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Abdução e luzes estranhas: as histórias de óvnis do litoral norte de SP

César Miglioranza mostra direção em que viu a aproximação de um disco voador na praia do Porto Novo, em Caraguatatuba, em 1996 - Divulgação
César Miglioranza mostra direção em que viu a aproximação de um disco voador na praia do Porto Novo, em Caraguatatuba, em 1996 Imagem: Divulgação

Reginaldo Pupo

Colaboração para Nossa

27/01/2023 04h00

Nos últimos meses, diversos relatos de aparições de óvnis (objetos voadores não identificados) nos municípios do litoral norte de São Paulo vêm se espalhando entre moradores e turistas da região. Os primeiros relatos surgiram, com mais intensidade, a partir de novembro do ano passado, mesmo período em que diversas luzes foram avistadas por moradores e pilotos da aviação civil em Porto Alegre (RS), durante uma semana. Vídeos e fotos de óvnis em várias partes do mundo também vêm se espalhando nas redes sociais nos últimos meses.

Apesar de as aparições no litoral norte terem se intensificado recentemente, de acordo com ufólogos, os primeiros registros na região datam da década de 1920. Ainda segundo os especialistas e moradores, também há registros de OSNIs (objetos submarinos não identificados), ou seja, que ocorrem no mar.

De acordo com testemunhas, os fenômenos estariam surgindo em trechos da Serra do Mar e sobre o mar, a poucos metros das praias. As luzes nos céus, que fazem evoluções rápidas, em todas as direções e com cores variadas, já foram avistadas em Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.

O último caso registrado por ufólogos ocorreu no último dia 31 de dezembro, pouco antes da virada do ano, por volta das 23h. O morador Guilherme Miranda observou e filmou um óvni na do Perequê-Açú, bairro localizado a cerca de 1,5 quilômetro do centro de Ubatuba. Segundo ele, era uma forte luz avermelhada no céu, diferente de avião ou drone. Ele e um amigo apontaram um laser em direção ao objeto voador, que, segundo eles, "começou a tremer e de repente sumiu".

Praia de Toninhas, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Praia de Toninhas, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Ainda no final do ano passado, um morador de Caraguatatuba também avistou um óvni da janela do prédio onde reside, no centro da cidade. A forte luz estava pairada sobre o mar, na avenida da praia. Por quase 20 minutos, o objeto ficou parado no ar, fazendo movimentos eventualmente. Miranda teve tempo suficiente para fazer uma sequência de vídeos e fotos do óvni. Pelas imagens é possível observar uma luz, esbranquiçada, pairada sobre a cidade.

Ufólogos acreditam em base submarina

"Existe uma alta incidência destes objetos desconhecidos entrando e saindo do mar, o que sugere a existência de alguma base de operações submarina na região. Esta hipótese ganha força quando nos deparamos com dezenas de casos de testemunhas que descrevem a entrada e saída destes aparatos nas águas das praias do litoral norte", explica o ufólogo Edison Boaventura Júnior, diretor do GUG (Grupo Ufológico de Guarujá), que pesquisa os fenômenos na região há cerca de 40 anos.

O ufólogo e pesquisador Edison Boaventura Junior, que há 40 anos investiga aparições de óvnis no litoral norte de SP - Reprodução - Reprodução
O ufólogo e pesquisador Edison Boaventura Junior, que há 40 anos investiga aparições de óvnis no litoral norte de SP
Imagem: Reprodução

Segundo moradores que vivem nas ilhas de Búzios e Vitória, que pertencem ao arquipélago de Ilhabela, os objetos entram e saem do mar, com frequência, em um trecho do mar localizado a cerca de quatro quilômetros a leste da Ilha Sumítica, localizada próxima às duas primeiras ilhas.

O GUG afirma que já registrou e catalogou aproximadamente 400 casos que tiveram como palco o litoral norte e em alguns municípios do litoral sul, envolvendo vários graus de contatos ocorridos a partir da década de 1920. Não estão contabilizadas as aparições testemunhadas por moradores e turistas e que não foram relatadas aos ufólogos.

