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O maior cactário da América Latina fica no Brasil e tem espécie de R$ 8 mil

O maior cactário da América Latina fica no Rio Grande do Sul e tem entrada gratuita - Divulgação
O maior cactário da América Latina fica no Rio Grande do Sul e tem entrada gratuita Imagem: Divulgação

Luciano Nagel

Colaboração para Nossa

19/09/2022 04h00

É no pequeno município de Imigrante, no Vale do Taquari, distante cerca de 140 quilômetros de Porto Alegre, que fica localizado o maior cactário da América Latina, conhecido como Cactário Horst. O lugar é encantador e perfeito para quem adora cactos e suculentas vindos de várias regiões do Brasil e exterior, como Argentina, Chile, México, África do Sul, Namíbia e Jordânia, no Oriente Médio.

Para se ter uma ideia da dimensão da área, são 15 mil metros quadrados, equivalente a quase dois campos de futebol, onde são abrigadas em enormes estufas mais de mil variedades das plantas. Os preços dos cactos podem variar conforme o gênero, tamanho, idade e raridade. Há plantas que chegam a custar R$ 8 mil, como por exemplo o Echinocactus grusonii.

Popularmente chamado de ''assento da sogra'' ou ''cacto ouriço'', é uma espécie pertencente à família Cactaceae, originária da região central do México. Esta planta é considerada rara e está na lista de extinção em seu habitat natural. Pode-se encontrar de diversos tamanhos, e quanto maior, mais valorizado.

Outro cacto muito específico e curioso de se conhecer durante o passeio entre as estufas é o Eriocactus Leninghausii var. Albispinus, com mais de um metro de altura. Este cacto é nativo do Rio Grande do Sul e possui dezenas de pequenas colunas de onde suas aréolas produzem espinhos centrais de coloração branca, cobrindo toda a sua extensão. A flor é amarela clara e nasce em sua coroa. Quando pequenino, pode ser encontrado ao preço de R$ 15.

Lithops, também conhecido como ''cacto de pedra'' é outra atração para quem tira o dia para visitar o cactário. Essas, são pequenas suculentas, pois não possuem espinhos, e são bem carnudas, formadas por duas folhas unidas em seu comprimento e que apresentam ''desenhos'' em sua superfície. Se parecem com uma ''pata de elefante''. Uma das características dessas plantinhas é que elas dão lindas flores amarelas ou brancas.

O Echinocactus grusonii, do México, chega a custar a R$ 8 mil dependendo de seu tamanho - Luciano Nagel - Luciano Nagel
O Echinocactus grusonii, do México, chega a custar a R$ 8 mil dependendo de seu tamanho
Imagem: Luciano Nagel

Para quem é principiante em jardinagem, os cactos e suculentas podem ser uma boa opção, por serem fáceis de cuidar além de serem muito resistentes.

Sobre o Cactário Horst

O cactário surgiu em 1962, com Leopoldo Horst. As plantas eram cultivadas no pátio de sua casa em Imigrante, que tinha cerca de 2 mil metros quadrados. ''Ele foi pioneiro desde jovem e todas as pessoas da comunidade achavam meu pai meio louco, fora da curva. Além disso, ele era fotógrafo, eletricista, marceneiro e, claro, apaixonado por cactus'', disse em entrevista a Nossa Kurt Ingo Horst, de 63 anos, que administra o local na companhia de sua esposa Daniela Cavalcante Torres, 41.

O proprietário contou que desde adolescente já gostava de acompanhar o pai em busca de novos cactos e suculentas pelas regiões do Brasil e exterior, e juntos viajaram por quase duas décadas. O objetivo era coletar novas espécies para a coleção e catalogar. Um fato interessante é que muitas plantas descobertas, além do nome científico, são cadastradas com o sobrenome da família. ''Lamentavelmente meu pai faleceu em 1988 e não teve a oportunidade de conhecer o novo cactário. Ele iria ficar muito feliz'', afirmou emocionado Ingo.

Abaixo, separamos alguns exemplares curiosos que estão no cactário

Notocactus scopa v. bueneckerii - Brasil, RS

Notocactus scopa v. bueneckerii - RS - Foto Luciano Nagel Nossa visitou o maior cactário da América do Sul - Luciano Nagel - Luciano Nagel
Notocactus scopa v. bueneckerii
Imagem: Luciano Nagel

Este cacto de formato globular e cor verde, parece num primeiro momento assustador para quem toca, devido à quantidade de espinhos, mas ao passar a mão levemente, sente-se como se fosse uma penugem e não alfineta. Além disso, essa planta produz flores amarelas.

Astrophytum myriostigma - México

Astrophytum myriostigma 4 kina. mexico . Foto Luciano Nagel - Luciano Nagel - Luciano Nagel
Astrophytum myriostigma, do México
Imagem: Luciano Nagel

Cacto verde, de forma esférica e com várias pintas brancas que cobrem o seu corpo deixando-o um verde ''embranquecido''. Possui quatro costelas e não produz espinhos. Suas flores geralmente são grandes, amarelas e nascem na parte superior da planta.

Mammillaria Elongata f. Cristata - México

mammillaria elongata cristata. mexico. Foto Luciano Nagel Nossa visitou o maior cactário da América do Sul - Luciano Nagel - Luciano Nagel
Mammillaria Elongata f. Cristata, do México
Imagem: Luciano Nagel

Conhecido como cacto ''cérebro'', o habitat natural desta espécie são os estados de Guanajuato, Hidalgo e Querétaro no México. É uma forma muito rara de cacto e possui um ciclo de vida duradouro, podendo atingir de 3 a 10 centímetros de altura somente.

Discocactus Horstii - Brasil, MG

Ingo com uma Discocactus horstii, de Minas Gerais - Luciano Nagel - Luciano Nagel
Ingo com uma Discocactus horstii, de Minas Gerais
Imagem: Luciano Nagel

A mais famosa planta do cactário, procurada por muitos colecionadores. Este cacto é globular de tonalidade verde escura. Sua face é composta por mais de 12 costelas e estas, são cobertas por aréolas que apresentam pelos brancos característicos. Sua linda flor branca cresce através do cefálio plano no período do verão.

Como visitar

O cactário Horst fica localizado na rua Guilherme Ernesto Lageman, 443, no município de Imigrante. Está aberto a visitação de segunda-feira a sábado. Já nos domingos e feriados, não abre. O acesso ao cactário não é cobrado.

Veja mais fotos do Cactário Horst, no RS