositando flores, cartões e lembranças em frente das embaixadas (no exterior) ou jardins dos palácios (no Reino Unido). Visualmente é uma linda imagem.

Na época da morte da Princesa Diana, apenas em Londres, estima-se que sessenta milhões de flores foram deixadas em memoriais improvisados. Os portões do palácio de Kensington ficaram inacessíveis em meio a um mar florido que entrou para a História.

Embora emocionante, houve uma dificuldade prática como consequência. Por exemplo, quando o carro funerário com o caixão da Princesa saiu da Abadia de Westminster para a propriedade da família Spencer, precisou parar várias vezes para limpar o caminho e poder, efetivamente, passar. Um pouco complicado.

Ainda não há um número oficial estimado para as homenagens para Elizabeth 2ª. Há quem já esteja comparando com Diana, apontando que o volume depositado aparenta ser menor, mas a verdade também é que está mais espalhado.

Memorial Rainha - Chip Somodevilla/Getty Images - Chip Somodevilla/Getty Images
Ao redor do mundo, súditos ou admiradores de Elizabeth 2ª tem prestado homenagens à Rainha depositando flores
Imagem: Chip Somodevilla/Getty Images

Em todo Reino Unido há locais oficiais para que se coloquem as flores, velas ou presentes, mas há três endereços marcantes: Balmoral, na Escócia, onde a Rainha faleceu; Buckingham, em Londres, onde ela vivia boa parte do ano, e em Windsor, onde gostava de ficar e onde será enterrada.

As homenagens a Diana se concentraram mais em Kensington e Paris, deixando mais visível o total.

Homenagem à Princesa Diana em 2017: 20 anos após sua morte - Thierry Chesnot/Getty Images - Thierry Chesnot/Getty Images
Homenagem à Princesa Diana em 2017: 20 anos após sua morte
Imagem: Thierry Chesnot/Getty Images

Sem entrar na disputa, ainda assim, os problemas são os mesmos. Por conta da experiência anterior, as homenagens são mais organizadas.

Por exemplo, em Londres, é pedido que as flores sejam colocadas em um lugar específico: Green Park. Pedem também que, se possível, sejam depositadas sem embalagem.

Tributo à Elizabeth, que morreu aos 96 anos - Tristan Fewings/Getty Images - Tristan Fewings/Getty Images
Tributo à Elizabeth, que morreu aos 96 anos
Imagem: Tristan Fewings/Getty Images
Policial prestando homenagem à Elizabeth II no Palácio de Buckingham - Carl Court/Getty Images - Carl Court/Getty Images
Policial prestando homenagem em Buckingham
Imagem: Carl Court/Getty Images

Sabendo que há quem faça questão de deixar as lembranças em frente dos portões do Palácio de Buckingham, lá consta o aviso de que - em 12 horas - as flores serão transferidas para o parque.

Só para ter uma ideia, quem quer ir ao local pessoalmente precisa de paciência e fôlego: a fila para depositar flores e cartazes nos portões do palácio em Londres ultrapassavam uma hora e meia de caminhada no início da semana.

Memorial Elizabeth II Green Park - Chip Somodevilla/Getty Images - Chip Somodevilla/Getty Images
Memorial Elizabeth II Green Park
Imagem: Chip Somodevilla/Getty Images

Em Windsor, as flores podem ser colocadas no Long Walk, em Cambridge Gate, perto do centro da cidade. Todas as noites, as flores têm sido levadas para dentro do castelo e colocadas na grama, no lado sul da Capela de São Jorge, onde a Rainha será enterrada, no dia 19 de setembro. Após essa data, espera-se que entre uma semana a 14 dias, as homenagens sejam completamente removidas das áreas do parque.

E o que acontece depois com as flores?

Eventualmente, viram adubo.

Em 1997, quando Londres estava repleta com homenagens a Diana, organizações voluntárias ajudaram na limpeza.

Flores à rainha perto dos portões do Palácio de Buckingham  - Tristan Fewings/Getty Images - Tristan Fewings/Getty Images
Flores à rainha perto dos portões do Palácio de Buckingham
Imagem: Tristan Fewings/Getty Images

Primeiro transportaram as flores ainda vivas para hospitais e asilos. As que já estavam em decomposição, foram usadas como fertilizante em Kensington Gardens.

No caso da Rainha Elizabeth 2ª, os tributos florais terão a mesma rotina e destino. Serão removidos do Green Park e levados para o viveiro do Hyde Park, onde embalagens, cartões e rótulos serão separados e o que for vegetal passará por uma análise.

O que for possível, será encaminhado para hospitais e asilos. O que não, será usado para compostagem em arbustos ou projetos de paisagismo nos Parques Reais da cidade. A regra se aplica em todos os locais ao redor do país.

No fundo, fica a certeza de que há um ciclo de aproveitamento completo, que passa a gerar mais vida e flores no futuro. A Rainha, fã de jardinagem, certamente aprovaria o planejamento.