Boaventura diz acreditar que muitos avistamentos não são divulgados pois as testemunhas temem ser ridicularizadas.

Os óvnis aparecem frequentemente na região do litoral norte, com várias testemunhas, mas elas acabam não divulgando para não se passarem por pessoas desajustadas e loucas. Geralmente, contam apenas para parentes e amigos mais próximos.

Ilhabela, llitoral de São Paulo - Phael Nogueira/Getty Images - Phael Nogueira/Getty Images
Ilhabela, llitoral de São Paulo
Imagem: Phael Nogueira/Getty Images

Aparições e testemunhas

Apesar de os registros de ufólogos indicarem o surgimento de óvnis desde a década de 1920 no litoral norte de São Paulo, foi a partir da década de 1950 que os relatos passaram a ser registrados, inclusive pela imprensa nacional da época.

Um dos casos mais antigos e emblemáticos da ufologia brasileira ocorreu em 1957, quando um disco voador explodiu na praia das Toninhas, em Ubatuba, em plena luz do dia, diante de várias testemunhas. Fragmentos da nave foram recolhidas e pesquisadas por diversos órgãos nacionais e internacionais, que chegaram à conclusão de que o material não existia na tabela periódica.

Na cidade vizinha de Caraguatatuba, um disco voador teria pousado no início da madrugada em plena praia do Porto Novo, um dos bairros mais populosos da cidade, em 21 de junho de 1996. Era por volta de 00h15 quando o ex-projetista da Embraer César Miglioranza e sua esposa Marisa teriam visto a nave.

César Miglioranza mostra local onde disco voador teria pousado na praia do Porto Novo, em Caraguatatuba, em 1996 - Divulgação - Divulgação
César Miglioranza mostra local onde disco voador teria pousado na praia do Porto Novo, em Caraguatatuba, em 1996
Imagem: Divulgação

Segundo ele, minutos antes, viu uma luz forte vinda de Ilhabela em direção à praia. A nave teria pousado a alguns metros de onde o casal se encontrava. Segundo ele, o objeto era discoide e luminoso, de aproximadamente cinco metros de diâmetro. O objeto teria flutuado silenciosamente sobre a praia, descendo lentamente na vertical até tocar a areia. Durante a descida, a nave desligou a luz forte na tonalidade branca brilhante, a cerca de 50 metros de altura, quando então acendeu quatro luzes fracas alaranjadas.

Era um disco e de repente surgiram dois seres de aproximadamente 1,20 metro de altura, cabeça desproporcional ao corpo, vestindo roupa prateada folgada. Em certo instante um deles se abaixou como se pegasse algo no chão.

O disco ficou na praia por 10 minutos, segundo ele, que deu as declarações aos ufólogos do GUG.

Em novembro de 2009, José Aparício de Oliveira fotografou um estranho disco voador nos céus de Ubatuba. Ele estava passando um final de semana no centro da cidade quando observou o estranho objeto que voava nos céus, sem nuvens.

Foto 6 - OVNI fotografado em Ubatuba em novembro de 2009 - Divulgação - Divulgação - Divulgação
Óvni fotografado em Ubatuba em novembro de 2009
Imagem: Divulgação

Quando olhei para o céu logo percebi que era algo diferente pois o formato era de um disco voador. Tinha uma luz branca em um dos lados e dava a impressão de que girava no próprio eixo. Ele voava de um lado para o outro e ficou poucos segundos, quando peguei a câmera e bati a primeira foto. Aquele disco parece que percebeu minha intenção e foi se afastando na vertical e ganhou altura rapidamente sumindo rumo ao espaço.

Outra testemunha que avistou óvnis no litoral norte foi a escritora Lygia Fagundes Telles, que morreu em abril do ano passado. Ela estava na praia do Matarazzo, em Ubatuba, em 5 de fevereiro de 1979, acompanhada pelo então marido Paulo Emílio Salles Gomes. O casal estava no terraço quando Gomes viu uma luz branca intensa, por volta das 15h, que se deslocava para várias direções, por cima do mar. A escritora dedicou um capítulo intitulado "Disco Voador" em seu livro "A Disciplina do Amor" para contar sua experiência.

