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SPFW N54: Ellus celebra 50 anos com Jade Picon na passarela; veja destaques

Jade Picon no desfile da Ellus - Divulgação
Jade Picon no desfile da Ellus Imagem: Divulgação

Natália Eiras

Colaboração para o Nossa

19/11/2022 08h47

Nesta sexta-feira (18), a Ellus decidiu celebrar os 50 anos fazendo um resgate criativo de sua história, sem tirar, no entanto, o olho do que quer para o futuro.

Para isso, levou para a passarela da edição 54 da São Paulo Fashion Week, que acontece até domingo (20), alguns códigos muito presentes em sua história, mas buscando continuar conversando com o público jovem.

Para isso, contou com a presença da influenciadora e ex-BBB Jade Picon.

Com a coleção "Celebrate", a marca, com direção criativa de Adriana Bozon, resgatou o jeans, a estética motocross, o fetiche, roupas para a vida noturna, o ambiente urbana e o utilitarismo.

Há, no entanto, pequenas reviravoltas: o jeans tem aplicações de estrelas com strass e virou peças como o corpete bem estruturado e pantalonas moles, o couro do motocross não vem apenas na jaqueta, mas em trench coats.

Jade Picon no desfile da Ellus - Divulgação - Divulgação
Jade Picon no desfile da Ellus
Imagem: Divulgação

"Muito mais do que olhar para o nosso passado, estamos olhando para onde queremos caminhar, nossa visão de mundo, nossa visão de futuro e onde queremos chegar", diz a diretora criativa.

Entre os novos elementos, estão as jaquetas e partes de baixo em matelassê prateado. Minissaias, bem curtas e com a cintura baixíssima, foram apresentadas em diversas texturas. Assim como calças e tops luminosos, com lantejoulas e detalhes em franja de pelúcia. O visual, que traz o sabor de quem está indo para a balada, vestiu Jade Picon, no ar na TV Globo na novela "Travessia", que fechou o desfile.

Porém, Jade não foi a única ex-BBB a participar do terceiro dia da SPFW. Thelminha, da edição de 2020 do reality show, prestigiou a apresentação da marca Handred, que celebrou 10 anos de existência referenciando o bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro (RJ).

Veja mais destaques desta sexta-feira (18):

A.Niemeyer

SPFW N54 | A.Niemeyer - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

A marca, conhecida por ser uma das precursoras do estilo loungewear do Brasil, abriu o terceiro dia da São Paulo Fashion Week com desfile no Shopping Iguatemi. As criadoras Fernanda Niemeyer e Renata Alhadeff costumam priorizar cores claras e tecidos macios, mas sem abrir mão de um caimento certeiro, impecável. E foi o que vimos na coleção apresentada nesta sexta-feira (18).

A blusa de fleece, tecido de alta performance, peludinho, com gola alta e zíper, foi uma das tônicas do desfile, junto com os maxi-vestidos de tricoline. Maxi-casacos com faixas na cintura, mangas balonês com o ombro deslocado e franjas na cintura também estiverem presentes na apresentação, em uma paleta de cores que incluiu o off-white, caramelo, marrom, cinza, bordô, além de estampas gráficas em bege e preto e branco. Como acessório, a marca propõe mochila e bolsas de contas de madeira, como as capas massageadoras de bancos de carro, além de bags de crochê.

Triya

SPFW N54 | Triya - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

A Triya nasceu como uma marca de roupa de banho, mas não é fato recente que ela tem extrapolado a praia e a piscina. Nesta coleção, isso fica muito claro quando o look de abertura é um biquíni, mas com bordados cintilantes. A parte de cima, um top triangular, tem uma forte referência às frente-únicas dos anos 2000.

O resgate ao início do século não para por aí. A marca sugeriu conjuntos de minissaia e blusa, com estampas psicodélicas, combinados com luvas compridas. A parte debaixo contava com o franzido atrás, detalhe que evidencia o formato do bumbum. Outro hit que ganhou a versão da Triya foi o set de top e calça de malha de tule, levemente transparente, que pode ser usado como saída de praia ou roupa para ir para uma festa. Os recortes, deixando a pele à mostra, estiveram presentes tanto em maiôs e biquínis como em tops para usar no asfalto. Por fim, o brilho voltou à passarela com vestido nude coberto com franjas de canutilhos prateados.

Para os acessórios, Triya propôs penduricalhos que podem complementar tanto um look de praia como o noturno: body chains, mais especificamente os belly chains, com pingentes de pedras brasileiras.

