Por que Amsterdã proibiu o uso de maconha em famosa área de prostituição
As autoridades de Amsterdã decidiram banir o uso de maconha nas ruas do bairro de De Wallen ou Distrito da Luz Vermelha, reduto conhecido pela liberalidade de costumes, prostíbulos, clubes de strip tease e sex shops — já que a prostituição é legalizada nos Países Baixos.
A polêmica medida visa minimizar os incômodos que as hordas de turistas trazem — especialmente pelo uso de álcool e drogas — para os moradores da região movimentada da capital, informou a prefeitura à CNN americana.
"Turistas atraem traficantes para as ruas, que promovem a criminalidade e a insegurança. Especialmente à noite, a atmosfera pode se tornar sinistra. As pessoas inebriadas também costumam perambular por mais tempo. Os moradores não conseguem dormir bem e o bairro está se tornando perigoso e inabitável", justificou o órgão municipal.
Além de barrar o uso da maconha nas ruas, a cidade vai implementar medidas para desencorajar a venda de bebidas alcoólicas — que atualmente já são proibidas após 16 horas entre quinta e domingo. Com as mudanças, as garrafas não poderão ficar expostas ou deverão ser removidas das lojas durante estes horários.
Os prostíbulos — famosos por suas vitrines — e clubes também deverão ter que fechar às 3 horas da manhã; o horário atualmente é 6 horas. Restaurantes e bares deverão encerrar suas atividades às 2 horas da manhã às sextas e sábados — em vez de 3 ou 4 horas —, e novos visitantes não poderão entrar no bairro a partir da 1 horas da manhã, informou o jornal The Washington Post.
Caso as proibições não reduzam os transtornos, as autoridades já estudam a possibilidade de banir a venda de drogas leves, mesmo que seja para consumo posterior, em determinados horários. Além disso, pode ser banido ainda o fumo da maconha nas áreas externas dos cafés, onde ela é tradicionalmente e amplamente comercializada.
As novas regras em De Wallen, consideradas "intervenção histórica" pelo jornal holandês Het Parool, devem começar a valer na metade de maio, ainda segundo a CNN. A prefeitura já investe em campanhas para atrair visitantes para suas atrações culturais e arquitetônicas há pelo menos três anos, em um movimento para substituir o fluxo de interessados no sexo e nas drogas.
Em 2020, tours guiados foram proibidos de passar pelas vitrines com garotos e garotas de programa e desde então se discute a possibilidade de remover os bordéis para a periferia da cidade.
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