Ainda em Ubatuba, em 14 de abril de 2017, por volta das 18h, o morador Marcos Ferreira avisou um óvni na praia do Perequê Mirim. "Estávamos em casa quando de repente uma bola de luz vermelha bem intensa surgiu no céu e lentamente desceu como se fosse pousar e sumiu no ar". Foram duas aparições em um intervalo de 30 minutos, segundo ele.

Óvnis na Regata Santos-Rio

Tripulantes do veleiro oceânico Montecristo avistaram e filmaram um óvni por dois dias seguidos, em 27 e 28 de outubro de 2007, durante a Regata Santos-Rio naquele ano. O primeiro avistamento ocorreu por volta das 19h20, entre Bertioga e São Sebastião, rumando para Ilhabela.

Segundo a tripulação, composta por 12 integrantes, o objeto tinha uma cor que variava do amarelo para alaranjado, de formato lenticular (de redondo para oval), e estava estático. Seguidamente, ele aparecia e desaparecia, segundo os velejadores.

"A segunda aparição ocorreu por volta das 19h40 do dia seguinte e estávamos a cerca de 20 milhas fora da costa (32 quilômetros de distância), entre Ubatuba e Paraty. O objeto também era de cor amarelada e alaranjada e de formato lenticular", explicou à época o tripulante Mário Bueno, que morreu no ano passado.

Paraty (RJ), destino da regata que partiu de Ubatuba - Gustavo Juliette/Unsplash - Gustavo Juliette/Unsplash
Paraty (RJ)
Imagem: Gustavo Juliette/Unsplash

Segundo ele, desta vez, o óvni apareceu no horizonte, a leste da embarcação, seguindo na direção norte e nordeste, "em uma velocidade mais rápida que um avião". De acordo com Bueno, o aparelho desacelerava e acelerava constantemente.

"Às vezes ele quase parava totalmente e efetuava algumas subidas e descidas curtas e rápidas. Momentos antes de desaparecer emitiu um intenso flash de luz amarela opaca, causando espanto e euforia em todos da tripulação. Em seguida desapareceu totalmente para aparecer novamente alguns minutos depois em outra posição bem mais à esquerda da posição original. Foi quando conseguimos capturar apenas alguns segundos em vídeo. Preservamos o áudio original para que todos pudessem perceber as reações das pessoas a bordo".

Advogado narra abdução: telepatia e convite

Além dos avistamentos de óvni e OSNIs registrados em todo o planeta, há vários casos de pessoas abduzidas pelas naves, ou seja, contra sua própria vontade. Mas em São Sebastião, também no litoral norte paulista, há um curioso caso em que um ser humano foi "convidado" a entrar e viajar em um disco voador.

É um dos registros mais importantes e famosos na literatura ufológica, devido à riqueza de detalhes contadas pelo próprio "convidado".

O advogado João Freitas Guimarães, diz que foi levado por um disco voador em praia de São Sebastião  - Divulgação - Divulgação
O advogado João Freitas Guimarães diz que foi levado por um disco voador em praia de São Sebastião
Imagem: Divulgação

O caso aconteceu com o advogado santista e professor da Faculdade Católica de Direito de Santos (SP) João Freitas Guimarães, em 16 de junho de 1956, um ano antes da explosão do disco voador em Ubatuba. O caso ganhou repercussão nacional à época pois Guimarães era um conhecido, renomado e respeitado profissional no meio jurídico.

Naquele dia, ele contou que saiu de Santos e viajou para São Sebastião para ir ao Fórum, mas encontrou o prédio fechado já no fim da tarde. Então ele decidiu se hospedar em um hotel no centro da cidade, que ficava de frente para o mar, situado a uma quadra do Fórum.

Por volta das 19h15, após o jantar, resolveu caminhar pela praia, quando percebeu um jato de água saindo do mar. Conforme contou à época, inicialmente ele achou que seria uma baleia, mas, em seguida, emergiu das águas um aparelho estranho e bojudo, que rumou em direção à areia.

