É bonito ser feio? A estética exagerada da 'garota estranha' domina looks
Maximalismo, estampas e acessórios sobrepostos uns aos outros. Tudo isso junto e sem equilíbrio predeterminado. O exagero, que acaba por se tornar "esquisito" aos olhos desacostumados, está formando uma das tendências de moda mais controversas nas redes sociais: a chamada estética "weird girl", em tradução livre: "garota estranha".
Acumulando mais de 280 milhões de visualizações no TikTok, onde passou a ganhar fama e notoriedade, esse visual já havia chamado atenção em uma publicação feita no Twitter. Nela, a usuária questionava: "É antimoda? As pessoas estão se esforçando demais apenas para parecer feias?". Impulsionava ainda mais a discussão perguntando — e provocando: "Só funciona com a Bella Hadid?".
A estética "garota estranha" nada mais é do que a junção de tudo que vem fazendo sucesso — e pode fazer sucesso: um pouco de "barbiecore", com "cottagecore" e "ravecore". Por que não o "fetichewear"? Todos os "cores", possíveis, mixadas em um único look. "É mais uma, das inúmeras, respostas da moda feita pelas próprias pessoas após a pandemia", explica a consultora de tendências Nicole Sampaio para Nossa.
Quando a especialista diz "inúmeras", podemos relembrar o olhar romântico, sensual e festivo. Todos esses reapareceram após o conforto, que predominou entre 2020 e até agora há poucos meses.
Nas redes sociais, existe a quantidade milionária de usuárias anônimas aos holofotes aderindo ao estilo, mas também existem figuras grandes da moda, como as irmãs Hadid, tanto Bella como Gigi. Dua Lipa também imerge nesse universo. No Brasil, Maisa e Bruna Marquezine também fazem seus flertes.
De onde vem?
O que todas elas têm em comum? São adoradoras também da moda Y2K, que retoma os anos 2000.
A "garota estranha", por sua vez, também é fruto dessa mesma época. Uma de suas principais referências está no estilo de Harajuku, bairro de Tóquio em que o street style é moldado por jovens que usam peças sem se preocupar com o que está na moda. Mas em como elas comunicam e expressam. A hiper feminilidade também se destaca.
Mas essa é apenas uma de suas referências. Provavelmente, a mais fantasiosa.
Há também uma obsessão por inserir tudo o que aparece como novo em um visual só: o tie-dye, as peças de crochê, o patchwork e a moda dopamina — que explora as cores vibrantes como um meio para "reviver" a alegria na pós-pandemia por meio da moda.
As roupas vintage, o tesouro dos brechós, também contribuem para esse fenômeno virtual da moda.
Insira também algumas das peças que ganharam força e presença nos pés nos últimos tempos, como os "daddy sneakers" — propositalmente feios, mas extremamente fashionistas — e até mesmo as sapatilhas de balé, que saíram dos palcos para calçar os pés das pessoas no street style e passarelas nas principais grifes de moda.
O resultado disso tudo é uma junção de tendências, entre o que é antigo e novo, que moldam a estética da "garota estranha".
Feio? Não. Diferente
"Nomear o uso dessas roupas como 'estranho' é porque algo com o que não estamos acostumados a ver. A junção de muitas coisas que já foi considerado algo brega e cafona aqui no ocidente", opina a consultora Nicole Sampaio. "Na verdade, nada mais é do que a adaptação de uma abordagem oriental a partir, na maioria das vezes, de peças norte-americanas e europeias".
Não que isso precise ser dito atualmente, mas os homens também são bem-vindos. O street style é prova disso. Aos interessados, o segredo é não ter medo de exagerar.
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