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Navio onde Al Capone dava festas proibidas é revelado por mergulhador; veja

Destroços do Keuka, navio que pertenceu a Al Capone - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh
Destroços do Keuka, navio que pertenceu a Al Capone Imagem: Reprodução/Facebook Chris Roxburgh

De Nossa

21/01/2023 04h00

Fascinado por destroços históricos, o mergulhador Chris Roxburgh documentou na primeira semana de janeiro o estado do Keuka, um navio de quase 61 metros de comprimento onde Al Capone dava festas regadas a muito álcool durante o período da Lei Seca americana.

Construído em 1889, o Keuka teria mudado de dono em 1928 e virou uma espécie de salão de festas flutuante e taberna clandestina, com música ao vivo e bar, segundo o jornal britânico Daily Mail.

O fornecedor dos drinques, na época em que a comercialização das bebidas era ilegal, era nada mais, nada menos que o célebre gângster.

Apesar de a localização do navio — no Lago Charlevoix em Michegan — não ser exatamente um segredo, o seu estado surpreendeu Chris, que além de mergulhador é fotógrafo especializado em imagens submersas.

Os destroços estão intactos, ele está de pé, com boa iluminação e rodeado por águas limpas. Está estranhamente à espreita sob a superfície, com muitas histórias para contar" Chris Roxburgh

Destroços do Keuka, navio que pertenceu a Al Capone - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh
Imagem: Reprodução/Facebook Chris Roxburgh

Durante a descida com o parceiro de trabalho Lee Rosenberg, Chris disse que foi fácil olhar para os resquícios do Keuka e imaginar "como ele era em 1929, quando as festas e a jogatina estavam com tudo, e a bebida fluía como se fosse um rio".

"Por dentro, é um navio comprido, com áreas abertas, com cerca de 61 metros de comprimento e mais de dois andares de altura. As luzes brilham pelos buracos nas portas, criando sombras pelo caminho da barcaça", relatou. No seu Facebook, ele ainda demonstrou surpresa com a quantidade de peixes que fazem do Keuka hoje a sua casa.

Destroços do Keuka, navio que pertenceu a Al Capone - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh
Imagem: Reprodução/Facebook Chris Roxburgh

O Keuka em seu auge

Antes de mergulhar, Chris se familiarizou com a reputação do Keuka. Segundo o jornal Northern Express, da região de Michigan, o navio "era um daqueles lugares onde todo mundo sabia que podia conseguir uma bebida durante a Lei Seca".

Destroços do Keuka, navio que pertenceu a Al Capone - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh
Imagem: Reprodução/Facebook Chris Roxburgh

"Eu acreditava (e diz a lenda local) que Al Capone e seus homens forneceram bebidas ao navio, que era também cassino, durante a operação na Lei Seca entre 1929 e 1932. Ele tinha uma casa perto de Charlevoix e as pessoas dizem que o viram por ali naqueles anos. Ele tinha diversos esconderijos no norte de Michigan", disse ainda Chris.

Destroços do Keuka, navio que pertenceu a Al Capone - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh
Imagem: Reprodução/Facebook Chris Roxburgh

A localização era estratégica. Do meio do Lago Charlevoix, era possível ver toda a região e se antecipar diante de alguma visita da polícia. Mesmo assim, o fotógrafo e mergulhador crê que Al Capone ou seus parceiros subornassem alguma autoridade da região, já que as festas eram bastante visíveis para quem estava em terra firme.

Destroços do Keuka, navio que pertenceu a Al Capone - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh
Imagem: Reprodução/Facebook Chris Roxburgh

A embarcação também vivia cheia de problemas e um funcionário era pago — em uísque — apenas para mantê-la funcionando diariamente. Até que, em 1º de janeiro de 1931, o gerente do navio, Ed Latham, foi baleado por um cliente bêbado, segundo uma reportagem da época do jornal local The Boyne Citizen obtida pelo Mail.

Keuka - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh
Imagem: Reprodução/Facebook Chris Roxburgh

A partir daí, o Capitão J.H. Gallagher decidiu suspender a operação. Ao jornal The Kansas City Star, Chris mencionou que o navio foi confiscado pela polícia e leiloado em 1932. Um grupo de uma igreja local teria o arrematado.

Segundo o Northern Express, ele teria continuado navegando pelas águas locais para atividades não discriminadas. Misteriosamente, o Keuka afundaria no ano seguinte.

Destroços do Keuka, navio que pertenceu a Al Capone - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh - Reprodução/Facebook Chris Roxburgh
Imagem: Reprodução/Facebook Chris Roxburgh

"Os rumores dizem que, depois que o gerente do navio foi baleado a bordo, ele foi afundado por este grupo de uma igreja local que estava cansada das 'festas do demônio' com bebida, música, coquetéis e mulheres", especula Chris.

Hoje, o navio segue descansando no fundo do lago, a 15 metros de profundidade.