Como deixar o bolo mais molhadinho e macio com dicas e ingredientes fáceis
Quem nunca ouviu aquela dica de vó sobre molhar o bolo com guaraná? A prática antiga tem o objetivo de deixar a massa mais molhadinha e carrega algumas técnicas e combinações que elevam o sabor do doce.
A técnica pode ajudar na maciez da massa, quando são usadas farinhas mais "pesadas" ou sem glúten, mas também serve para molhar o bolo eventualmente ressecado com o passar dos dias.
Além disso, a busca por mais sabor também está entre as finalidades de molhá-lo. A conservação é outro ponto, já que as caldas mantêm o bolo úmido por mais tempo, ou seja, impedem que resseque tão rápido.
Apesar dos benefícios de molhar a massa, a calda não deve jamais competir com o recheio do bolo. Ou seja, sua contribuição é para deixá-lo mais apetitoso e não se sobrepor à parte recheada e seu sabor.
Tipos de calda
Entre as alternativas, a calda básica, com água e açúcar, é coringa e não oferece erros. A mistura é simples: uma medida de açúcar para duas de água. Basta derreter em fogo moderado, no fogão, e esperar ficar em temperatura ambiente ou mais geladinha, antes de ser usada.
A partir dessa calda básica é que começa a brincadeira, com a possibilidade de se adicionar outros ingredientes. "Pode-se saborizar essa calda com baunilha, porém nunca com essência, mas extrato ou pasta", sugere a confeiteira Bruna Rebelo, da CakeLover.
Nesse sentido, também ser viável acrescentar um pouco de especiarias, cascas de cítricos, bebidas alcoólicas ou o que quiser para combinar com o sabor do bolo.
Se a ideia for molhar um bolo recheado, é fundamental que calda e recheio combinem, agregando sabores. Bebidas alcoólicas são boas opções, pois destacam o sabor do bolo.
A calda de leite condensado, por sua vez, é praticamente unanimidade. "O líquido que molha a massa deve ter um sabor neutro, que não interfira na composição do bolo. Por esta razão, a calda mais indicada é aquela que usa como base o leite condensado, que adoça, mas não rouba outros sabores", explica Cleusa Maria da Silva, CEO e fundadora da Sodiê.
Enquanto isso, caldas à base de leite não são recomendadas, devido às chances de azedar o bolo — o uso do alimento lácteo reduz a vida útil de um bolo a apenas um dia.
"Muita gente também molha o bolo com guaraná, que afeta o sabor, deixando um pouco mais doce, mas pega na memória afetiva de muitas pessoas", comenta Larissa Guimarães, confeiteira da Lacê Docê.
Cada bolo pede uma calda
Conhecer cada calda e suas possibilidades é importante para entender qual receita usar em cada bolo.
"Bolos de laranja e limão pedem uma caldinha mais adocicada. Mas se o bolo é doce, deve-se tomar cuidado para não ter uma calda também doce, que pode deixar o bolo muito enjoativo", orienta chef Mari Adania, boleira da Feliciana Pães e Outras Histórias.
Ela conta, por exemplo, que a calda com licor cointreau é ótima para bolos com recheio de laranja. Existe ainda uma versão mais barata da calda, a que leva rum.
Já para a massa de baunilha, Larissa Guimarães sugere usar calda também de baunilha combinada com raspas de laranja ou limão. No caso da massa de chocolate, a sugestão é mesmo a calda básica, no máximo com umas especiarias.
"Podemos colocar para ferver junto uma canela em pau e um ou dois cravos, que dá um 'up' no sabor e deixa bem equilibrado", opina.
Como e quanto molhar
Uma regrinha básica para não molhar demais, nem menos do que o necessário: para cada quilo de bolo, use de 70 a 100 mililitros de calda. Com isso, a massa ficará bem molhadinha, mas sem desmanchar ou brigar com o recheio.
No entanto, essa quantidade pode variar de acordo com o tipo de massa. "Também é indicado usar até 60% de calda para 100% do bolo, algo como 300 mililitros para cada 500 gramas. Isso pode aumentar em um bolo gelado ou diminuir nos amanteigados", explica o chef e confeiteiro Cesar Yukio, da Hanami Confeitaria.
Outro detalhe importante é controlar as partes a serem molhadas. Para o confeiteiro, todas as camadas superiores do bolo podem receber a calda. Isso porque a massa ficará úmida por inteiro, graças à gravidade.
Geleias como opções
Guaraná funciona, embora deixe um pouco doce; o leite condensado é ótimo e a calda coringa de açúcar não tem erro! Mas, e uma geleia líquida?
"A massa precisa ser molhadinha e saborosa, mas não pode desmanchar. O bolo precisa ter consistência", responde Cleusa.
Geleias líquidas podem complementar o sabor do recheio, mas não são recomendadas como "caldas", já que, dependendo da consistência, corre-se o risco de não cobrir todas as partes, deixando algumas delas mais "secas".
Seguindo essa ideia, há uma alternativa: o coulis, um molho fino de frutas que não passa por nenhuma cocção e pode funcionar bem para molhar a massa.
"Costuma ser usado para acompanhar sorvetes e sobremesas, mas, neste caso, também pode ser utilizado para molhar o bolo. Lembrando que por conter fruta crua, a durabilidade do bolo será um pouco menor", aponta Bruna Rebelo.
Para fazer, basta bater, em um liquidificador ou processador, 300 gramas de frutas (morango, por exemplo) com 50 gramas de açúcar refinado, 30 gramas de suco de limão e 20 gramas de água, até se obter um purê bem cremoso. Depois, é só coar em uma peneira para ficar bem liso e levar à geladeira para refrigerar.
Fontes: Bruna Rebelo, da CakeLover; Cesar Yukio, da Hanami Confeitaria; Cleusa Maria da Silva, da Sodiê; Larissa Guimarães, da confeiteira da Lacê Docê; e Mari Adania, boleira da Feliciana Pães e Outras Histórias.
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