Estilo kitsch é marca deste apê em predinho de 1940: 'Brega com propósito'

Havia um apartamento rondando o "universo" de Julia Guglielmetti e Alexandre de Pádua - e eles sabiam disso. "Vimos no canal de um influencer e tempos depois a mesma pessoa apareceu em um canal de TV mostrando os interiores. Aquilo ficou na nossa cabeça", ela lembra.

Nessa época, estavam os dois à procura de um imóvel para alugar. Entre a visita de um imóvel e outro, viram uma placa em um edifício. Ao perguntarem ao zelador o preço, bingo! — cabia no orçamento.

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"Quando entrei no apartamento, tive a certeza: estava no mesmo prédio daquele apê que tínhamos visto. A planta era a mesma, e luz linda era exatamente aquela", ri Julia, que cria conteúdo em seu perfil @julia.gugli.

O predinho dos anos 1940, mesmo antigo, oferecia a personalidade, as janelas largas e a hora dourada que tanto havia sonhado acordada.

Aos poucos tudo foi se transformando. A varanda quadrada recebeu a sala de jantar, a cozinha foi pintada de rosa e hoje exibe orgulhosa mil utensílios. Julia é vegana e cria mil receitas ali mesmo, compartilhando em seu perfil, em meio a dicas de lifestyle e decoração.

Na sala, os garimpos saltam aos olhos: veja a mesa que tem uma base de urso, vinda de uma loja de artesanato e encontre pistas da identidade dela.

Amo garimpar e misturar coisas. Tem um armário anos 60, outro anos 70, cores, texturas, bom humor e o kitsch, que é o 'brega com propósito'"

Vêm objetos também das caçambas da cidade, do lixo ou dos bazares de igreja. "É coisa de treinar o olhar e você consegue boas compras", aconselha. Assim ela dá nova oportunidade para as peças que não servem mais a outras pessoas e iriam para o lixão.

Novo crush

No banheiro, o tapete persa e as plantas dialogam com um anão de jardim. Um mundo divertido para um banheiro antigo, que virou o lugar preferido do casal. "Nos apartamentos modernos os banheiros são muito apertados e geralmente não são um lugar muito gostoso de se estar. Aqui passou a ser um lugar que a gente tem prazer de entrar, de tomar banho, de estar", aponta.

Dicas da Julia para dar personalidade ao apê alugado

• Bazares de igreja, brechós? "Vá a eles, mas mantenha a constância. Quase todo dia dou uma olhada no marketplace do Facebook também. Os achados acontecem sem querer, para quem está passando na hora certa."
• Renove-se. "Mudar a mentalidade do 'perfeito' é necessário - pode parecer uma vibe meio 'Bruna Linzmeyer', mas é isso: tudo bem estar imperfeito ou sujinho."
• Não tenha pressa. "Não queira decorar tudo de uma vez. Vá aos poucos e faça seus achados. Sempre digo que quadros, por exemplo, devem encontrar a gente. Coloque na parede também coisas que não são quadros, mas que contam sua história."
• Vá além do que se vê. "Enxergue móveis e objetos para além da funcionalidade deles. Veja o potencial do que aquela coisa poderia ser. Uma cadeirinha de criança pode se tornar um apoio de plantas diferentão e por aí vai."
• Experimente jeitos diferentes de usar suas peças. "Garimpamos duas passadeiras e uma virou a cabeceira da nossa cama. Contestar a função original das coisas é preciso."
• Sem desperdício. "Evitamos coisas temporárias. Tento comprar tudo bonito e definitivo, senão caímos na zona de conforto de já ter algum item ali e nunca comprar o definitivo."

@s que me inspiram

@______theo

"Ela é de Berlim. Sinto que a construção e a iluminação do apê dela têm a mesma vibe que o nosso! Ela decora com objetos e móveis atemporais e com autenticidade, mistura de estilos e texturas naturais (quase nada é de plástico!)"

@champagneunicorn

"Ela é totalmente o oposto da Theo. As duas juntas são muito o que eu sou. Ela traz muita cor, estampas, diversão e bom humor para a decoração!"