Entramos no navio de luxo onde famílias de jogadores se hospedam no Qatar
A família do capitão da Seleção Brasileira, Thiago Silva, está dando o que falar durante a sua estadia em Doha, capital do Qatar, sede da Copa do Mundo de 2022. Hospedados em um navio luxuoso ancorado no porto da cidade, a esposa do capitão, Belle Silva, e sobrinhos, primos, sogra, pais e cunhado do jogador têm dividido sua rotina no Instagram.
Nossa visitou o MSC World Europa poucos dias antes do início da competição, e observou de perto as opções de culinária, bebida e entretenimento à disposição da família Silva. Além deles, parentes de Fred e Alex Telles, além de convidados de jogadores de outras seleções — como Inglaterra e Argentina — também estão hospedados no local.
As 2.633 cabines do navio foram arrendadas pela organização do evento, que ficou responsável por comercializar — ou ceder — como desejasse. Toda a estrutura da embarcação, contudo, está à disposição dos hóspedes.
O parque aquático à disposição dos familiares dos boleiros conta com três toboáguas, sendo um deles com realidade virtual — onde o aventureiro pode se "ver" até em um safári. A reportagem não utilizou a tecnologia, graças aos relatos de que a realidade virtual tornava a experiência da descida ainda mais assustadora para quem tem medo de altura — o que era o caso.
Essa experiência de descer sem os óculos pode ser até prazerosa, mesmo com medo, principalmente porque dura menos de um minuto. Mas a velocidade dificulta manter os olhos abertos e ver a bela vista para o mar, já que há em um trecho transparente do aparelho. No final das contas, a adrenalina vale a pena.
Antes e depois da experiência, funcionários do navio explicam as etapas do percurso e mitigam dúvidas sobre riscos (ninguém vai ficar preso, ser "atropelado" ou se afogar).
Jacuzzi com vista pro pôr do sol e drinques à beira da piscina
A área molhada do navio tem, além dos toboáguas, sete piscinas. As jacuzzis internas ficam no Botanic Garden, uma extensão da piscina principal, mas coberta e com decoração em alusão a plantas. Com teto retrátil, a do local é menor e a preferida das crianças.
As jacuzzis — uma de cada lado do garden — podem ter vista para o mar aberto ou para a cidade de Doha. Se a família Silva quiser aproveitar um pôr do sol dentro da água e turbinar as redes sociais com belas fotos, precisa escolher aquelas de frente para Doha (e não para o oceano): é ali que o sol se põe e rende um show de cores no céu, que contrasta com os enormes prédios da capital qatari.
As fotos com taças de vinho branco (aproximadamente R$ 60) ou chope (aproximadamente R$ 80) precisam ser feitas fora da água. Por precaução e para evitar acidentes, é proibido mergulhar — nem pelo tempo de um clique — com objetos.
Pode álcool? E as regras?
Além do consumo de álcool, outra restrição comum no Qatar que não atinge os hóspedes no "hotel flutuante" é sobre roupas decotadas ou curtas.
Durante o período em que a reportagem esteve na embarcação, o consumo de álcool não dependia de pagamentos extras, ou seja, já estava incluso no pacote.
Com isso, no horário de happy hour, garçons transitavam em áreas comuns com bandejas de Champagne, drinques com Aperol e gins tônicas. Além de toda a oferta disponível nos 21 bares e 13 restaurantes.
Tanto quanto beber um drinque, também era permitido transitar de biquínis, maiôs ou shorts curtos.
Contudo, as recomendações reforçadas pelas autoridades qatari podem criar uma "autoretaliação": é difícil se sentir confortável em usar roupas tão reveladoras ao lado de árabes totalmente cobertos, como se houvesse uma espécie de desrespeito à cultura local, ainda que em espaço permitido.
Alimentação básica inclusa e especiais à parte
Almoço e jantar estão inclusos nos preços pagos pelas cabines — não divulgados pela organização. Ambos podem ser feitos em buffets ou nos restaurantes principais.
O cardápio segue a lógica da MSC de priorizar a culinária local, então há prevalência de pratos com muito tempero, especialmente cominho e pimenta, e frutos do mar. Não há derivados de porco, como bacon — mas a opção "fake", bacon de peru, também é gostosa.
Os restaurantes especializados, de comida japonesa ou mexicana, por exemplo, também cobram à parte. O navio ainda conta com uma galeria que abriga lojas de roupas, bolsas e cosméticos e uma área de spa.
Qual a diferença entre hotel flutuante e navio em rota?
O navio de luxo que abriga a família Silva e de outros jogadores é o MSC World Europa, inaugurado no dia 13 deste mês pela empresa de cruzeiros.
A embarcação, contudo, só estará disponível para viagem após o final da Copa do Mundo. Até lá, toda a estrutura fica à disposição da organização do evento e seus hóspedes.
Toda a operacionalização do navio está a cargo da MSC. Os estabelecimentos internos, atrações de entretenimento e alimentação também operam em capacidade máxima — mediante pagamento, com funcionamento idêntico a quando os navios estão em rota pelos mares.
As cabines, em geral, têm uma cama e um sofá — que pode se tornar uma segunda cama — e um banheiro simples. Há unidades com varanda e outras somente com janela. Algumas também não têm uma coisa ou outra. Em rota, os valores de venda variam de acordo com essas facilidades.
Belle Silva, esposa do capitão, compartilha da mesma opinião da reportagem. Apesar de os funcionários serem bastante atenciosos quando é possível encontrá-los, há momentos nos quais as informações precisam ser "desbravadas" na unha.
A gente não acha nada aqui. Vamos ficar [hoje] no navio para achar as coisas. Uma coisa que eu percebi que não está muito legal no navio é informação, está tipo assim: 'se vire você mesmo'. E é isso que a gente vai fazer. Belle Silva no primeiro dia no hotel flutuante em Doha
Esta é a diferença crucial de um "hotel flutuante" para um navio normal: são tantas atrações que é preciso tirar dúvidas a todo o tempo, desde para qual lado fica a cabine até onde está determinada loja. A esta altura, Belle já deve estar craque nos corredores do gigante World Europa.
A jornalista viajou a convite da MSC.
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