Rabanada surgiu no Império Romano e ganhou o mundo. Veja receitas variadas
Pão amanhecido, leite, ovo e não pode faltar, o açúcar com canela. Esses são os ingredientes da tradicional rabanada, uma clássica receita natalina. Com cheirinho de lembrança e sabor de família, esse doce é um histórico, passado de geração em geração, tem uma história bastante antiga.
Os primeiros registros desta iguaria datam desde o Império Romano, que na época chamavam de pan dulcis. A receita aparece no livro de Apicius (gastrônomo do século 1).
Dentro de um contexto religioso, a rabanada tinha o intuito reaproveitar o pão, que é considerado símbolo sagrado para Igreja Católica por representar o corpo de Cristo, e que por isso, não deveria ser desperdiçado.
Com o passar dos anos, a receita foi se perdendo, e só apareceu novamente no século 14, na Alemanha, recebendo o nome de arme ritter. Mas foi na França a partir do século 15 que o doce ganhou maior destaque, em forma de toastées dorées, com pão duro imerso no ovo e frito sem leite.
Em 1450, o icônico "Libro de arte coquinaria", do Maestro Martino da Como, revelava ao mundo a suppe dorate — "fatias de pão branco (...) embebecido em ovos, açúcar e água de rosas, fritas com um pouco de manteiga e banha. (...) servidas em um prato com um pouco de água de rosas colorida com açafrão e muito açúcar".
Rabanada ganha o mundo
A partir de então, a receita se espalhou pelo mundo ganhando diferentes nomes por aí: na Espanha, virou "torrija" e é tradição de Páscoa; na França, o famoso "pain perdu" (ou "pão perdido"); nos Estados Unidos, "french toast"; "eggy bread" na Inglaterra; na Itália, "suppe dorate", e, finalmente, em Portugal "fatias douradas" ou "paridas" — que tem esse nome porque era dado as mulheres que haviam acabado de ter filhos.
São poucas as variações da receita. Na Espanha, por exemplo a adiciona-se bebida alcoólica ao leite, como vinho do porto ou vinho branco e em outros, o mel. Em alguns lugares o que muda é polvilhar as fatias com calda saborizada de açúcar, canela e cravo, para umedecer ainda mais o doce.
No Brasil a rabanada é um preparo típico natalino, provavelmente pela influência lusitana, visto que em Portugal era tradição comemorar o Natal com abundância de comida e excesso de caloria. Além disso, tem o fato do hemisfério norte ser frio nessa época e as comidas hipercalóricas ajudavam a aquecer.
Fontes: chef de panificação Fábio Bruno, chef Jacqueline Barauna - professora mestre em culinária brasileira e internacional na Universidade São Judas Campus UNIMONTE @jackbarauna, chef Julia Postigo - professora e mentora de confeitaria.
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