Topo

Móveis para a área externa: quais são os materiais e modelos indicados?

Getty Images
Imagem: Getty Images

Glau Gasparetto e Thaís Lopes Aidar

Colaboração para Nossa

15/02/2023 04h00

Ter um espaço a céu aberto, seja em casas ou apartamentos, faz toda diferença na qualidade de vida. Afinal, basta atravessar a porta para aproveitar o sol e aquele ventinho gostoso do fim de tarde.

A vontade de ficar ali curtindo a área livre pede móveis acolhedores, mas também resistentes às chuvas e à ação solar.

É por isso que não deve ser levada em conta apenas a beleza das peças. O mobiliário precisa ser adequado às condições climáticas, ter fácil manutenção e durabilidade. Não sabe por onde começar? Nossa e um time de profissionais ajudam na tarefa, a partir de agora.

Estofado, sim, senhor!

Como falar de área externa sem pensar em sofás, poltronas, cadeiras, bancos e até um balanço? Para ficar mais aconchegante, o estofamento é aposta certeira, mas precisa ser adequado. Isso significa adotar tecidos próprios para suportar chuva e a ação dos raios de sol — como o acquablock e com olefina.

Os tecidos sintéticos (couro náutico e o vinil, por exemplo) trazem estabilizantes dos raios UV e resistem ao desbotamento causado pelo sol. Além disso, repelem a água da chuva, promovendo uma secagem mais rápida.

Atualmente, existem até espumas específicas para almofadas de áreas externas, cuja função é permitir que a água escoe, sem ficar parada, causando bolor.

Na impossibilidade de investir em itens apropriados, pode-se apostar na impermeabilização dos tecidos para protegê-los, mas sabendo que a vida útil não será tão longa quanto a dos materiais apropriados.

O material ideal

Mesas, banquetas, estantes? As possibilidades de mobiliário são muitas, mas o material pede (bastante) atenção. Afinal, não é qualquer matéria-prima que vai resistir ao combo chuva, vento e sol.

Há uma unanimidade de que o alumínio é o mais indicado para os móveis de área externa. Isso porque, além da durabilidade, é um material mais leve e fácil de limpar. Mesmo assim, indica-se a pintura eletrostática, que o livra do eventual (apesar de difícil) enferrujamento.

Só em locais em que venta muito há necessidade de algumas intervenções para que as peças de alumínio não se movam diante de qualquer rajada — como fixar algo mais pesado na base do móvel. Outra questão: este material permite receber tinta apropriada, trazendo um colorido especial às peças.

Na mesma linha, o aço cumpre bem o papel, desde que seja na versão inoxidável ou receba reforço anticorrosivo. Plástico e acrílico também são adequados para área externa, mas são leves demais e pedem tratamento para suportar a ação solar, garantindo que não desbotem.

Na área externa, a piscina é rodeada por móveis de fibra  - Xico Diniz/ Divulgação - Xico Diniz/ Divulgação
Na área externa, a piscina é rodeada por móveis de fibra
Imagem: Xico Diniz/ Divulgação

Na estrutura ou mesmo na composição dos móveis, a fibra natural (como vime, juta, rattan e junco) é uma das apostas para áreas externas, da mesma forma que fibras sintéticas são bem-vindas — neste grupo, as fibras, cordas e tricô náuticos se destacam, assim como a tela sling (poliéster revestido de PVC).

Mais robustas, as fibras apresentam acabamento bonito e diferenciado, que tem tudo a ver com ambientes externos, e são adotadas em móveis e até tapetes.

Quando o assunto envolve madeira, é necessário saber que nem sempre esta é a melhor opção porque, a longo prazo, a resistência se revela insuficiente. Entre as melhores alternativas para quem não abre mão do material estão: ipê, pau-brasil, cumaru, perobinha, garapeira, teca e náutica.

Manutenção necessária

Não é porque os materiais são preparados para aguentar a ação climática que devem ser deixados à revelia. O ideal é realizar a limpeza dos móveis da área externa semanalmente, com pano macio, seco ou úmido, retirando a poeira.

Caso haja necessidade de uma higienização mais intensa, é melhor apostar em produtos neutros ou à base de coco, com uma esponja macia e movimentos delicados.

Se os móveis não forem usados com frequência ou puderem receber cuidados toda semana (como em casas de veraneio), recomenda-se investir em capas de proteção impermeáveis até serem utilizados novamente.

O minimalismo dita as formas e materiais. No loft principal, o cinza das placas cimentícias é combinado aos tons mais escuros das poltronas e do sofá  - André Nazareth/Divulgação - André Nazareth/Divulgação
O minimalismo dita as formas e materiais. No loft principal, o cinza das placas cimentícias é combinado aos tons mais escuros das poltronas e do sofá
Imagem: André Nazareth/Divulgação

Para qualquer espaço

A metragem limitada não é obstáculo para ter um cantinho agradável. Se não há área livre para piscina e muitos móveis, vale focar no melhor aproveitamento do que há disponível, além de investir em peças multifuncionais, ou seja, que reúnem mais de uma função e, consequentemente, exigem menos espaço.

É possível encontrar luminária que também é pufe, pufe que esconde baú, cadeira que vira espreguiçadeira, entre outras opções versáteis.

Pode parecer desnecessário, mas definir a linha de décor antes de comprar os móveis e objetos é essencial. Assim, nada fica "solto" e nenhum item deixará de ser utilizado, já que tudo conversa com a decoração interna da casa.

Reparos de vez em quando

Até mesmo as matérias-primas mais adequadas e duradouras podem precisar de manutenção, vez ou outra, especialmente em imóveis próximos da praia — a maresia costuma causar oxidação e corrosão em peças metálicas. Nesses casos, os impermeabilizantes podem ajudar.

Já com madeiras, vale uma manutenção periódica: lixar e reaplicar o verniz náutico a cada três anos de uso e/ou exposição intensa.

FONTES: arquitetas Aline Zanoni (Aline Zanoni Arquitetura de Interiores), Beth Araujo, Camila Giongo, Danielle Dantas e Paula Passos (Dantas & Passos Arquitetura), Elaine Gonzalez (UMM arquitetura de interiores), Fernanda Rubatino (Rubatino Arquitetura), Joana Paula Nogueira (Casa de Estar), Marcy Ricciardi (Studio Marcy Ricciardi), Patrícia Penna (Patrícia Penna Arquitetura & Design) e Thaís Ruiz (Thaís Ruiz Arquitetura e Design de Interiores), e a designer de interiores Keka Comune.