Sem lanche, USB e filminho: como é voar numa low cost até Buenos Aires
A reabertura completa da Argentina ao turismo internacional —desde agosto passado não existe mais qualquer restrição ou exigência para entrada de visitantes— está colocando o país novamente no radar dos turistas brasileiros. Por isso mesmo, a Flybondi, companhia aérea argentina que se define como ultra low cost (custo ultra baixo), retomou este ano os voos ligando Buenos Aires às cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. E, em dezembro próximo, retomará também a rota diária que liga a capital porteña a Florianópolis.
Com tarifas anunciadas que começam em R$ 475 por trecho entre São Paulo e Buenos Aires, a Flybondi nasceu como uma startup em 2016 e iniciou suas operações em 2018, pensando em turistas argentinos que viajavam de avião pela primeira vez. O maior foco da empresa atualmente é nas rotas nacionais, dentro da Argentina; as rotas ligando Argentina e Brasil também são pensadas para atender prioritariamente os desejos viajantes de nossos hermanos. Mas, é claro, a companhia aérea quer uma fatia do público brasileiro também.
Hoje, os voos da Flybondi ligando Brasil e Argentina têm média de mais de 85% de ocupação e a empresa espera crescer. "O Brasil é um mercado fundamental para nós", garante Federico Pastori, CEO da companhia. "Desde que retomamos os voos internacionais, estamos aumentando frequências devido à alta demanda pelas rotas. Hoje, São Paulo e Rio de Janeiro são dois destinos muito importantes para a Flybondi e sabemos que Florianópolis também será uma ótima alternativa para o verão", conclui.
Mas como é, na prática, voar entre Brasil e Argentina com uma companhia ultra low cost? Embarcamos agora em setembro na rota São Paulo - Buenos Aires - São Paulo para contar detalhes do serviço em primeira mão.
Classe única, extras e check in presencial
Como quase toda companhia aérea low cost, todos os serviços são cobrados como extras e somados ao valor da passagem aérea em si. Vale lembrar que uma companhia é definida como low cost pelos baixos custos de operação (utilizando muitas vezes por dia uma mesma aeronave, por exemplo) e isso não significa necessariamente que ofereçam sempre os preços mais baixos do mercado para o viajante.
No caso da Flybondi, as rotas ligando Brasil e Argentina têm hoje valores desde R$ 475 por trecho para São Paulo (o que daria um mínimo de R$ 950 reais ida e volta), por exemplo. Entretanto, em algumas datas cada trecho pode chegar sozinho a R$ 1.775, como acontece com alguns voos entre as duas cidades em outubro próximo.
Estes valores incluem apenas as taxas de embarque; todo o resto é cobrado separado, dependendo das escolhas do viajante. Escolher seu assento, por exemplo, custa a partir de R$ 18. Para quem não compra assento previamente, a atribuição aleatória acontece no ato do check in — que é obrigatoriamente presencial, já que a Flybondi não permite check in on-line para seus voos internacionais.
Se quiser despachar uma mala de 12 kg, o viajante desembolsará valores a partir de R$ 80; já uma de 20 kg custa a partir de R$ 110. Nos voos entre Brasil e Argentina é permitido levar uma mala de mão e um item pessoal sem custos desde que, somados, não ultrapassem um total de 10 kg (são pesados no aeroporto). Nos voos dentro da Argentina a bagagem de mão também é cobrada à parte.
Nada de serviço de bordo
A bordo, todas as aeronaves possuem apenas uma classe única, sem diferenciação de espaço entre assentos. São apenas 7 aviões em toda a frota da companhia, todos Boeing 737-800 NG com 189 assentos, fazendo em média sete voos diferentes por dia cada um.
Nos voos internacionais, a companhia não oferece nenhum tipo de serviço de bordo, nem mesmo para a venda, e não tem data para a implementação do mesmo. Nas rotas dentro da Argentina há serviço de petiscos e bebidas para venda.
Nem entretenimento
Os voos, sejam domésticos ou internacionais, também não oferecem nenhum tipo de entretenimento individual ou coletivo, nem entradas USB ou tomadas para carregamento de equipamentos eletrônicos.
A Flybondi liga hoje os aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, e Galeão, no Rio de Janeiro, ao aeroporto Ministro Pistarini/Ezeiza, localizado a cerca de 45 minutos de carro da região central de Buenos Aires. Atualmente, são dois voos diários para a cidade do Rio de Janeiro e apenas um para São Paulo; uma nova frequência para o Rio deve ser inaugurada no final do ano.
Os voos ligando Buenos Aires a São Paulo, testados nesta reportagem, saem de Guarulhos às 18h45, com previsão de chegada às 21h50; no percurso inverso saem de Buenos Aires às 15h15, com previsão de chegada às 17h55. Na ida, o voo decolou com cerca de uma hora e meia de atraso; na volta para o Brasil, partiu pontualmente.
As tarifas da Flybondi entre Rio de Janeiro e Buenos Aires começam em R$ 874 por trecho e desde R$ 475 por trecho entre São Paulo e Buenos Aires. A companhia espera chegar a operar um total de dez aeronaves (para atender a todos os seus voos nacionais e internacionais) ainda no final de 2022.
Dentro da Argentina, a Flybondi voa para 17 destinos: Buenos Aires, Bariloche, Corrientes, Córdoba, Comodoro Rivadavia, El Calafate, Jujuy, Mendoza, Neuquén, Posadas, Iguazú, Salta, Santiago del Estero, Trelew, Tucumán, Puerto Madryn e Ushuaia. Entretanto, não há conectividade imediata entre voos a esses destinos e os voos desde e para o Brasil; o turista deverá pernoitar em Buenos Aires entre os voos.
*A repórter viajou a Buenos Aires a convite da FlyBondi.
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