É para torcer ou para comer? Estádios se tornam tendência em restaurantes
Nem só da final do campeonato vivem os estádios. Há muito que os gramados que servem de palco para os lances mais bonitos do futebol durante a temporada se transformam em arenas musicais com shows de artistas de todos os tipos.
Faz sentido: há poucos lugares nas grandes cidades tão centrais e capazes de reunir tanta gente ao mesmo tempo. Desde que os estádios se transformaram em megaestruturas, deixaram de ser espaços apenas para jogos.
Agora — e cada vez mais — eles se tornaram boas opções para jantar fora naquela data especial ou ter uma reunião importante durante o almoço na semana. Sim, muito além das partidas, muitos são os estádios pelo mundo que oferecem boas experiências gastronômicas.
O melhor do mundo
Do Lincoln Financial Field, na Filadélfia, ao Santiago Bernabéu, em Madrid, o estigma de que só se serve comida ruim nesses ambientes já é passado. O melhor restaurante do mundo hoje, segundo a lista dos 50 Best, também está localizado em um estádio.
O Geranium, que é comandado pelo chef Rasmus Kofoed, foi construído nas instalações do Parken, casa do Futebol Clube Copenhagen e da seleção nacional dinamarquesa de futebol.
Em dias de jogo, é possível ver as partidas e ao mesmo tempo ter uma refeição com três estrelas Michelin. Em um país em que a paixão pelo futebol vem crescendo, a estrutura do restaurante ganha também com isto.
Brasil já tem
O Brasil está cada vez mais inserido na tendência. Inaugurado há dois meses, no Allianz Parque, em São Paulo, o La Coppa é o mais recente investimento do Gourmet Sport Hospitality (GSH), grupo especializado em operação de alimentos e bebidas para grandes espaços de eventos.
O restaurante, com menu italiano contemporâneo (de lasanha à bolonhesa a carnes como a bisteca suína empanada) tem como chef Giovanni Renê, também à frente de outra casa instalada na Arena, o Braza, focada em grelhados. O grupo também tem no Allianz o Nagairô Sushi.
O interesse do GSH em levar para dentro de um estádio de futebol uma experiência da alta gastronomia começou na na Copa do Mundo no Brasil, quando foi responsável pelo catering de eventos do mundial. O grupo também trabalhou nas Olimpíadas Rio 2016 e na Copa da Rússia.
"Era algo inédito no Brasil ter restaurante com qualidade e serviço dentro de um estádio de futebol", afirma Mark Zammit, fundador da Gourmet Sports Hospitality. "Historicamente sempre foi um serviço só para comprar uma bebida, uma comida enquanto se via o jogo", diz.
Copa pode ampliar tendência
Zammit também opera com os sócios um restaurante no Estádio da Luz, sede do Benfica, o maior time de Portugal. O Luz by Chakall é comandado pelo popular cozinheiro Chakall, argentino radicado em Portugal, e traz uma cozinha que une os dois países mais a herança italiana do chef.
É um dos estádios mais importantes da Europa, onde acontecem jogos importantes da Champions League. Na Europa e nos EUA, a ideia de encontrar comida boa em estádios é uma realidade e algo que as pessoas já esperam", afirma.
No Brasil, é uma cultura que eles estão tentando implementar. "Por aqui, ainda não temos essa cultura de você sair para almoçar ou jantar em uma arena, em um estádio", acredita. "Mas vejo que está mudando neste sentido", acrescenta.
Principalmente pela inauguração de super estádios, como o próprio Allianz Parque, que transformou o mercado de entretenimento no Brasil ao criar um espaço único no país, em que o futebol divide espaço com shows das maiores bandas do mundo.
Em dias de shows e jogos, estes restaurantes se transformam em grandes camarotes, com as pessoas podendo ver da mesa ou de uma área especial os espetáculos tomando coquetéis ou comendo pratos de qualidade.
Zammit conta que recentemente, durante o show de uma popular banda americana, os restaurantes estavam cheios, e a maioria das pessoas permaneceu na mesa, comendo e bebendo na apresentação. "Encaramos como o melhor elogio", ri.
A gastronomia, como opção de entretenimento nestes espaços, era mesmo um passo, como já acontece nas maiores cidades do mundo, com estádios abertos com concessão a empresas que operam o serviço de comida.
Hoje em dia, quando você vai aos EUA e decide ver um jogo de basquete, por exemplo, a experiência de comer um cachorro-quente fantástico já se tornou algo que as pessoas esperam", aposta o fundador da GSH.
Para ele, a Copa deste ano pode ser um fator de maior incentivo, à medida que o futebol e os estádios voltam a estar em pauta nas reportagens e nas conversas das pessoas.
"As atenções estão voltadas para isso, e esperamos que as pessoas entendam que onde se vê o futebol também pode-se comer bem", conclui.
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