Segundo Guimarães contou à época, dois homens teriam saído da nave e se posicionado à sua frente.

Aconteceu algum acidente com a máquina? Estão procurando por alguém? Quem são vocês? De onde vieram? Para onde vão?

O advogado teria perguntado aos dois seres extraterrestres em inglês, francês, espanhol e italiano, idiomas que ele dominava, em vão.

Não houve resposta.

1º.jan.2016 - Banhistas aproveitam o calor para lotar a praia de Camburizinho, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo - Bruno Santos/Folhapress - Bruno Santos/Folhapress
Praia de Maresias, em São Sebastião (SP)
Imagem: Bruno Santos/Folhapress

Embora eles não falassem, o advogado explicou ter tido a impressão de que aqueles seres o estavam convidando a entrar no objeto voador. "Parecia que eles se comunicavam por telepatia", disse Guimarães, que relatou ter sentido uma vontade irresistível de acompanhá-los e ver o interior do objeto.

Um dos tripulantes, dando as costas ao advogado, seguiu na frente em direção à nave. O outro seguiu atrás. Na abertura do aparelho, um terceiro ser o aguardava. A porta se fechou e a nave decolou.

Guimarães ainda contou à época que dentro do objeto, na entrada, percebeu corrimões semelhantes aos encontrados nas escadas domésticas, mas feitos de um material que ele não conseguiu identificar. "Notei mais três tripulantes, cinco ao todo, vestindo macacão esverdeado, simples, sem qualquer enfeite ou identificação, fechado no pescoço, punhos e tornozelos. Todos eram altos, claros, possuíam longos cabelos loiros até os ombros, tendo os olhos claros e serenos", afirmou o advogado.

Quando o aparelho decolou, o advogado disse que sentiu um ligeiro mal-estar e notou que havia água no que seriam as janelas da nave e perguntou se estava chovendo. Telepaticamente lhe foi dito que não se tratava de chuva e que aquela água era proveniente da "rotação em sentido contrário das peças que compunham a nave".

Prédio no Centro Histórico de São Sebastião, onde funcionava o Praia Hotel, local de onde um disco voador surgiu para levar o advogado João Freitas Guimarães  - Divulgação - Divulgação
Prédio no Centro Histórico de São Sebastião, onde funcionava o Praia Hotel, local de onde um disco voador teria surgido para levar o advogado João Freitas Guimarães
Imagem: Divulgação

'O relógio parou'

O advogado disse ter permanecido em um único compartimento da nave, embora existissem outros semelhantes e iluminados. "Percebi em certo ponto da viagem, através das janelas, que passamos por uma zona intensamente escura, onde os astros brilhavam extraordinariamente, sucedendo-se regiões enxameadas de estrelas. Seguiram-se novas zonas escuras, até que atravessamos uma camada violeta fulgurante, quando o aparelho sofreu fortes sacudidas. Neste momento, com muito receio, fui informado por um dos seres que a nave acabava de deixar a atmosfera da Terra", disse o advogado.

O advogado perguntou várias vezes de onde eles eram originários, mas não obteve resposta. Sobre o aparelho, os seres disseram que era "conduzido no sentido resultante da composição das forças magnéticas daquele lugar".

Eu vi a Terra do tamanho de uma laranja!

Após esta visão, o aparelho girou e pouco tempo depois aterrissou no mesmo local, na praia do centro de São Sebastião, hoje chamada pelos residentes de Rua da Praia. Ele disse ter notado que seu relógio havia parado, mas calculou que a viagem durou entre 30 e 40 minutos.

O prédio onde funcionava o Praia Hotel existe até hoje, onde atualmente funciona uma cafeteria. As instalações do Fórum também existem e a sede é um dos cartões-postais da cidade. Hoje funciona como base do Ministério Público.

