Champanhe, prosecco, cava: acerte na escolha do espumante para o Ano-Novo
É a cena clássica do Ano-Novo: fogos de artifício, gente de branco e taças de champanhe. Na hora de comprar a garrafa da bebida, porém, a confusão é quase sempre garantida: afinal, espumante e champanhe são a mesma coisa? Por que há tanta diferença de preço? Precisa de algum tratamento especial?
Com o auxílio do chef Mario Galuzzi, esclarecemos algumas das questões em torno das bebidas —sinônimo de glamour e de festas.
Champanhe, só se for da França
Champanhe é um tipo de espumante, mas nem todo espumante pode ser chamado de champanhe. O termo é exclusivo dos vinhos produzidos em uma região chamada Champagne, na França, com uvas e métodos bem específicos. Quando feitos em outras regiões francesas, ganham o nome de "vin mousseux" (vinho espumante). Se forem produzidos fora da França, o rótulo precisa trazer a informação de que a bebida é um vinho espumante produzido com o método "champenoise".
Para a bebida ser considerada champanhe de verdade, além de ser produzida na região correta, ela precisa seguir algumas exigências, como só usar uvas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier, com tempo de guarda de no mínimo 15 meses em garrafa antes de ser comercializada.
A rigidez do método e o controle de qualidade sobre os champanhes é o que definem seu preço: como a região produtora é pequena, as safras do espumante costumam ser mais caras.
Da Espanha, com amor: as cavas
Outros países também produzem espumantes de qualidade, às vezes bem mais em conta do que uma legítima champanhe francesa. Os espanhóis, por exemplo, têm muito apreço pelas cavas, espumantes elaborados com três tipos específicos de uva nativa e que usa o mesmo método das champanhes.
E assim como no caso da bebida francesa, não é todo vinho espumante que pode ser chamado de cava: somente os rótulos produzidos na Espanha merecem o título de origem controlada. Para garantir o título no rótulo, só permitida a utilização na produção as uvas brancas Macabeo (Viura), Xarel.lo, Parellada, Malvasía (Subirat Parent) e Chardonnay, e das uvas tintas Garnacha tinta, Monastrell, Pinot Noir e Trepat.
Prosecco, o espumante italiano
Os italianos também são conhecidos por sua produção de vinhos espumantes. O mais conhecido do grande público é o prosecco, mais leve e frutado. O diferencial deste espumante está no meio de produção: a segunda fermentação da bebida (que causa as bolhinhas características do produto) é feita em tanques de aço e não direto nas garrafas, como acontece com champanhes e cavas.
Qual a melhor taça para servir - a flûte ou a taça vintage?
Eis um ponto polêmico. A taça flûte, mais comprida, é a eleita de Galluzzi: "por conta de sua anatomia, ela dificulta a saída rápida das bolhas de ar", que são justamente a "alma" do vinho espumante. Já a taça vintage comporta mais bebida e um pouco mais prática se a pessoa vai engatar o consumo de outros vinhos na mesma taça após o brinde. Fica por conta do gosto dos anfitriões.
Como manter a bebida gelada corretamente?
O ideal é que as garrafas sejam colocadas na geladeira no dia anterior, assim é certeza de que estarão geladas no momento do brinde. "A temperatura ideal para servir espumantes é entre 6 e 9 graus", explica o chef. Deixar no balde de gelo também está valendo, desde que você não descuide e deixe o gelo derreter.
E como servir a bebida?
Primeiro de tudo: deixe os chacoalhões e os jatos de champanhe para os pilotos de Fórmula Um. Além do calor, agito em excesso é um problema sério para os espumantes. Para abrir, retire o lacre da rolha e, em seguida, gire a rolha e a garrafa em sentidos contrários. Quando sentir que a rolha está para sair, pressione-a um pouco - isso evita o barulho (e uma rolha disparando para cima dos convidados), além de impedir que se derrame o líquido.
Na hora de servir, vale a regra de não encher a taça até o topo. Além de deselegante, isso faz com que o espumante se aqueça antes de ser provado. Depois disso, faça seus brindes e aproveite a noite!
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*Com reportagem de Anna Fagundes, publicada em 28/12/2017.
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