Gôndolas encalham nos canais de Veneza devido à seca intensa; veja fotos
Os canais de Veneza, uma das principais atrações da cidade, não puderam ser navegados por turistas nos últimos dias do tradicional Carnaval local.
A seca na Itália — e em outros países europeus como a França — atingiu um ponto tão crítico que a água desapareceu dos leitos e gôndolas encalharam, como revelam fotos feitas pela agência de notícias Reuters na sexta (17).
O fluxo inexistente impactou não só a experiência de visitantes, que deixaram de passear sob as pontes históricas, como o atendimento ao público durante os dias de folia.
Isto porque parte do tráfego de Veneza é aquático e ambulâncias, além de táxis aquáticos, que dependem dos canais tiveram dificuldades de chegar aos seus destinos. Atualmente, apenas os grandes canais — como Giudecca e o Grande — são navegáveis.
A situação extrema foi provocada por um sistema de alta pressão que está sobre o território há 15 dias e mantém o ar seco, os céus sem nuvens e, por isso, induz baixos índices de chuva, esclareceu a estudiosa Jane Da Mosto a Associated Press.
No entanto, este não é o único fator: a fase da Lua — que influenciou a maré baixa — e o insuficiente nível de derretimento de gelo na região alpina há meses secaram rios por toda a Itália.
Como resultado, o istmo do Lago de Garda (geralmente debaixo d'água) reapareceu. O volume do rio Pó, que liga os Alpes ao Adriático, está em 61% do seu normal.
Estamos em um déficit de água que vem se acumulando desde o inverno entre 2020 e 2021. Precisamos recuperar 500 milímetros nas regiões norte e oeste: ou seja, precisamos de 50 dias de chuvas."
Disse Massimiliano Pasqui, do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália (CNR), ao jornal Corriere della Sera.
Os canais de Veneza foram considerados pelo governo italiano "monumentos nacionais" e, por isso, têm sido tomadas medidas para preservá-los.
A cidade, que deve implementar ainda em 2023 a cobrança de uma taxa para conter o fluxo descontrolado de turistas, proibiu a entrada de grandes cruzeiros na cidade em 2021.
À época, a decisão impediu que a Unesco colocasse a área na sua lista de Patrimônios da Humanidade em Perigo.
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