Azul retoma venda de passagens para Noronha após problemas em aeroporto
A Azul Linhas Aéreas retomou a venda de passagens para Fernando de Noronha nesta quarta-feira (12) após ajustes na operação da companhia devido à restrição parcial de operação no aeroporto da ilha.
A companhia, que antes voava ao destino pernambucano em Airbus A320 ou Embraer E1 e E2, teve que realizar uma troca de aeronaves já que jatos como estes modelos foram proibidos de transitar no Governador Carlos Wilson pela Anac, devido às "condições operacionais da pista de pouso e decolagem" no dia (6).
Na sexta (7), a Azul anunciou que seguiria sua operação de Recife a Noronha com aeronaves modelo ATR72-600 e que, após análise técnica, apoiava a decisão da Anac pois considerava que o uso de jatos em pavimento degradado "poderia gerar descolamento da camada asfáltica da pista e ingestão [dos detritos] pelas turbinas".
No entanto, a aérea frisou que a operação com ATR2-600, aeronaves mais leves e com hélice e motores altos, "é segura". Com as vendas normalizadas nesta quarta, a Azul criou a ponte aérea Recife-Fernando de Noronha, que contará com 10 voos diários, isto é, cinco frequências em cada trecho, durante o mês de outubro.
Já durante novembro, serão 16 voos que cobrirão ida e volta entre a capital pernambucana e o arquipélago. Veja os horários:
Procurada por Nossa, a Azul ainda informou que não continuará a voar o trecho São Paulo-Noronha, devido às restrições impostas pela Anac, e que a ligação com outros estados será feita no formato da ponte aérea, tendo Recife como escala. O percurso era realizado pelo jato Embraer E2.
Por que os jatos foram proibidos?
Segundo a agência do Governo Federal, a medida foi preventiva para "preservar a segurança de passageiros, tripulantes e das operações aéreas". O aeroporto já era monitorado há três anos. Em inspeção realizada em 2019, foram encontradas degradações de trechos da pista, de gravidade média na época.
Como resposta, o aeroporto enviou um plano de recuperação do pavimento à Anac, mas as obras previstas não saíram do papel, de acordo com a agência.
O Governo de Pernambuco informou a Nossa que está investindo pouco mais de R$ 60 milhões na requalificação completa do Aeroporto de Fernando de Noronha. A recuperação emergencial da pista de pouso e decolagem teria sido iniciada na quinta (6) e tem conclusão prevista para daqui a 60 dias.
Já as obras de readequação de capacidade da pista, requalificação do pavimento, sistema de drenagem e implantação de sinalização devem ser finalizadas em 12 meses. Cerca de R$ 59,9 milhões em investimentos estaduais foram destinados a esta segunda etapa, enquanto R$ 1,2 milhão cobrirão os custos dos reparos emergenciais.
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