Semana de Paris exalta moda masculina romântica, urbana e 'para dormir'
Algumas cenas se tornam memoráveis com o tempo. Outras, se formam icônicas no momento em que acontecem. Os passos intensos do modelo Leon Dame na passarela da Maison Margiela por John Galliano é dessas em que a gente sabe que irá marcar desde o primeiro segundo em que ele entra em cena.
Isso porque, aliada à personalidade marcante que o modelo imprime em seu caminhar, estava a coleção da marca que encerrou a semana de moda masculina de Paris no último domingo.
A apresentação da grife parece resumir com maestria grande parte das simbologias vistas na temporada. O romantismo, a fluidez (de formas e gêneros), o novo urbano e a paquera com o sleepwear.
Já falamos aqui em Nossa que há uma urgência pelo descanso sendo clamada pela moda, algumas vezes bem explícitas e outras mais sutis. Paris confirma esse desejo.
Se, em alguns momentos, o desejo em sair da realidade pode vir em forma de surrealismo ou de fantasia, essa temporada chama para um desejo de desligar um pouco do mundo apenas dormindo — ainda que seja com a pressa de Dame.
Destaques da moda masculina de Paris
Boudoir para eles
Dos shortinhos, ceroulas e acetinados de Loewe às rendas, tules e flanelas de Margiela, a estética boudoir invade a moda masculina com uma fluidez muito mais gostosa de observar do que os simbolismos óbvios entre da binariedade ele/ela.
E como boudoir não é só descansar, mas também seduzir, os decotes, as transparências e o couro como em Acne Studios e Saint Laurent complementam esse desejo.
A rua é nós
Difícil fugir da proposta streetwear clássica em temporadas masculinas, com seus códigos do que é costumeiramente visto nas ruas.
Givenchy apresenta uma ideia de multicamadas que, em um mesmo look, reúne diferentes padronagens de xadrez e estampas camufladas e de oncinha. Como uma grande construção de retalhos, um reaproveitamento do que estiver à disposição, bem como a ideia punk de "faça você mesmo", sem amarras ou questionando a ideia de sofisticação.
Numa proposta mais prepy desse mesmo streetwear, investiu a Kenzo com elementos vindos direto de um filme colegial dos anos 1990. Já os grafites da Louis Vuitton bem lembram os grandes murais de arte urbana que colorem metrópoles pelo mundo.
Volumes interessantes
O mega laço de Saint Laurent, os ombros e mangas arredondados de Loewe, o oversized acolchoado de Rick Owens e as pantalonas de Kenzo. Os volumes estão altíssimos!
Se há algum receio em ousar numa produção masculina, seja nas estampas como nas texturas, investir em um volume mais destacado pode ser uma ótima opção como forma de trazer mais personalidade para as produções.
O último romântico
Como bem cantou Lulu, faltava abandonar a velha escola. Paris, definitivamente, a deixou para trás. E isso diz sobre se livrar de qualquer ideia de "pode ou não pode" na moda masculina e encontrar-se com sua versão mais sensível, amada e amável.
Gagliano para Margiela foi certeiro nisso, bem como os bordados de Dior Men, os laços e caudas de Saint Laurent e até mesmo o dramático Rick Owens. Até o look de cartas de Louis Vuitton que nos lembram que "todas as cartas de amor são ridículas".
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