Tendência dos desfiles, recortes nos looks chegam a público cheio de curvas
O abdômen à mostra, a região pélvica em exposição e quase nada escondido: a pele nunca esteve tão em moda.
Prova disso é a presença de recortes nas coleções apresentadas pelas grifes nas principais passarelas do mundo. Isso tudo de forma gradual, quase onipresente e sempre ousada.
No Instagram, as modelos mais famosas e artistas tornaram essa tendência ainda mais visível: basta um scroll rápido nos perfis oficiais de nomes fashionistas, como Bella Hadid e Dua Lipa, para encontrá-las exibindo seus corpos esculpidos e atraindo milhões de curtidas.
Antes restritos a corpos magros e longilíneos, os recortes também simbolizam uma evolução: estilistas vêm mostrando que a modelagem não deve ser exclusiva a esses padrões.
Exemplo disso é um dos grandes destaques da Semana de Moda de Londres. A brasileira Karoline Vitto, que levou à passarela um casting diferente do que estávamos acostumados a ver. As modelos femininas não desfilavam roupas 36 ou 38, tampouco o tamanho pequeno.
As criações de Vitto davam visibilidade às curvas. Os vestidos eram formados por tecidos que se desenhavam de forma abstrata no corpo, alguns deles deixavam partes dos seios, as laterais do quadril e a barriga em evidência. Algumas vezes, argolas foram utilizadas para que o visual se combinasse em um só, enquanto conectava os fios.
A ideia da estilista era inverter a lógica já presente na indústria da moda e dar visibilidade para outras formas, com as quais o público poderia se identificar. A mãe, tia ou a si mesma.
A designer irlandesa Sinead O'Dwyer é outro nome por trás dessa reinvenção por trás dos recortes. Em suas palavras, declaradas em artigo para a "Vogue", ela dissertou:
A primeira coleção que fiz foi durante a pandemia e tentei traduzir algumas ideias: quem pode usar determinada roupa? Por que eles usam essas roupas? E quais são os estereótipos que associamos a corpos maiores em termos do que eles podem e não podem usar".
Com direito às transparências, a Ester Mana, fundada por Ester Manas e Balthazar Delepierre em 2019, projeta coleções ousadas para "mulheres ferozes e alegres". Inspirada no empoderamento feminino.
Para a Primavera/Verão 2023, a dupla partiu para desconstruir e problematizar o "corpo de verão" com tecidos elásticos e franzidos que buscavam flexibilidade de tamanho único, além de recortes que ofereciam abordagens que reforçavam o questionamento dos padrões.
Ousados e improváveis
Como os recortes surgiram na nova temporada?
A modelagem dá espaço para a criatividade, Desta vez, quem ganha espaço — e perde tecido — é a região das pernas. Onde pouco era visto, agora ganha visibilidade.
No desfile repleto de irmãos gêmeos criado pela Gucci, de Alessandro Michele, as calças apareceram como suspensórios reinventados.
As calças parecem começar a alguns centímetros abaixo da cintura, conectadas apenas por tiras de tecido que deixam parte das coxas nuas.
Esse molde foi ainda além com a Burberry, de Ricardo Tisci, aproveitou essa mesma região do corpo, mas com um toque a mais. As laterais externas também deixavam a pele à mostra.
Além dos bodysuits com essas abordagens, os vestidos que se formavam apenas com tiras de tecido, abrindo a possibilidade de recortes no look, também ganharam espaço.
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