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Casa erótica de Pompeia reabre ao público após 20 anos; veja obras picantes

Casa dos Vettii, em Pompeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia
Casa dos Vettii, em Pompeia
Imagem: Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia

De Nossa

11/01/2023 04h00

Após passar 20 anos com suas portas fechadas, a Casa dos Vettii — uma das estruturas mais ricas em obras de arte de todo o Parque Arqueológico de Pompeia —, voltou a receber visitantes nesta terça (10).

Conhecida como a "Capela Sistina de Pompeia" devido ao grande número de afrescos, ela está bastante distante dos temas e motivos mais recatados do templo do Vaticano, embora ambas tenham retratos religiosos.

Isto porque a Casa dos Vettii é repleta de afrescos e esculturas carregadas de erotismo, que representam atos sexuais ou retratam homens e deuses nus.

Uma de suas obras mais célebres mostra Príapo, deus da fertilidade e abundância, com um gigantesco genital à vista ao lado de uma balança e uma bolsa de dinheiro — símbolo da prosperidade dos proprietários.

Casa dos Vettii, em Pompeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia
Casa dos Vettii, em Pompeia
Imagem: Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia

E Príapo não está só: outras imagens de mesmo cunho podem ser observadas por toda a casa, que pertenceu a dois ex-escravos, Aulus Vettius Restitutus e Aulus Vettius Conviva. Uma vez libertos, eles teriam enriquecido vendendo vinho e ali morado juntos, no que era o bairro mais rico da antiga cidade.

Casa dos Vettii, em Pompeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia
O afresco de Príapo
Imagem: Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia

Seus nomes semelhantes indicam que eles seriam irmãos, segundo o perfil da casa no seu site. No entanto, Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico, relatou ao jornal The Guardian que acredita que eles tenham apenas servido ao mesmo mestre e, por isso, tenham herdado o nome daqueles que os escravizou: Aulus Vettius.

No seu auge, a Casa dos Vetti teria sido movimentada: ela também teria abrigado um pequeno bordel no quarto anexo à cozinha. Ali, além da imagem de Príapo na entrada, há uma inscrição em latim que se refere a uma prostituta, Eutychus, que teria "boas maneiras" e cobraria duas moedas romanas pelo serviço, ambos indicativos das atividades no cômodo.

Casa dos Vettii, em Pompeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia
Afrescos eróticos dominam as paredes
Imagem: Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia

Ainda segundo o The Guardian, não era incomum que escravos libertos encontrassem sucesso financeiro em Pompeia, o que justificaria o amplo jardim de estátuas e a fonte anexas à casa. A decoração é opulenta: frisos da sala de jantar retratam cupidos produzindo vinho e perfume, além de representações de outros casais mitológicos, como Ariadne e Teseu.

Casa dos Vettii, em Pompeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia - Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia
Seus frisos com cupidos em variadas atividades da época
Imagem: Divulgação/Parque Arqueológico de Pompeia

Com 1,1 mil metros quadrados, a casa foi construída no século 2 a.C. e adquirida pelos Vettii muitas décadas depois. Eles não teriam economizado nas reformas e ampliações.

Casa dos Vettii, em Pompeia

A mansão foi soterrada pela erupção do Vesúvio em 79 d.C. e redescoberta, altamente preservada, em escavações realizadas no século 19. Nas últimas duas décadas, ela passou por restaurações complexas para voltar a receber o público.

A entrada inteira para o Parque Arqueológico de Pompeia custa 18 euros (ou cerca de R$ 100). Horários de visitação variam conforme a época do ano. Mais informações sobre a programação, seu acesso ou como chegar estão disponíveis no site.