O retorno do disco voador

Praia de Barequeçaba - Guilherme Andrade/UOL - Guilherme Andrade/UOL
Praia de Barequeçaba
Imagem: Guilherme Andrade/UOL

Ainda no interior do objeto foi marcado um novo encontro entre os seres extraterrestres e o advogado para o dia 12 de agosto de 1957, um ano depois, no mesmo local e horário.

Guimarães, no entanto, disse que não compareceu ao local na data marcada por diversos motivos. "Não fui em virtude de um falecimento em minha família e também porque foi criada na época intensa curiosidade e enorme sensacionalismo, o que certamente provocaria grande tumulto. Além disso, minhas atividades como advogado não me permitiram sair de Santos naquele dia", justificou. Como o caso ganhou repercussão na mídia, até caravanas foram organizadas para ir a São Sebastião, com centenas de curiosos querendo assistir a chegada da nave.

Provavelmente, o principal motivo acabou sendo revelado por ele, após ser convocado a depor na Aeronáutica, após o assunto ter vazado. "A Aeronáutica enviaria ao local alguns aviões de caça a jato". Ele disse que dias antes do segundo encontro, um coronel do órgão militar, identificado como Márcio César Leal Coqueiro, o avisou "Eu, se fosse você, não iria a esse encontro. Terei lá dois esquadrões de caça a jato para receber o disco voador".

O advogado disse que as Forças Armadas informaram que tinham um departamento exclusivo para cuidar daquele tipo de assunto.

E os visitantes não faltaram ao compromisso. Conforme vários depoimentos de testemunhas, inclusive veiculados pela TV Tupi de São Paulo à época, naquela data e horário, o disco voador surgiu por trás de Ilhabela, sobrevoou São Sebastião e seguiu rumo à praia de Barequeçaba, localizada a seis quilômetros do centro.

Bernardo Ernesto Tavolaro de Siqueira, filho do proprietário do Praia Hotel, foi uma das pessoas que viu o retorno do disco voador, justamente no local onde o advogado João Freitas Guimarães notou a nave pousada, recebendo o convite para embarcar um ano antes.

"Eu era jovem em junho de 1956 e meu pai era o proprietário do Praia Hotel. Eu estava em uma mesa de café, junto com minha mãe e o meu irmão, quando meu pai entrou muito assustado e perguntou se eu e minha mãe tínhamos visto as luzes. Nós respondemos que não e em seguida, entrou pela porta de trás do hotel a ajudante de cozinha dizendo que acabara de ver as luzes estranhas ali na praia", disse Bernardo, em 2017, em depoimento à BURN (Rede Brasileira de Pesquisas Ufológicas).

Foto 3 - Bernardo Siqueira, que era jovem quando viu o retorno do disco voador que levou o advogado João Freitas Guimarães - Reprodução - Reprodução
Bernardo Siqueira, que era jovem quando viu o retorno do disco voador que levou o advogado João Freitas Guimarães
Imagem: Reprodução

Novo contato

O ufólogo Edison Boaventura Júnior entrou em contato com o advogado João Guimarães em 24 de maio de 1986, em seu apartamento, em Santos. Durante a conversa, ele revelou que teve o segundo encontro com os extraterrestres, sem caças da Aeronáutica para incomodá-los. O encontro teria acontecido um ano antes da entrevista, em junho de 1985, em Santos.

Segundo o advogado, ele teria avistado uma nave diferente da presenciada em São Sebastião, que se aproximou e do seu interior desceram três seres altos, desta vez carecas, com uma roupa colante. Os seres ficaram dispostos em forma triangular, sendo que um deles ficou mais a frente e os outros dois logo atrás.

No quesito ufologia, o caso do advogado João Guimarães, que morreu em 23 de julho de 1996, é um dos mais acessados e pesquisados do Sian (Sistema de Informações do Arquivo Nacional), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, onde é possível consultar fotos, áudios e vários tipos de documentos deste fenômeno.

Bolas de fogo, extraterrestre 'arredio': os seres de Ilhabela

Além das aparições de óvni, que até já se tornaram corriqueiras em Ilhabela, a cidade também é repleta de fatos curiosos testemunhados pelos moradores e caiçaras nas últimas décadas. Um deles é com relação ao surgimento de "bolas de fogo" nas praias e cachoeiras do arquipélago e de objetos voadores pequenos.

