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4 curiosidades sobre o espumante, a bebida oficial da virada do ano

Champanhe e mais espumantes são sinônimo de festa de Ano-Novo e comemorações - Getty Images
Champanhe e mais espumantes são sinônimo de festa de Ano-Novo e comemorações
Imagem: Getty Images

De Nossa

30/12/2022 04h00

Finalmente, depois de anos de reclusão da pandemia, as festas de Ano-Novo voltam a ganhar a cara que conhecemos e amamos. É hora de festa, pular sete ondinhas, comer lentilhas e, claro, saborear bebidas borbulhantes.

Seja o fino champanhe francês, o italianíssimo prosecco ou o espumante brasileiro, cada vez mais respeitado mundo afora, esse vinho festivo é sinônimo de uma entrada de ano mais especial.

A seguir, conheça algumas curiosidades sobre a bebida oficial da virada e prepare-se para saboreá-la de um jeito diferente:

1. É uma bebida relativamente nova

Por muito tempo, as bolhas no vinho foram entendidas como um defeito da bebida. Porém, há cerca de 400 anos, tudo mudou graças a um monge beneditino chamado Pierre Pérignon (reconhece?).

Gravura mostra a escolha de uvas para o Dom Pérignon - Gamma-Rapho via Getty Images - Gamma-Rapho via Getty Images
Gravura mostra a escolha de uvas para o Dom Pérignon
Imagem: Gamma-Rapho via Getty Images

Credita-se a ele a invenção do vinho espumante na região francesa da Champagne. Suas combinações eram lendárias e influenciaram produtores de espumante das gerações seguintes, que realmente valorizariam as borbulhar e a sensação de "beber estrelas".

Suas contribuições foram devidamente homenageadas em 1921, quando a Moët & Chandon lançou a marca Dom Pérignon, uma das mais famosas do mundo.

2. Popularizou-se graças a uma mulher

Jeanne Antoinette Poisson, a Madame de Pompadour (1721-1764), levou o hábito de tomar champanhe na corte francesa de Luís 15 ao delírio.

Madame de Pompadour - Print Collector/Getty Images - Print Collector/Getty Images
Madame de Pompadour
Imagem: Print Collector/Getty Images

Graças a ela, esse empresário, chamado Claude Moët, fez com que seu vinho fluísse cada vez mais em Versalhes.

A Moët et Cie surgiu em 1743 e virou Moët et Chandon em 1833. Em mais de 200 anos, tornou-se uma marca poderosa de luxo. Em 2018, homenageou Pompadour com uma edição limitada de champanhe rosé que faz uma releitura contemporânea de um baile de máscaras na corte.

Champanhe é o único vinho que deixa uma mulher bonita depois de bebê-lo", ela teria dito.

3. E outra mulher modernizou a indústria

Barbe-Nicole Clicquot Ponsardin - Fine Art Images/Heritage Images - Fine Art Images/Heritage Images
Barbe-Nicole Clicquot Ponsardin
Imagem: Fine Art Images/Heritage Images

Graças a Barbe-Nicole Clicquot Ponsardin (1777-1866), a Veuve Clicquot desenvolveu técnicas essenciais no chamado método tradicional, também conhecido como champenoise. É o caso do remuage, em que as garrafas ficam em um suporte, inclinadas de cabeça para baixo.

Regularmente, o produtor girava as garrafas, o que desgruda as borras das paredes do vidro. Já no dégorgement eles removiam as borras, concentradas no gargalo graças à etapa anterior. Assim, era possível retirar os resíduos sem desperdiçar muita bebida.

Sem essas técnicas, propagadas pela Veuve Clicquot, o champanhe seria uma bebida exclusiva de nobres. Barbe-Nicole Clicquot tornou-se uma das primeiras mulheres da história a comandar uma empresa de alcance internacional.

4. Virou bebida de festa graças à nobreza

Essa fama se deve à realeza francesa, com uma boa mãozinha dos ingleses.

No século 19, a Revolução Francesa e a Industrial providenciaram outro salto à bebida. A primeira matou nobres aos montes, e aqueles que fugiram comemoravam o fato de estar vivos bebendo champanhe, o que reforçou a relação comemorativa em outros países. A segunda trouxe tecnologias para melhorar produção, armazenamento e transporte. Com garrafas mais resistentes e ferrovias, o espumante ficou mais acessível e democrático.

Pôster antigo de Leonetto Cappiello que celebra o champanhe como uma bebida de festas - Corbis via Getty Images - Corbis via Getty Images
Pôster antigo de Leonetto Cappiello que celebra o champanhe como uma bebida de festas
Imagem: Corbis via Getty Images

Durante a Belle Époque, período de efervescência cultural na França e na Europa entre o fim do século 19 e o começo do 20, as já consagradas casas de Champagne, como Veuve Clicquot e Moët et Chandon, passaram a investir em publicidade ligando seus produtos aos momentos de alegria e celebração.

Desde então, o champanhe se solidificou como bebida para ocasiões especiais. A aura festiva cobriu também os outros espumantes, já que a magia está, em boa parte, nas bolhas inebriantes.

Outro fator que explica isso é o preço. Champanhe é, em geral, mais caro que espumantes de outros países, como cava, da Espanha, prosecco, da Itália, ou os premiados espumantes brasileiros. E é muito mais caro do que as populares sidras industrializadas.