Vizinho abelhudo? Os truques para se ter mais privacidade no apartamento

Ter vizinhos ajuda bastante a se sentir acolhido no bairro, principalmente quando se é um recém-chegado na região.

Mas isso muda completamente quando os prédios são muito próximos uns dos outros, a ponto de permitirem a visão de outros moradores do que acontece dentro do próprio apartamento.

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Como não é possível trocar de imóvel de uma hora para outra, sem que isso pese bastante no bolso, a saída para resgatar a vida particular e a intimidade é adotar truques decorativos que garantam privacidade na sacada, no quarto ou mesmo na sala.

Seja em condomínios com várias torres ou prédios com pouco distanciamento, os cômodos com janelas grandes ou portas envidraçadas podem ser protegidos com cortinas ou persianas, alternativas óbvias, mas bastante eficientes.

Além de combinarem harmonicamente com qualquer decoração, trazem privacidade imediata, quando fechadas, e controlam a entrada de luz natural e a ventilação. Keka Comune, designer de interiores

Outra possibilidade é investir em películas de proteção (tipo Insulfilm), que servem para dificultar a visão de fora para dentro. Há níveis variados de transparência, assim como opções que servem também para abrandar o calor.

Tanto as cortinas e persianas como as películas podem ser adotadas em sacadas fechadas com folhas de vidro, desde que o condomínio não apresente restrições (leia mais abaixo).

Agora, se a varanda é aberta, cabe buscar caminhos mais práticos. Toldos verticais e pergolados, por exemplo, são ótimos para ambientes que não podem ser envidraçados. Tais itens não apenas auxiliam mantendo a área mais discreta, como preservam os móveis e a decoração do sol e da chuva.

Quem não quer investir em algo fixo pode recorrer a biombos. "São soluções práticas que agregam uma estética agradável aos ambientes", comenta a designer Keka.

Nesse campo, há uma infinidade de formatos e materiais, como: ripados, cobogós, vazados e inteiriços, feitos de madeira, alumínio, tecido, cerâmica e por aí vai.

Paisagismo, a solução natural

Dentre as propostas que têm bastante adesão, investir em plantas dificulta a visão alheia e traz muito mais graça a qualquer sacada. Para a paisagista Renata Guastelli, trazer o verde para casa é aposta certeira para espantar o vizinho abelhudo.

Jardins verticais formam paredes naturais que protegem dos olhares curiosos, ajudam a amenizar a temperatura, melhoram a qualidade do ar por meio da fotossíntese, impactam no isolamento acústico (pois absorvem parte das ondas sonoras), favorecem a umidade do ar, além de destacarem o ambiente, com mais vida e bem-estar.

Na impossibilidade de se adotar um paredão com plantas cobrindo de fora a fora, vale investir em vasos grandes com folhagens mais altas ou mesmo e, suportes suspensos, menores - neste caso, abrigando ramas naturais pendentes.

O que pode (ou não) fazer

Verdade seja dita, dependendo do que se deseja fazer para garantir a privacidade dentro do próprio apartamento, a realidade pode ser bem diferente da expectativa. Isso porque há normas que precisam ser seguidas pelos moradores quando o assunto envolve a estética de um prédio.

De acordo com o síndico profissional João Xavier, a primeira informação que precisa se ter em mente é que a fachada do edifício não pode ser mudada, ou seja, é necessário manter a padronização exigida pela administração do conjunto residencial.

A grande maioria dos condomínios permite que o morador faça o envidraçamento das sacadas, padronizando o tipo de persiana — normalmente, a persiana rolô. Com isso, pode-se optar por uma trama de transparência entre 3% a 5% para não ficar tão transparente.

Se as intervenções na sacada não afetarem a fachada e a estética do prédio, não costuma haver problemas com a administração. Nesse caso, nem é preciso pedir autorização do condomínio ou do síndico, já que a área é privativa do morador.

Optar por películas ou tentar trocar o tipo de vidro geralmente requer aprovação prévia em assembleia de moradores.

Mais um detalhe: agir sem consultar o regulamento coletivo pode render dor de cabeça. "Normalmente, há advertência verbal, por escrito, pode chegar a multas, com valores que vão de uma até dez cotas condominiais", observa João Xavier. Segundo ele, a multa tem caráter educativo, com intenção de corrigir e educar o morador para a convivência em sociedade.