Veneza vetou cruzeiros e esta cidade virou alternativa para roteiros
No início do mês passado, um navio atracou pela primeira vez na Lagoa de Veneza, Itália, com um destino final diferente: Chioggia. Este ano, a comuna da cidade flutuante virou alternativa dos roteiros de cruzeiros.
Esse acréscimo de destino só foi possível depois de uma série de protestos de grupos ambientais ocorrer no ano passado contra embarcações em uma região principal de Veneza. A partir disso, o governo federal, passou a proibir transatlânticos com mais de 40 mil toneladas de passar pela bacia de São Marcos, uma lagoa que cerca o centro histórico da cidade italiana.
O veto, originalmente aprovado em 2012, era condicional, o local deveria ser efetivado desde que houvesse alternativas de portos para os cruzeiros que tinham Veneza em seus itinerários, a uma distância coerente.
Dez anos depois do veto, as autoridades italianas reuniram 157 milhões de euros (cerca de R$ 826 milhões) e modernizaram os portos próximo para que finalmente tivessem condições de receber as embarcações.
A maior parte das embarcações foi para Trieste, cidade no nordeste do país, a mais de 160 km de distância de Veneza. Outra parte passou a fazer parada em Marghera, um porto comercial na porção continental veneziana.
"Cerca de uma dúzia foi desviada para Chioggia e já esperamos o dobro para 2023", disse Mauro Armelao, prefeito da comuna.
Mudança positiva para Chioggia
A mudança no porto de Chioggia foi bem aceita pela população e vista como reparação. Há séculos, a comuna, também chamada de Pequena Veneza, vive à sombra da vizinha, muito mais famosa.
Veneza se tornou uma potência marítima entre os séculos X e XVII, enquanto Chioggia ficou sob seu domínio, algo que é sentido até hoje. Os trabalhadores da comuna tradicionalmente dependem da pesca e da agricultura, mas as coisas podem mudar com a chegada dos navios e de novos turistas.
Há cinco anos, Chioggia está vivendo um crescimento do turismo que parece ter encontrado o equilíbrio perfeito, ajudando até na revitalização de seu centro histórico.
É verdade que a comuna não é novata em questões turísticas, mas a atividade ficava limitada a duas regiões, e apenas durante as férias familiares: Isola Verde e Sottomarina.
Apesar de a mudança ser encarada como positiva, é preciso ir com calma, afinal a mesma expansão turística que hoje ajuda a revitalizar a cidade, se não for controlada, amanhã transformar em um cenário de filme de horror.
Armelao já indicou que, se o aluguel de casas para temporada crescer demais, talvez seja necessário seguir o exemplo de Veneza, que obteve permissão do governo federal para impor um limite a esse tipo de transação.
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