Um dos casos registrados por ufólogos é do advogado e ex-atleta santista na década de 1950 Osmar João Soalheiro, que era conhecido em Ilhabela por sua incansável busca pelo Tesouro da Trindade.

Por volta das 2h da madrugada, em um dia de 1992, ele observou um objeto estranho no Saco do Sombrio, praia localizada na costa de Ilhabela voltada para o alto mar. À época, ele relatou que o fenômeno tinha o tamanho de uma bola de basquete, de cor azul metálico e arredondado.

O advogado Osmar João Soalheiro (esq) ,que viu bola de fogo em Ilhabela, ao lado do ufólogo Edison Boaventura Junior, em 2016 - Reprodução - Reprodução
O advogado Osmar João Soalheiro (esq) ,que viu bola de fogo em Ilhabela, ao lado do ufólogo Edison Boaventura Junior, em 2016
Imagem: Reprodução

Um objeto maior, segundo ele contou à época, seguiu do sentido norte para o sul da Baía de Castelhanos, para a direção da Ponta da Pirabura. Os pescadores mais antigos dizem que o fenômeno já apareceu diversas vezes naquele local. Soalheiro morreu em 2011.

Um comerciante da praia de Jabaquara também já disse ter visto o fenômeno por diversas vezes. Em uma delas, numa madrugada do ano 2000, Walter de Almeida disse ter visto no canto esquerdo da praia uma bola de fogo de tonalidade branca de cerca de um metro de diâmetro. O objeto ficou parado e depois se deslocou até sumir na mata atlântica.

Almeida contou que outra "bola de fogo" o seguiu durante uma pescaria, na Ponta de Sepituba, anos depois.

Não havia lua. Eu andava e a bola de luz me acompanhava. Eu parava e ela parava também. Chegou a ficar a cerca de dois metros de distância. Fiquei muito apavorado. Depois de um tempo, ela se embrenhou na mata e sumiu.

Extraterrestre em Ilhabela

Caiçaras residentes em Ilhabela relatam que avistam com frequência um ser estranho caminhando por praias mais afastadas e também nas cachoeiras e riachos. Um desses moradores, Antônio Sacramento, disse que outras pessoas também já o viram.

O ser teria pele escura e aproximadamente três metros de altura. "Este ser é arredio. Às vezes ele desaparece mergulhando no mar ou no riacho ou some dentro de óvnis que aparecem nas redondezas", contou ele.

Ilhabela - Marcos Assis/Unsplash - Marcos Assis/Unsplash
Ilhabela, no litoral norte de São Paulo
Imagem: Marcos Assis/Unsplash

O 'olho encantado'

Os moradores mais antigos de Ilhabela relatam vários casos de objetos que surgem como fogo, em vários formatos. Manuel Felipe, que já testemunhou o fenômeno, disse que em uma noite escura, ao se aproximar de uma cachoeira, surpreendeu-se com a aparição de algo em forma de bastão de fogo, com dois metros de altura.

Com a aproximação do pescador, o objeto deslocou-se, iluminando toda a área com sua luz azulada. Assustado, Felipe afirmou que ficou estonteado e desmaiou. Quando acordou, o objetivo havia desaparecido,

Também conforme depoimentos de vários moradores, algo em forma de um olho é visto constantemente emergindo das águas cristalinas das cachoeiras de Ilhabela. Seria o temido ''olho encantado'', como é chamado pelos caiçaras. Este fenômeno emite uma luz azulada e clareia toda a sua volta. Quando alguém se aproxima para pegá-lo, desloca-se misteriosamente, deixando para trás uma cauda de luz.

Objetos luminosos costumam também ser vistos cortando os céus e pairando sobre a mata. Muitos moradores apelidam esses fenômenos como ''mãe-do-ouro'', ''bola de fogo'', no entanto, não há explicações para essas aparições.