O topless que se transformou em vestido icônico e agitou Paris Fashion Week
As maiores casas de moda francesas apresentaram suas coleções de Primavera/Verão 2023 na Semana de Moda de Paris. Mas a responsável por causar o maior frenesi na Cidade Luz foi a grife Coperni — agraciada pela participação da modelo Bella Hadid, já consagrada nas passarelas (e fora delas) e responsável por protagonizar um dos maiores acontecimentos já vistos em todas as fashion weeks.
"Acho que foi o melhor momento da minha vida", disse ela. Protagonista também de outros desfiles, Hadid encerrou a apresentação da Coperni na última semana. Sua aparição foi uma perfomance: chegou ao local do desfile de topless. Vestia apenas uma peça íntima, que cobria a parte inferior, e usava os braços para cobrir os seios.
Ao se posicionar na plataforma iluminada, montada no centro da passarela, a modelo passou cerca de nove minutos parada, enquanto um vestido era moldado ao seu corpo, por meio de uma tinta spray na cor branca.
O material, na verdade, não era exatamente tinta, mas um tecido em spray, patenteado e desenvolvido por uma empresa com sede em Londres, chamada Fabrican. Uma criação inovadora e, sobretudo, digna do nome da grife, que faz referência ao nome do matemático e astrônomo renascentista Nicolau Copérnico.
No ateliê da etiqueta, ciência e moda se fundem em uma só. Lembre-se da bolsa de vidro, feita a sopro e vendida por R$ 13 mil. Aqui no Brasil, a influenciadora GKay já exibiu uma dessas em seu closet e vídeos nas redes sociais. Na gringa, a cantora Doja Cat desfilou com o acessório no red carpet do Grammy.
De volta ao desfile, o espetáculo de quase dez minutos fez com que todos os olhos — e câmeras de celulares — se virassem para Bella Hadid. Quando a peça foi finalizada, Charlotte Raymond, chefe de design da Coperni, deu seu toque final: modelou as alças e decote do vestido para que se transformasse em um tomara que caia e cortou a bainha, prestes a ganhar movimento com o caminhar da modelo.
A repetição da palavra "movimento" aqui faz-se necessária. O tecido em spray apresentava fluidez enquanto Hadid caminhava e era aclamada pelo público. Não era uma peça apenas a ser destacada pela apresentação histórica, mas por ser algo, de fato, vestível. Mesmo que não em grande e popular escala.
Aos interessados — e avantajados o suficiente para comprar uma peça da Coperni, é importante esclarecer que o vestido não será algo comercializado. Afinal, a cliente teria que ter exatamente as mesmas medidas da modelo. Mas de acordo com o presidente-executivo da Coperni, Arnaud Vaillant, o look será exibido no showroom da marca. Como um item de museu.
Vaillant afirmou ainda, de acordo com o "The New York Times", que, assim como quaisquer outros vestidos, ele poderia ser retirado e vestido novamente. Inclusive guardado e lavado posteriormente, se Bella tivesse a oportunidade de levá-lo para a casa.
Nas redes sociais, os registros do momento épico rapidamente se tornou viral. Ingrediente básico para o sucesso de uma marca no mercado de moda atual. Os vídeos do tecido em tinta cobrindo o corpo da modelo inundaram Stories, publicações no Instagram e no TikTok.
O perfil Diet Prada, um dos maiores dedicados a conteúdos de moda, somou milhões de visualizações com postagens que engrandeciam a Coperni. Em um dos posts, postou uma cena da série "Stranger Things", em que o personagem Will aparece chorando, e legendou: "Os designers da Paris Fashion Week depois de verem o desfile da Coperni".
Nem o cenário cheio de lama da Balenciaga se sobressairia ao que foi apresentado — se colocado em termos de impacto e, claro, comparação.
Considerada, até então, protagonista da Paris Fashion Week, a Coperni uniu tudo o que o público esperava — e mais um pouco: tendências dos anos 2000 na passarela, como as calças cargo e as de cintura baixa, uma aparição seminua de Bella Hadid e Kylie Jenner na primeira fila.
Não tinha como dar errado. Ou melhor, como não viralizar.
"Insano", descreveu elogiosamente um usuário no Twitter. Como outros milhares fizeram.
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