Caixa eletrônico em latim e apenas um cão: 9 curiosidades sobre o Vaticano
Apesar de minúsculo em extensão, tudo o que acontece no Vaticano atinge grandes proporções.
Centro da vida e governança da Igreja Católica, a cidade-Estado situada no coração de Roma dita o comportamento de fiéis mundo afora e mobiliza até mesmo aqueles que não se identificam com seus ritos diante de acontecimentos históricos, como a perda do Papa Bento 16 nos últimos dias.
Abrigando uma das maiores coleções obras de arte, relíquias arqueológicas e produções culturais de enorme riqueza línguística e social em seus museus, o Vaticano se tornou um destino turístico curioso até mesmo para quem não gosta de religião.
Mas o que nem todos sabem ou imaginam é que este pequeno ponto do mapa vale a pena ser conhecido por algumas curiosidades para lá de únicas. Confira:
1. Menor 'país' do mundo, apenas um cão
Independente da Itália desde 1929, o Vaticano é o menor Estado do mundo — literalmente, uma cidade dentro de Roma. Seu território tem apenas 49 hectares de extensão e sua população é de 618 cidadãos, sendo que destes apenas 246 vivem dentro da cidade — incluindo os 104 membros da Guarda Suíça que protege o Papa.
Além do Santo Padre e 17 cardeais (os outros 53 moram fora do Estado), outras 453 pessoas moram lá. Há apenas um pet no Vaticano: um cachorro. A média de nascimentos de pessoas por ano, segundo dados oficiais de 2019, é de um bebê — filho de um guarda. Já a média de mortes é cerca de cinco a cada doze meses.
2. Não é membro da ONU
Apesar de ter sua soberania e autonomia, a cidade do Vaticano não é membro da Organização das Nações Unidas. No entanto, ela ganhou posição de observadora na Assembleia Geral da ONU em 1968. O único outro Estado que tem o mesmo status é a Palestina, já que é apenas parcialmente reconhecida ao redor do globo.
Não é porque é observador que o Vaticano não pode tomar medidas políticas: através das agências da ONU, a cidade se envolve em projetos e já contribuiu cerca de US$ 20 mil ao Fundo de Resposta Central a Emergências (Central Emergency Response Fund, orgão humanitário da ONU) entre 2006 e 2023 — mais do que o Uruguai, por exemplo.
3. Não é necessário passaporte ou visto
Tecnicamente, a Cidade-Estado do Vaticano tem um acordo com o seu país vizinho — ou seja, a Itália — e cidadãos podem ir e vir de ambos os territórios sem a necessidade de apresentar qualquer documento. Mas, para chegar lá partindo do Brasil é preciso estar com o passaporte em mãos — o controle de fronteiras que você vai encarar é o do Estado italiano.
4. Seus cidadãos não são nascidos lá
As cidadanias jus sanguinis (quando você é filho de um cidadão daquele lugar, nascido em qualquer parte do mundo) ou jus soli (quando se nasceu no lugar do qual é cidadão) não são possíveis no Vaticano.
É apenas concedida pela Cidade-Estado a cidadania jus officii, isto é, torna-se cidadão do Vaticano aquele que recebeu um cargo no local a serviço da Santa Sé ou é cônjuge de um funcionário da Igreja.
5. Tem o maior consumo de vinho por pessoa no mundo
De acordo com uma pesquisa feita pela organização americana de fomento da indústria Wine Institute em 2014, não há nenhum lugar no mundo em que se beba mais vinho do que no Vaticano.
Por ali, o consumo da bebida seria, em média, o dobro do que é ingerido na França ou na Itália: residentes do Vaticano consomem cerca de 74 litros de vinho ou 105 garrafas durante um ano. A ironia? O vinho local tem má fama que remonta ao tempo dos romanos: o poeta Marcial (40 d.C.-104 d.C.) teria registrado reclamação dos aromas, segundo pesquisa apresentada na Universidade do Missouri, nos EUA.
6. Tem sua própria moeda
Não precisa entrar em pânico: o dinheiro que circula no Vaticano é mesmo o Euro, devido ao acordo monetário da cidade com a Itália — que por sua vez adotou a moeda única europeia — em 2000.
No entanto, apesar de suas moedinhas serem produzidas em território italiano, no Istituto Poligrafo e Zecca dello Stato, elas são personalizadas, digamos. Assim como em outros países europeus, o dinheiro que paga pelo seu lanche no Vaticano tem a marca da Santa Sé, que também se faz presente nos selos de correspondências.
7. Os caixas eletrônicos 'falam' latim
Segundo os jornais britânicos The Telegraph e The Guardian, os caixas eletrônicos do Vaticano não se limitam ao italiano ou ao inglês: as maquininhas pedem dados e cartão de clientes em latim — língua comum por lá, especialmente em documentos, embora não mais utilizada durante as celebrações desde que a Igreja Católica 'aposentou' a missa tridentina em 1962.
8. Único Estado inteiro que é patrimônio da Humanidade
Há tantas belezas dentro do Vaticano — a Capela Sistina, a Basílica de São Pedro, diversos museus e outras paisagens históricas que contam não só a trajetória da Igreja Católica, como o passado da região ainda nos tempos dos romanos — que ficou difícil para a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) escolher um monumento só para proteger.
Em 1984, a cidade inteira se converteu em Patrimônio da Humanidade — o único 'país' do planeta a alcançar este status.
9. Menor malha férrea nacional do mundo
Além de ter sua própria bandeira, hino e correio, o Vaticano ainda possui o menor sistema férreo nacional do mundo. Com apenas uma estação, a Città del Vaticano, a linha tem 300 metros de trilhos que ligam a cidade de Roma à terra do Papa.
Apesar de a maioria dos trens trazerem apenas mercadorias à cidade, de acordo com o guia Lonely Planet, uma vez por semana, aos sábados, parte um trem de passageiros que leva os viajantes até Castel Gandolfo, nos arredores de Roma.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.