Grace Kelly, a princesa de Mônaco, teve 2 anéis de noivado. Saiba por quê
Mesmo 40 anos após a sua morte, Grace Kelly segue como referência de elegância e ícone do que teria sido o primeiro conto de fadas da realeza moderna.
Muito antes que Meghan Markle abandonasse sua carreira de atriz para se casar com um príncipe, a estrela da Era de Ouro do cinema já tinha realizado o mesmo percurso — em um casamento real televisionado que hipnotizou o mundo, com um vestido que veio a inspirar o modelo usado por Catherine, a princesa de Gales, para subir ao altar com William.
Por trás do romance deste evento, que só foi ultrapassado em glamour e especulações anos depois pela união do então príncipe Charles com a princesa Diana, há uma história curiosa, que envolve não um, mas dois anéis de noivado.
O encontro do casal
Grace conheceu o príncipe Rainier 3º de Mônaco em maio de 1955 por obra de Olivia de Havilland, de "E o Vento Levou...". As duas viajavam no mesmo trem para Cannes, para o Festival de Cinema, quando ela e o marido Pierre Galante, editor da revista Paris-Match, insistiram que a atriz precisava conhecer o príncipe.
Ela eventualmente topou o encontro, que teria dado errado, contou a colega veterana à People em 2017. A futura princesa acordou atrasada, tomou banho e, quando foi secar o cabelo, não havia energia elétrica no hotel. Sem poder arrumar o cabelo ou passar roupa, Grace improvisou um coque e produção com as únicas peças que não estavam amassadas.
Mas não foi só Grace que teve contratempos. Seu filho, o príncipe Albert 2º de Mônaco, revelou à Paris-Match no ano passado que o pai quase perdeu a visita da atriz ao palácio, aparecendo uma hora depois do combinado para levá-la em um tour que acabou feito em grande parte por seus auxiliares reais.
No entanto, Rainier e Grace finalmente se acharam, e o príncipe charmoso a teria levado para bater papo e conhecer os jardins. Ali teria se iniciado uma troca de correspondências e reencontros com o empurrãozinho da família Austin, amiga dos pais de Grace que se hospedaram em Mônaco meses depois. Em dezembro, foi a vez de o príncipe viajar — para os EUA — e pedir a atriz em casamento.
O noivado
Com menos de um ano entre o primeiro encontro e o pedido, não é de se estranhar que haja biógrafos que acreditem que Rainier deu a primeira joia motivado, exclusivamente, pela pressa de colocar um anel no dedo de Grace e, por isso, tenha tido que improvisar.
O fato é que ao aparecer noiva pela primeira vez, a atriz usava uma aliança conhecida como "eternidade", que alternava rubis e diamantes — nas cores da bandeira monegasca. Mais do que um símbolo de romantismo, portanto, era um ícone de um casamento de Estado. A joia, segundo a revista Vogue América, era da joalheria de luxo Cartier.
A essa altura, Grace já seria uma entusiasta da joalheria, tendo sido apresentada a suas peças pelo diretor Alfred Hitchcock, que dirigiu três de seus últimos filmes. Agora noiva, Grace ainda tinha compromissos finais a cumprir em Hollywood: o filme "Alta Sociedade", de Charles Walters, em que ela interpretava uma socialite dividida entre três pretendentes.
Quando os trabalhos começaram, um mês depois do noivado, ela usava a primeira aliança no set. Mas durante a produção, os designers hollywoodianos sugeriram que sua personagem usasse um enorme anel falso de noivado, mais "ostentação" e que seria a cara de sua personagem.
Foi então que o príncipe teria decidido que o mega anel de Grace não deveria ser apenas uma peça falsa, um truque de cena, mas uma majestosa joia: assim, um diamante em corte de esmeralda de 10,47 quilates veio parar em seu dedo durante as filmagens.
"Temos fotos deles olhando as vitrines da loja da Cartier na Rue de la Paix, em Paris. Não sei se eles já estavam noivos, mas talvez estivessem escolhendo este mesmo anel", contou Pierre Rainero, Diretor de Imagem, Legado e Estilo da joalheria, à "Vogue" americana. Segundo ele, os registros da joalheria indicam que Rainier pediu a transferência da peça de Paris a Mônaco.
O anel ainda tinha um aspecto inovador para a época, de acordo com a própria Cartier: nas laterais da pedra principal, estava apoiado sobre a platina um diamante de corte "baguete" de cada lado — um estilo muito copiado até hoje.
Era impossível ignorar um acessório tão imponente quanto aquele, tanto que eventualmente passou de coadjuvante a estrela: ele entrou para o script e, em uma cena, o personagem de Bing Crosby, ex-marido da Tracy vivida por Grace, faz graça do tamanho do anel. Em outra, a protagonista dá polimento na enorme pedra usando uma almofada do sofá, e depois o admira.
De tão marcante, o anel lançou ainda uma tradição para a família real monegasca — a afinidade por diamantes Cartier. Em seu casamento civil, em abril de 1956, a princesa usou outro presente que ganhou: um colar de diamantes "baguete", com 64 pedras. "O comprimento é bastante lisonjeiro, afinal, o papel de uma joia é trazer luz para o rosto", comentou ainda Rainero à Vogue.
Enquanto os anéis de Grace seguem hoje no acervo da Coroa de Mônaco, este colar em específico — que teria sido uma das joias favoritas da atriz — voltou a ver a luz do dia no casamento de sua neta, Charlotte Casiraghi, em 2019, quando a noiva o usou em homenagem à avó no altar.
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