Angels de volta? Victoria's Secret retornará com polêmico desfile em 2023
O polêmico Victoria's Secret Fashion Show retornará ainda em 2023. O anúncio foi feito pelo diretor financeiro da marca, Timothy Johnson, durante uma conferência sobre os resultados financeiros da grife de lingerie em 2022 e depois confirmada ao The Hollywood Reporter.
O desfile anual já não acontecia há quatro anos, desde que a Victoria's Secret iniciou um processo de reformulação para se distanciar da imagem sexista ligada a ela graças às passarelas em que suas Angels — as tops mais disputadas do mundo fashion do momento — desfilavam peças ínfimas.
É preciso colocar em contexto, no entanto, como um show antes muito aguardado e sinal de prestígio para modelos, se tornou uma espécie de símbolo de decadência fashion imediatamente após o movimento #MeToo, que denunciava a prevalência de assédios e abusos sexuais em diversas esferas da sociedade, especialmente praticados por homens em posições de poder.
À época em que o desfile foi cancelado e "aposentado", em novembro de 2019, a grife via o nome de seu então CEO, Lex Werner, ligado ao do empresário milionário Jeffrey Epstein, que liderava uma rede de tráfico sexual e abuso de jovens menores de idade 'oferecidas' a figuras de alto perfil — inclusive o filho da rainha Elizabeth 2ª, príncipe Andrew.
Poucos meses depois, em fevereiro de 2020, o jornal The New York Times publicou uma matéria que acusava o diretor de marketing Ed Razek, de "criar uma cultura de misoginia, bullying e assédio" especialmente em relação às modelos do Victoria's Secret Fashion Show, que em diversas ocasiões teria tentado beijar, pedido a elas que sentassem em seu colo e até tocado uma na virilha.
O criador das "Angels" já havia sido demitido em agosto do ano anterior, depois de afirmar à imprensa que não havia espaço para modelos plus size ou trans nos desfiles porque "o show era uma fantasia", uma justificativa vazia diante do sucesso atual dos desfiles com diversidades de corpos da Savage x Fenty, a linha de lingerie de Rihanna.
Desde então, a grife substituiu suas Angels pelo VS Collective, um grupo de mulheres embaixadoras de diversas áreas, históricos, idades e silhuetas que inclui nomes como a modelo trans brasileira Valentina Sampaio, a tenista Naomi Osaka e a modelo plus size Paloma Elsesser.
Mas o Victoria's Secret Fashion Show continuava no passado, em que reinou de 1995 a 2019. Em 2021, a marca ensaiou o seu retorno, mas ele não saiu do papel. Johnson, no entanto, prometeu que ele será "uma nova versão" do que já foi antes em 2023.
"Estamos sempre inovando e criando em todas as esferas do negócio para continuar a colocar nossas clientes no centro de tudo o que fazemos e reforçar nosso compromisso de defender as vozes das mulheres e suas perspectivas únicas", reforçou ainda um porta-voz ao The Hollywood Reporter.
Foi confirmado que a "nova projeção da marca e sua missão serão o princípio" que guiará o novo Victoria's Secret Fashion Show. "Isto nos levará a novos espaços e a retomar uma de nossas melhores propriedades de marketing e entretenimento até o momento e revirá-lo para refletir quem somos hoje. Estamos animados para compartilhar mais ao longo do ano".
A nova Victoria's Secret
Não se sabe, até o momento, se as Angels voltarão às passarelas. Caso elas retornem, contudo, pode ser que o grupo seja diferente do que era visto anteriormente. O "Fantasy Bra", sutiã milionário coberto de pedrarias e ultra revelador sempre trazido pela estrela do show, também não teve presença confirmada.
Entre as Angels mais famosas do passado estão Gisele Bündchen, Tyra Banks, Heidi Klum, Alessandra Ambrósio, Candice Swanepoel, Adriana Lima, Taylor Hill, Izabel Goulart, Behati Prinsloo e, mais recentemente, Gigi Hadid e Kendall Jenner.
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