Por que comemos uva passa nas comidas de Natal
Colaboração para Nossa
25/12/2022 04h00
Presente em inúmeras receitas natalinas, mas odiada por muitos. A uva passa é o ingrediente mais polêmico das festas de final de ano. No entanto, o item tradicional da ceia é mais do que um mero elemento de sabor adocicado, ele é um símbolo de fartura e prosperidade.
As uvas estão presentes na dieta dos seres humanos há milhares de anos. O uso do ingrediente em pratos salgados também não é prática nova, muito menos brasileira.
Conforme explicou Sandro Dias, professor de história da gastronomia do Centro Universitário Senac - Águas de São Pedro, foi ainda na Antiguidade que a fruta assumiu um lugar de destaque na dieta dos povos egípcios, hebreus, mesopotâmicos, árabes, gregos e romanos.
As passas carregam ainda significados místicos de fartura, fertilidade e prosperidade.
Na Roma Antiga, as comunidades celebravam a chegada do inverno no hemisfério norte festejando o "Natalis Solis Invicti" e, então, passavam a guardar sementes e secar frutas durante o período de baixas temperaturas. Nesse contexto, a uva era associada à ideia de ausência de fome e carregava a simbologia associada a festividades.
"As festas de fim de ano marcam um momento de transformação, em que os alimentos carregam a simbologia do que esperamos e desejamos para o novo ciclo", afirmou o especialista.
Além do significado histórico, as uvas passas também têm inúmeras propriedades nutricionais:
- São benéficas para a função intestinal por conterem fibras do tipo frutooligossacarídeos (FOS);
- Fonte de energia por conta da concentração de açúcares naturais (frutose e glicose);
- Fonte de Vitamina do Complexo B que auxiliam nas funções do sistema nervoso; etc.
O item nada mais é do que a fruta in natura desidratada. Ou seja, ela passa por uma técnica de secagem que reduz sua umidade.
Além de conservar as características naturais do ingrediente, o processo dificulta a proliferação de micro-organismos que provocariam a deterioração da fruta fresca.