Rooftops são febre desde o século 19: saiba onde curtir a céu aberto em SP
Alguém já escreveu que, há muito, mas muito tempo atrás, a única coisa que balançava no topo de grandes edifícios urbanos era roupa lavada no varal. Isso no passado remoto. Hoje, bares no alto de prédios (ou similares), os rooftop bars não são exatamente uma novidade. Ao contrário, chancelam uma tendência.
De Nova York a Bangkok, de Hong Kong a Londres, praticamente toda grande cidade cultua seus afamados bares elevados, templos onde locais e turistas congregam etilicamente nas alturas.
Um processo, diga-se, cuja atual Meca é provavelmente a capital tailandesa, onde não visitá-los é heresia sem perdão (alguns em hotéis de altíssimo padrão). O sucesso é tanto que, anualmente a bíblia "Time Out" costuma apontar em suas páginas os melhores rooftop bars do planeta.
Nas alturas desde os século retrasado
A raiz da festa, tudo indica, remonta aos píncaros norte-americanos onde, já no final do século 19, surgiram os primeiros extravagant theaters, peças teatrais ou de valdeville exibidas nos rooftop gardens ("jardins suspensos") de arranha-céus de Nova York, Washington, Boston e São Francisco. Isso durante o verão, claro.
No século passado, por volta dos anos 30 e 40, eram famosas as experiências dining & dancing ("jantar e dançar") no terraço de edifícios como o do Rockefeller Center e do hotel Waldorf Astoria, na Grande Maça.
Por aqui, através de pioneirismos como o do lendário e longevo Terraço Itália, inaugurado nos anos 1960 e criado originalmente como restaurante, São Paulo, por exemplo, adotou o modelo em tempos bem mais contemporâneos.
Logo ao lado do Itália, no topo do igualmente histórico edifício Copan, são lendárias as festas "de embalo" dos anos 60 e 70, regadas a (muita) cuba-libre.
Point "pós" pandêmico
Outro grande impulso veio décadas mais tarde, quando, a reboque da gastronomia, o "boom" da coquetelaria fizesse com que grifes de vodca, uísque, etc, adotassem rooftops para lançamentos e ações voltadas ao segmento.
Mais: a partir de 2010, companhias de setores diametralmente opostos a bebidas "descobriram" o alto dos edifícios para suas celebrações e ações de marketing, no geral envolvendo festas e celebridades. Isso permanece até hoje.
Através de uma multiplicidade de novos endereços, os rooftop bars parecem estar na ordem do dia na capital, "fenômeno" possivelmente intensificado após o lockdown.
Rooftops em São Paulo
Entre novidades e clássicos, eis um breve e diversificado apanhado de mesas nas alturas para celebrar o verão que já bate à porta.
Abaru Bar
Ao lado do restaurante Notiê, o Abaru descortina a beleza arquitetônica do Teatro Municipal do alto do Shopping Light, no Priceless Mastercard.
As comidinhas levam a assinatura contemporânea do chef paraibano Onildo Rocha. Dividida entre clássica e autoral, a carta de drinques é obra do craque bartender Alê D'Agostino — e das torneiras jorram algumas das melhores receitas da elogiada Cervejaria Avós, do bairro da Lapa.
R. Formosa, 157 - Centro (Shopping Light)
Instagram: @espacopriceless
Baleia Rooftop
Localizado no quarto andar do edifício B32 (o da escultura da baleia), na avenida Faria Lima, o local oferece quatro espaços, todos com fechamento de vidro. O responsável pelo cardápio da casa é o chef Flávio Miyamura, do asiático Dasian. No cardápio, variadas opções de crudos e peixes nobres frescos, massas caseiras e também uma seleção dos melhores cortes de carnes.
Os drinques, sob consultoria do bartender Marco De La Rocha, se inspiram na própria baleia e no movimento das águas. Exemplo disso são o Baleia Rooftop e o Azul da Cor do Mar
Rua Licio Nogueira, 92 - 4 andar.
Instagram: @baleiarooftop
Esther Rooftop
É do alto do Edifício Esther, joia arquitetônica no "centrão" da cidade — chez Olivier Anquier —, que se tem a dimensão do belo oásis que é a Praça da República.