Lino Villaventura

SPFW N54 | Lino Villaventura - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

O estilista nunca teve medo de colocar uma reviravolta diferente em coisas, teoricamente, básicas. E foi o que ele fez na coleção desta edição de SPFW, que passeou pelo mini-vestido, mostrou pantalonas e fendas para homens, foi para os macacões utilitários e terminou com os longos, arrastando-se ao chão.

A primeira parte da apresentação foi uma profusão de peças montadas com aplicações de tecido sobre tecido, Os mini-vestidos, de saias evasês e mangas pontudas, pareciam ser feitos de papel machê. Nos pés, botas pesadas e sapatos utilitários dividiram a cena com reinterpretações da sapatilha de balé e sandálias finíssimas. A paleta de cores ficou focada, inicialmente, em tons sólidos e mais sóbrios, como o preto, verde escuro e o branco.

Porém, quando você achava que já tinha sacado a coleção, Lino aumenta o comprimento das roupas e vestidos fluidos, assimétricos, plissados e transparentes dividem os holofotes com conjuntos de calça e camisas amplas, com ombreiras arredondadas. As cores também se acendem e chegam os amarelos, o vermelho, o azul vibrante. Elas aparecem em aplicações de pedrarias nas peças, em degradês tricolores, mas também como pinceladas estampadas nas roupas.

Rocio Canvas

SPFW N54 | Rocio Canvas - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

O diretor criativo da marca curitibana, Diego Malicheski, não quis fincar um tema para o desfile que aconteceu no Komplexo Tempo, na Mooca. Porém colocou, na passarela, a sua obsessão: construções orgânicas que emolduram os corpos. A oposição entre o rígido e o fluído foram a tônica da coleção outono-inverno da etiqueta.

Casacos cropped, com ombreiras marcadas e decote triangular são alguns dos detalhes das roupas da marca. O marrom aparece sempre na passarela, mas contrasta com pontos de luz em cores como o vermelho, verde-bandeira, amarelo e azul. Torcidos e contorcidos são recursos usados para renovar golas de vestidos e blusas. Faixas e cordões seguem soltos dos visuais, permitindo que a roupa seja usada de diversas maneiras e diversos corpos. Quando surgiram estampas, elas eram manchadas, misturadas ao preto e marrom.

Os tecidos usados por Diego Malicheski foram a lã 100% algodão e os crepes de alfaiataria, muito comum na marca. Para os pés, as botas brancas e pretas com canos enrugados e um espécie de suspensório.

Thear

SPFW N54 | Thear - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

O processo de mudança, de crescimento, foi o enredo criado por Theo Alexandre no desfile MetAMORfase, da Thear Vestuário. A seda foi usada pela primeira vez pela marca e, por isso, o estilista decidiu mostrar, em 22 looks, as fases da vida do bicho-da-seda.

"A lagarta aparece por meio do movimento em infinito e estampas que dialogam com o ato de se permitir sair do comum e partir em busca de si mesmo, em uma autêntica e encantadora transformação. Já o casulo aparece nas peças estruturadas com materiais mais rígidos, como o denim, que remetem ao nosso abrigo íntimo, se materializando nas formas arredondadas do balonê. E, por fim, a Mariposa surge na fluidez da seda e nas silhuetas que remetem ao conforto e sofisticação, enquanto as amarrações e crochês resgatam a ancestralidade preservada em bordados e macramês", explica Theo Alexandre.

Para os acessórios, máscaras e peças para cabeça em formato de mariposas. Eles foram feitos em parceria com o projeto Folhas Sustentáveis e foram desenvolvidos a partir da folha da cervejinha, planta abundante no Cerrado. Quem assina é a designer de acessórios Patrícia Perez.

O casting também foi diverso, principalmente em relação à idade das pessoas que desfilaram. Ambas com mais de 70 anos, Sylvia Demetresco, escritora e pós-doutora em visual merchandising e vitrinas, e Delaide Arantes, ministra do Tribunal Superior do Trabalho, foram algumas das modelos.

Ateliê Mão de Mãe

SPFW N54 | Ateliê Mão de Mãe - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

Com a coleção Abre Caminho, Vini e Patrick Fortuna, criadores e estilista da marca de Salvador (BA), continuam a mostrar um olhar mais moderno, mais pop, do crochê brasileiro.

Primeiro em linhas em seu tom natural e, depois, tingido, a técnica permeia boa parte dos looks apresentados no terceiro dia da SPFW. Biquíni com franjas e luvas, vestidos com as linhas de algodão criando balanço na barra foram as primeiras apostas da marca, que estreou na semana de moda dentro do projeto Sankofa. Logo a cor natural da linha foi colorida em tons vibrantes como o verde, o roxo, o vermelho e o rosa. E o crochê não é apenas uma técnica, mas também a estampa para camisas e vestido.

