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Arqueólogos descobrem blocos de queijo de 2,6 mil anos no Egito

Arqueólogos descobrem blocos de queijo de 2,6 mil anos no Egito - Divulgação/ Ministério do turismo e antiguidades do Egito
Arqueólogos descobrem blocos de queijo de 2,6 mil anos no Egito Imagem: Divulgação/ Ministério do turismo e antiguidades do Egito

De Nossa

23/09/2022 09h14

Descoberta milenar! Arqueólogos descobriram blocos de queijo de 2,6 mil anos no Egito. A missão arqueológica encontrou o alimento enquanto trabalhava na necrópole de Saqqara, em Gizé, um dos sítios arqueológicos mais extensos do país.

Desde 2018, várias missões realizadas nesta área desenterraram achados de alto nível, incluindo um esconderijo com de mais de 100 sarcófagos, que foi objeto de um documentário da Netflix em 2020.

Os blocos de queijo datam a 26ª dinastia do antigo Egito, entre 664-525 a.C. O comunicado da descoberta, que foi realizado pelo Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades, informou que os objetos foram encontrados durante a primeira rodada de escavações da 6ª temporada da missão, que começou no sábado (17).

Ainda de acordo com o comunicado, a missão desenterrou vários blocos de barro contendo o queijo, com a escrita egípcia antiga também encontrada no decreto real da Pedra de Roseta.

Descoberta de outro queijo antigo no Egito

Essa não foi a primeira vez que um queijo "velho" foi encontrado no Egito. Em 2018, uma equipe de cientistas italianos e egípcios descobriu no sul do Cairo, um queijo entre corpos mumificados, que datam de 3,2 mil anos a.C.

Foto - Universidade de Catania / Universidade Cairo - Universidade de Catania / Universidade Cairo
Queijo de 3,2 mil anos encontrado no Cairo em 2018
Imagem: Universidade de Catania / Universidade Cairo

O pedaço de queijo, uma mistura de cabra, de vaca e de ovelha, foi encontrado durante as escavações da tumba de um alto funcionário em Saqqara. "É provavelmente o mais antigo resíduo sólido de queijo já encontrado até agora", enfatiza o estudo publicado no periódico Analytical Chemistry.

O túmulo em que estava o queijo foi descoberto por alguns caçadores em 1885, mas a sua localização nunca tinha sido registrada e o sepulcro se perdeu embaixo das areias do deserto do Saara. Mas em 2010 ele foi redescoberto por um grupo de arqueólogos da Universidade do Cairo.

O queijo encontrado era destinado à viagem eterna do proprietário da tumba: Pthames, prefeito de Tebe e oficial durante os reinados de Seti I e Ramses II (1290-1213 a.C.).

Ainda segundo o estudo, os peptídeos (biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos) presentes no queijo sugerem que ele servia de hospedeiro da bactéria Brucella melitensis, que era responsável pela brucelose. A doença, que pode ser falta, ficou conhecida como "febre mediterrânea", e foi espalhada por todo o Antigo Egito.

Resíduos de queijo achados na Croácia

Em setembro de 2018, outra descoberta envolvendo queijos antigos foi publicada, dessa vez no PLOS ONE.

Os resíduos do alimento foram achados em cerâmicas de 7,2 mil anos na Croácia. A descoberta foi a responsável por redefinir a linha do tempo da agricultura na região, com a produção de produtos lácteos fermentados sendo feita apenas cinco séculos após o primeiro armazenamento do leite.

Pesquisadores dos EUA, Reino Unido e Croácia analisaram os fragmentos das cerâmicas escavadas em dois sítios neolíticos e encontraram os resíduos de queijo. Dados arqueológicos ainda mostram que as pessoas cultivam e criam gado na região há cerca de 8 mil anos.

Foto - Divulgação/ PLO UM - Divulgação/ PLO UM
Artefatos antigos com resíduos de queijo à esquerda
Imagem: Divulgação/ PLO UM

De acordo com os pesquisadores, armazenar o queijo em cerâmica pode ter sido uma forma de ajudar a viver em tempos difíceis, quando a comida era escassa.

"Primeiro, temos ordenha por perto, e provavelmente foi voltada para crianças porque é uma boa fonte de hidratação e é relativamente livre de patógenos", diz Sarah McClure, da Universidade Estadual da Pensilvânia.