Idealizado como restaurante e bar, é ótima opção de fim de tarde/começo de noite — a impecável carta de coquetéis faz bonito ante a entradinhas como terrines e apanhado de conchas e jerez do chef francês mais brasileiro do país.
R. Basílio da Gama, 29 - República
Intagram: @estherrooftop
Farol Santander
Do alto do que já foi o coração financeiro de São Paulo, a 160 metros do chão, o Farol Santander, instalado no edifício Altino Arantes, oferece múltiplas experiências, de mostras de arte ao Café do 26, no 26º andar e, dois andares acima, o Boteco do 28, cujo cardápio "retrô" traz torresmo, bolovo, moela e frango com quiabo, harmonizados com cachaça com içá — aquele inseto alado que prolifera em noites quentes de verão.
Obs: o deck do 26º andar comporta até 30 pessoas por vez; ingressos a R$ 25, fora o consumo.
R. João Brícola, 24 - Centro
Instagram: @farolsantander
Goose Island Brewhouse
Referência no famoso Largo da Batata, o endereço paulistano da premiada cervejaria de Chicago, EUA, cumpre o prometido: uma experiência cervejeira diferenciada e descontraída. Do terraço do bonito sobrado de tijolos aparentes avista-se todo o entorno de Pinheiros, enquanto das torneiras surgem alguns dos rótulos mais premiados da cervejaria ianque.
R. Baltazar Carrasco, 187 - Pinheiros
Instagram: @gooseislandbr
MII Rooftop
Localizado no último andar do complexo Vila Anália, o restaurante é inspirado na ilha grega de Mykonos. Quem está à frente do cardápio é o chef Antonio Maiolica, que oferece opções tradicionais do país, como moussaká, paleta de cordeiro, além de peixes e crustáceos.
Interligado à cozinha está o bar, onde o bartender Luis Carlos Cruz de Freitas prepara invenções como o Ícaro, assim batizado em homenagem ao célebre personagem da mitologia grega: um mix de uísque, xarope de especiarias, suco de limão e extrato de tomate.
Rua Cândido Lacerda, 33 - Jardim Anália Franco
Instagram: @miirooftop
Oh Freguês
Simpático hype "fora da curva", localizado no notório e agitado Largo da Matriz, no alto da Freguesia do Ó. Com astral de hostel, encanta frequentadores em um estilo praieiro, com direito a guarda-sóis, ambiente ao ar livre e vista 360 graus privilegiada da cidade a partir da zona norte. Música, petiscos, cerveja gelada e, em dias específicos, rodas de partido-alto, completam o cardápio.
Largo da Matriz, 145 - Freguesia do Ó
Instagram: @ohfregues
Sky Bar Hotel Ca'd'Oro
Anos atrás, a reabertura do clássico Hotel Ca'd'Oro, na rua Augusta, foi celebrada como a volta do filho pródigo à cena hoteleira da cidade.
Recentemente, surgiu no hotel o Sky Bar, inaugurado no 27º andar em ambiente elegante e com janelões de vidro "debruçados" sobre a região central. Aberto ao público em geral, a aposta é na clientela mais jovem, daí a musica com DJ e o foco em coquetelaria esmerada.
R. Augusta, 129 - Consolação
Instagram: @hotelcadoro
Skye Bar
Na cobertura do hotel Unique, o nome homenageia a diva Skye Edwards, cantora do grupo britânico Morcheeba que, quando em São Paulo, lá se hospeda.
Além do lounge com vista panorâmica do Parque Ibirapuera e do skyline da avenida Paulista, pesa a regência na cozinha do maestro francês Emmanuel Bassoleil — sob a batuta do chef, o Skye foi eleito pela gigante CNN como um dos "50 Melhores Bares e Restaurantes em Cobertura".
Av. Brig. Luís Antônio, 4700 - Jardim Paulista
Instagram: @hotelunique
Terraço Itália
O mais clássico skyline da cidade: um totem, "marco zero" dos rooftop bars, de onde se admira, a 165 metros de altura, a imensidão que é São Paulo.
Sempre se renovando — no passado, foi reduto gastronômico do society paulistano —, a soma de cozinha refinada e um imponente cocktail bar no centro do salão atrai casais de todas as idades, bem como larga clientela em turismo de negócios na capital.
Av. Ipiranga, 344 - Centro
Instagram: @terracoitalia
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.