É uma coleção que exalta o fazer manual do Brasil, mas daquele forma que a gente vê no digital fashion. A vibrância do artesanato se encontra e absorve um pouco da tendência dopamina, um hit nas redes sociais.

Martins

SPFW N54 | Martins - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

Tom Martins continua fazendo uma moda jovem muito atualizada, como se fosse o feed do Tik Tok. Uma continuação de sua coleção anterior, a "The Cinema 2" olha e se inspira em três filmes dos anos 1990 e 2000 que estão sendo resgatados pelos adolescentes e jovem adultos hoje em dia: "Patricinhas de Beverly Hills", "Jovens Bruxas", "Legalmente Loira" e "Meninas Malvadas".

Como as quatro produções hollywoodianas se passam no ambiente escolar, o uniforme esportivo dos "jocks" e o look colegial foram grandes elementos dentro da seleção apresentada. A marca se apropriou do que era cool nos anos 1990 e 2000 e quis subverter, mostrar uma nova abordagem.

Assim, nasceram visuais em que a saia vai por cima da calça, algumas vezes em tecidos semelhantes, outras contrastando texturas. Blusas listradas, longuíssimas, são um misto de túnicas ou vestidos, calças cargos aparecem com muitos bolsos. Eles, por sinal, não aparecem apenas nas peças de baixo, mas também nos maxi-coletes volumosos e nas camisetas oversized. E, pela primeira vez, Tom Martins adentra o mundo da alfaiataria com conjunto em patchwork de xadrez.

A cartela de cores é extensa e inclui azul, vermelho, verde, preto, branco, roxo, amarelo e rosa. Jeans com lavagem típica dos anos 2000, lã, sarja, moletom, flanelados plissados, jacquards, pelúcia em animal print, tule e viscose estão entre os materiais utilizados pela marca.

Handred

SPFW N54 | Handred - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

Para comemorar os 10 anos da existência da Handred, o fundador e diretor criativo André Namitala volta a explorar a fonte do DNA da marca: a cidade de Rio de Janeiro (RJ). Desta vez, as ruas animadas e boêmias do bairro de Santa Teresa são a inspiração para a criação da nova coleção da etiqueta. Assim, a apresentação, que foi precedida por um mini-documentário sobre personagens que habitam as ladeiras da vizinhança, promove uma festa ao ar livre nas ladeiras da vizinhança, lar de muitos artistas cariocas.

Peças com texturas ricas e superfícies elaboradas, com bordados, estampas e composições têxteis em patchwork abrem a passarela. O desfile resgata as silhuetas da Handred, amplas e confortáveis, mas com muita referência dos anos 1920 nas modelagem e nos detalhes. Franjas de melindrosas, por exemplo, aparecem aplicadas em camisas e bermudas.

O branco, o bege e o azul predominam na coleção, mas há também espaço para as estampas. Formas de pessoas dançando se unem a elementos em forma de arcos, uma referência à Lapa, que está ali logo do lado do Morro de Santa Teresa.

Heloisa Faria

SPFW N54 | Heloisa Faria - Marcelo Soubhia/@agfotosite - Marcelo Soubhia/@agfotosite
Imagem: Marcelo Soubhia/@agfotosite

Com a proposta de fazer uma moda feminista e pautada na reutilização de matéria-prima já existente, a marca estreia na São Paulo Fashion Week com uma apresentação digital em que reflete sobre a liberdade de sonhar.

Na coleção "A Máquina de Sonhos", a estilista Heloisa Faria faz mix de volumes e estampas para criar um ambiente lúdico onde tudo é permitido. Os modelos se embrenham na neblina da confusão em visuais que incluem desenhos psicodélicos, além das camisas listradas e o jeans, clássicos da etiqueta. Para a confecção, foram utilizados tecidos vintage, garimpados para serem usados na técnica de upcycling.

Uma estampa, no entanto, merece atenção: Bomba de Flores foi desenvolvida em parceria com Matheus Braz, que usou a rusticidade do traço do giz pastel para trazer frescor às peças. O padrão é trabalhado em seda, que pode vir volumosa e fluida, e no tule, como uma camada de flores sobre a pele, em luvas e mangas compridas.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Ao contrário do informado, a ex-BBB Thelminha não esteve na passarela da Handred. A informação já foi corrigida.