Rodrigo Bocardi e banho em elefante; por que a prática tem futuro incerto
O jornalista Rodrigo Bocardi, apresentador do "Bom Dia SP", da TV Globo, estava curtindo férias na Tailândia e postou fotos no Instagram.
Em uma das imagens, ele aparece dando um banho em um elefante, um passeio comum oferecido aos turistas que pode estar com os dias contados.
O jornalista ressaltou, antes mesmo de receber alguma eventual crítica, que estava em uma área de preservação.
"Antes que falem, visitei uma área de preservação que tem compromisso com resgate, cuidado e reprodução dos elefantes — animal sagrado na Tailândia. Aqui, eles representam prosperidade e bem-estar. Nesta reserva, os bichos não pintam, não desenham, não dançam. Apenas ganham banho, comem, andam e dormem — sonho de todo ser vivo. Humano, inclusive, né?!)", escreveu.
Colapso no turismo local
O debate sobre uso de animais no entretenimento de turistas cresceu nos últimos tempos, como apontado pelo recente artigo da BBC — O futuro incerto dos elefantes treinados para entreter turistas na Tailândia.
De acordo com a publicação, hoje cerca de 3 mil elefantes são usados pelo turismo no país. E como são propriedade privada, sua qualidade de vida despencou durante a pandemia com o colapso do turismo, dado o alto preço de seus cuidados.
Problema antigo
A redução da população de elefantes no país — já foram mais de 100 mil — e as polêmicas só trocaram de setor. Se hoje o problema é no turismo, até os anos 1980 era no setor madeireiro, onde eram usados por sua força bruta até a prática ser proibida.
A fundação World Animal Protection (WAP), uma das defensoras dos animais no país, estima que, antes pandemia, os elefantes geravam até US$ 770 milhões por ano para a Tailândia.
A instituição é uma das que lidera esforços para que exista um turismo ético dos animais no país. Ainda segundo a BBC, dos mais de 200 acampamentos ativos antes do fechamento forçado pela covid, somente 11 tinham aprovação deles para funcionamento.
Futuro incerto
Algumas destas reservas, já anunciam em seus cartazes "passeios éticos com elefantes", onde é permitido esse banho com humanos, como fez Rodrigo Bocardi.
Entre os critérios exigidos para o bem-estar dos animais, está a proibição de uso de ganchos, correntes e de montar nos animais, além da exigência de mais espaço para que possam circular e regras para que não hajam treinamentos cruéis.
A incerteza paira sobre a falta de estrutura que a indústria do turismo na Tailândia tem para uma regulamentação apropriada.
"Mas a Tailândia não tem uma estratégia para isso. Na verdade, a regulamentação dos elefantes domésticos é uma confusão, dividida entre três ministérios que não estão coordenados entre si", diz o artigo da BBC.
Com o aquecimento do turismo depois de dois anos de pandemia, este debate deve só se intensificar.
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